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Dezembro Vermelho
HDT-UFT destaca avanços no tratamento do HIV/Aids
Araguaína (TO) – A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 1 milhão de infecções sexualmente transmissíveis (IST) sejam adquiridas diariamente no mundo. Causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, muitas delas nem sempre apresentam sintomas. Entre as mais conhecidas está o vírus da imunodeficiência humana (HIV). No Tocantins, 1.799 pessoas com HIV são atendidas pelo Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), gerido pela Rede Ebserh.
Em dezembro, acontece em todo o país a campanha Dezembro Vermelho, voltada à prevenção e ao enfrentamento do HIV, da Aids e outras IST’s. A mobilização inclui ações de conscientização, combate ao preconceito e divulgação de avanços na assistência aos pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS).
O chefe do Setor de Farmácia Hospitalar da instituição, Juliano Ferreira, explica que o tratamento para o HIV passou por adequações nas últimas décadas. “A ciência sempre buscou diminuir o número de comprimidos necessários para o tratamento e minimizar os efeitos adversos de tais medicações. A disponibilidade de antiretrovirais mais seguros, com menos interações medicamentosas e efeitos colaterais, é fundamental para melhorar a adesão ao tratamento do HIV”, destaca.
Atendimento especializado
No SUS, o atendimento a pessoas com IST’s busca a prevenção, diagnóstico e tratamento adequado dessas doenças. Em Araguaína e região, informa Juliano Ferreira, “o usuário deve procurar uma Unidade Básica de Saúde mais perto de sua casa e realizar o teste rápido para o HIV/Aids, caso a sorologia seja positiva, o paciente é encaminhado para o HDT para receber o antiretroviral e realizar o acompanhamento de uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais”.
O Brasil no combate a estas doenças
Julius Monteiro, médico infectologista da Rede Ebserh, afirmou que o papel de vanguarda do Brasil no combate a estas doenças começou na década de 80 e culmina com o programa nacional de distribuição gratuita de antirretrovirais no SUS, marcado por diversos avanços.
O infectologista ressaltou, por exemplo, a disponibilização de antirretrovirais mais seguros, a difusão da testagem rápida em todos os níveis de atenção do SUS, as estratégias de prevenção combinadas às ISTs, a oferta de profilaxia pré-exposição (PrEP) e a profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV, a incorporação de medicamentos mais fáceis de tomar, a ampliação e descentralização do cuidado às pessoas vivendo com HIV/Aids e os exames modernos para rastreamento de doenças oportunistas.
Ele também destacou as leis que garantem o sigilo das informações de saúde desses pacientes e a incorporação da verdade científica I=I, que significa que uma pessoa indetectável, em uso regular da medicação e acompanhamento médico, não transmite o vírus pela via sexual.
“Isso garante uma importante conquista no diagnóstico, no tratamento e na vida das pessoas. O que ainda tem nos desafiado é o preconceito e o estigma. Esses, sim, precisam ser mais combatidos com informação de qualidade, empatia e amor”, concluiu o médico, que é referência em genotipagem para HIV da Rede Nacional de Genotipagem do Ministério da Saúde.
Sobre a Ebserh
O HDT-UFT faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Adaptação de Williany Bezerra (Unidade de Imprensa/Rede Ebserh)