Notícias
SÉRIE PACIENTE SEGURO
Hospitais Ebserh aplicam ferramentas para transição segura do cuidado
Brasília (DF) – Desde a chegada do paciente até a sua alta, todo o fluxo de tratamento deve garantir a sua proteção. Dessa forma, os hospitais vinculados à Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) destacam-se por também empenharem ações para fortalecer a assistência segura nos momentos de transição do cuidado, ou seja, durante a passagem de plantão entre as equipes, nas situações de transferência e, inclusive, na alta hospitalar.
As etapas de transição, conforme sinaliza Luís Magalhães, chefe do Setor de Gestão da Qualidade do Hospital de Doenças Tropicais, da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), são pontos de atenção na assistência porque envolvem mudanças da equipe de profissionais de saúde e de ambiente. “Uma transição segura garante que informações essenciais sobre a condição dos pacientes, medicamentos, procedimentos pendentes e outros detalhes relevantes sejam comunicadas com precisão, reduzindo o risco de erros, omissões ou duplicidade de esforços”, destaca. O gestor destacou, ainda, a importância de uma transição segura no momento da alta, enfatizando que as informações relativas à continuidade do cuidado devem ser transmitidas de forma clara tanto aos pacientes, quanto aos seus acompanhantes, promovendo, assim, a continuidade efetiva do cuidado.
Na passagem de plantão
A transição mais recorrente no dia a dia nos serviços hospitalares é a da troca de equipe, mais comumente chamada de “passagem de plantão”. O HDT-UFT, por exemplo, conforme comenta Luís Magalhães, utiliza uma ferramenta para facilitar esse momento: o aplicativo “Passa Plantão”, indicado pela Divisão de Gestão do Cuidado. Essa ferramenta permite que os profissionais de saúde registrem as informações essenciais sobre cada paciente de forma organizada e segura, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Essa medida já tem demonstrado, inclusive, um aproveitamento de tempo considerável. “Antes do aplicativo, a passagem de plantão era feita por meio de registros em livro físico, exigindo uma completa reprodução de todos os dados relevantes ao repasse do plantão. Isto levava em torno de duas horas na Ala C. Com a informatização do processo, esse tempo foi reduzido para 30 minutos, representando uma diminuição de 75% em relação ao tempo anterior”, conclui Luís Magalhães.
Transferência dentro do próprio hospital ou de um hospital para outro
O cuidado nas transições também perpassa as ocasiões em que o paciente precisa ser transferido para uma outra unidade dentro do mesmo hospital (encaminhamento para exames, cirurgias ou transferência de unidade de internação) ou ainda para uma outra instituição. Segundo aponta Suênia Sousa, chefe do Setor de Gestão da Qualidade do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS), “esse momento deve envolver um conjunto de ações coordenadas e planejadas para garantir que os cuidados que o paciente estava recebendo sejam continuados e não se percam durante uma transferência”. No Humap, está sendo implementado, inicialmente nas Unidades de Terapias Intensivas, a metodologia SBAR para essa finalidade. SBAR é a sigla que reúne todos os passos para a transição segura, envolvendo a identificação correta e localização do paciente na descrição da sua situação e do background (no inglês, se referindo ao breve histórico do paciente); gerando a avaliação pela equipe de saúde; e, por fim, as recomendações para a continuidade do plano terapêutico.
Um outro destaque neste tipo de transição é mencionado por Rosemeire Andreatta, chefe do Setor de Gestão da Qualidade do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes): a atenção ao transporte dos pacientes entre setores, seja por cadeira de rodas, maca, cama, incubadora ou berços. O Hucam possui um Grupo de Trabalho (GT) multidisciplinar focado no desenvolvimento de ações nesta área, promovendo estratégias como o acompanhamento pela equipe assistencial em todo o transporte intra-hospitalar, reduzindo possíveis riscos, especialmente relacionados aos dispositivos e equipamentos utilizados pelos pacientes, como drenos, sondas, cateteres e cilindros de oxigênio. Isso tudo fica documentado em um check-list onde constam as avaliações sobre o antes e depois da locomoção.
A comunicação efetiva é fundamental em todas as etapas da transição, garantindo que as informações sejam transmitidas de forma correta e oportuna, ressalta Rosemeire. “Para uma transição segura é crucial adotar protocolos claros e promover uma comunicação efetiva entre as equipes de saúde, pacientes e familiares para garantir uma transição segura. Priorizar a segurança durante as transições não apenas melhora a qualidade do atendimento e reduz custos, mas também proporciona uma melhor experiência aos pacientes e melhores resultados”, conclui.
Ação – Dia D da Campanha Paciente Seguro
Durante o mês de abril, os Hospitais Ebserh realizaram atividades educativas dentro da Campanha Paciente Seguro. Encerrando a programação dessa iniciativa, no dia 30, as ações foram focadas no tema da “Transição Segura do Cuidado”. No Humap-UFMS, foi feito um “pit-stop” com a mascote do Hospital, a CapitHU, trazendo informações sobre o tema e reforçando a divulgação do método SBAR. No HDT-UFT, a ação focou tanto na passagem de plantão, examinando as práticas das unidades assistenciais, em especial, da passagem do plantão noturno para o dia; quanto no momento da alta, verificando quais informações eram repassadas para pacientes e familiares. No Hucam-UFES, as ações estiveram focadas no transporte intra-hospitalar seguro, com treinamentos sobre o check-list e uma campanha veiculada nos canais de comunicação da instituição, composta por um vídeo lúdico para chamar atenção sobre o assunto.
As sete ações anteriores da campanha nacional estão registradas na série de reportagens especiais Paciente Seguro. Confira todos os temas trabalhados anteriormente, clicando abaixo:
Identificação correta do paciente dá mais segurança aos tratamentos na Rede Ebserh
Cuidados com produtos farmacêuticos utilizados na assistência são rotina de segurança na Rede Ebserh
Limpeza de ambientes e equipamentos reforça segurança microbiológica nos Hospitais Ebserh
Segurança no uso de medicamentos é estimulada em ações desenvolvidas pelos Hospitais Ebserh
Estratégias dos Hospitais Ebserh fortalecem a prevenção de quedas
Alarmes sonoros e visuais em equipamentos são mecanismos que reforçam a segurança do paciente
Práticas na Rede Ebserh garantem segurança e humanização do parto
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo, com edição de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh