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JULHO AMARELO
HDT-UFT participa de campanha pela saúde do fígado
Araguaína (TO) – “Parecia uma virose, mas era, na verdade, hepatite”. Esse é um relato muito comum entre os pacientes diagnosticados com a doença, uma infecção que pode se desenvolver silenciosamente e apresentar complicações graves se não diagnosticada e tratada precocemente. As hepatites atingem um órgão fundamental para o organismo humano: o fígado, responsável pelo metabolismo, armazenamento de nutrientes e desintoxicação. Por isso, o Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), evidencia sinais de alerta. O HDT é referência no tratamento da doença.
Neste mês, a campanha nacional Julho Amarelo busca ampliar a conscientização sobre os diversos tipos de hepatites virais: A, B, C, D e E. No Brasil, as três primeiras são as mais prevalentes. Essas infecções podem passar despercebidas por longos períodos, aumentando o risco de danos irreversíveis ao fígado, como cirrose e câncer hepático.
“Menos comuns, porém também presentes, são o vírus da hepatite D, mais frequentemente encontrado na região Norte do país, e o vírus da hepatite E, cuja incidência é menor no Brasil, sendo mais comum na África e na Ásia”, pontuou Bárbara Borba, médica gastroenterologista do HDT-UFT.
No Brasil, segundo dados de 2023 do Ministério da Saúde, estima-se que 520 mil pessoas tenham hepatite C, mas ainda sem diagnóstico e tratamento da doença. Por isso, é importante estar atento aos sinais de alerta, que incluem cansaço, febre, mal-estar, dor abdominal, além de pele e olhos amarelados. Muitas vezes, porém, nenhum sintoma é notado nos pacientes.
Para contribuir com a causa, o HDT-UFT participou da campanha com uma ação educativa, realizada na tarde da última sexta-feira (26), na sala de espera e corredores do ambulatório. A ação teve como foco a prevenção e combate das hepatites virais, em comemoração à data alusiva ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais (28 de julho). Ela foi realizada pelos residentes de Infectologia do HDT-UFT e pelo Serviço de Atenção Especializada (SAE) de Araguaína. Na ocasião foram distribuídos mimos, preservativos, folders educativos, e realizadas minipalestras sobre hepatites, ministradas pela equipe de enfermeiros, residentes e técnicos em enfermagem.
“Juntamente com as residentes da infectologia, Juliana e Talita, falamos sobre os tipos de hepatites virais, as formas de transmissão e de prevenção, além da importância do tratamento das hepatites virais”, destacou a enfermeira do HDT-UFT, Jussilene Isabel de Sousa. “A prevenção é uma forma de amar, e uma maneira de cuidar de você e do seu parceiro ou do seu familiar”, ressaltou a chefe da Unidade de Ambulatório, Raquel Andrade.
Além das atividades educativas, o HDT também oferece consultas especializadas, exames específicos e tratamentos adequados para os pacientes diagnosticados com hepatites virais, seguindo os protocolos estabelecidos pelo SUS. A unidade reforça a importância da vacinação contra as hepatites A e B como medida preventiva essencial para toda a população.
Tratamento no SUS
O diagnóstico e o tratamento das hepatites virais são assegurados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os medicamentos são administrados por via oral, com prescrição especializada. Os diagnósticos são feitos por meio de testes rápidos, sorológicos, e a infecção é confirmada por exames de biologia molecular.
A vigilância periódica é indispensável para identificação precoce e intervenção eficaz. O SUS também garante a vacinação desde a infância contra as hepatites A e B, essenciais na prevenção da cronificação da doença.
Erradicação e estatísticas
O Brasil assumiu o compromisso de eliminar 14 doenças, incluindo as hepatites virais, nos próximos sete anos. Em relação às hepatites B e C, a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é diagnosticar 90% das pessoas com hepatites virais, tratar 80% das pessoas diagnosticadas, reduzir em 90% novas infecções e em 65% a mortalidade.
Segundo o Ministério da Saúde, entre 2000 e 2022, foram diagnosticados 750.651 casos de hepatites virais no Brasil. Desse total, o maior percentual é de hepatite C (39,8%), seguido de hepatite B (36,9%) e hepatite A (22,5%).
Em relação à mortalidade, de 2000 a 2021, foram 85.486 óbitos por hepatites virais. A infecção pelo vírus C é o de maior letalidade, concentrando 76,1% dos óbitos, seguido pela hepatite B (21,5%) e, muito abaixo, está a hepatite A (1,5%).
Sobre a Ebserh
O HDT-UFT faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por George Miranda e Rosenato Barreto, com revisão de Danielle Morais.
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh.