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Campanha Junho Violeta
Doença rara da visão: CHU-UFPA alerta para cuidados e tratamentos do ceratocone
No mês alusivo à conscientização do ceratocone, campanha Junho Violeta, o Complexo Hospitalar Universitário da Universidade Federal do Pará/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (CHU-UFPA/EBSERH) alerta para o simples ato de coçar os olhos: esse hábito comum pode agravar essa doença oftalmológica rara e, se não tratada, levar à cegueira. O ceratocone atinge cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil, normalmente indivíduos de 10 a 25 anos, segundo dados do Ministério da Saúde.
Ceratocone
Essa doença rara pode causar uma curvatura e afinamento na córnea do olho do indivíduo e afetar os dois olhos de forma assimétrica, ou seja, prejudicar mais um do que o outro. A córnea é uma estrutura transparente localizada na parte anterior do olho – e pode ser comparada ao “vidro de um relógio”. Ela é responsável pela proteção ocular e pela regulação da entrada de luz que é projetada na retina. Dessa forma, o ceratocone ocasiona a perda progressiva da visão, que fica “borrada” e “distorcida”.
Prevenção
Segundo a chefe da Unidade da Visão do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS-UFPA/EBSERH), Dra. Raíssa Casseb, é fundamental: ter atenção aos fatores que podem gerar coceira nos olhos, tratar as crises alérgicas e evitar alergênicos, como poeira e pólen. Além disso, para a prevenção efetiva é necessária a consulta regular com um oftalmologista e o uso correto da medicação prescrita.
Diagnóstico e Tratamento
Para o diagnóstico da doença, são necessários exames oftalmológicos com a utilização de aparelhos, como: topografia de córnea, paquimetria e ceratometria.
Para o tratamento de ceratocone, o HUBFS oferece desde prescrição de óculos a teste de adaptação de lentes rígidas. Para casos mais severos da doença, O HU oferta o implante de anel intraestromal e o transplante de córnea.
Inovação
Em casos mais graves, o Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) oferece como procedimento no tratamento do ceratocone, também, o mais novo aparelho de crosslink corneano, que realiza uma intervenção de fortalecimento das moléculas de colágeno da córnea, evitando que ela continue “abaulando”. O crosslink é um procedimento rápido, feito sob anestesia local e não exige internação hospitalar.
Sintomas
Em alguns casos, o ceratocone pode não apresentar sintomas inicialmente. Porém, as complicações decorrentes da doença podem surgir e variar de acordo com o grau da enfermidade no indivíduo. Entre os principais sintomas pode ocorrer:
- Desfoque da visão (pode aumentar conforme o agravo da doença);
- Aumento da sensibilidade à luz (fotofobia);
- Dificuldade para enxergar à noite;
- Dificuldade para realizar atividades rotineiras (como ler e dirigir);
- Visão dupla (diplopia – enxerga-se os objetos duplicados);
- Surgimento ou agravo de miopia e de astigmatismo.
Transplante
Conforme a chefe da Unidade da Visão do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), Dra. Raíssa Casseb, “o transplante só é indicado para um número pequeno de pacientes de contexto de casos mais graves, quando os pacientes deixam de responder bem às outras formas de tratamento”.
O transplante consiste na substituição da córnea - comprometida pelo ceratocone - por outra saudável, cedida por um doador e disponibilizada por um banco de olhos. Ainda segundo a Dra. Casseb, “são raros os casos de rejeição, mas o transplante pode ser repetido se houver algum problema”.
Texto: Victor Hudson – Jornalista CHU-UPFA/EBSERH
Com informações da Unidade da Visão do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS-CHU-UFPA/EBSERH) e do Ministério da Saúde.
Ilustração/ceratocone: Instituto de Oftalmologia de Assis (IOA)