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ASSISTÊNCIA HUMANIZADA
Cuidados paliativos buscam melhorar qualidade de vida de pacientes e familiares
Natal (RN) - No Brasil, cerca de 625 mil pessoas precisam de cuidados paliativos, ou seja, atenção em saúde que permita a melhora da qualidade de vida daqueles que enfrentam doenças graves, crônicas ou em finitude. Os cuidados paliativos têm foco no alívio da dor, no controle de sintomas e no apoio emocional. Os hospitais da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) contam com equipes preparadas para oferecer um atendimento multidisciplinar, seja na infância ou nos indivíduos com as idades mais avançadas.
Em maio deste ano, foi aprovada a Política Nacional de Cuidados Paliativos do SUS e a expectativa é melhorar a qualidade de vida dos pacientes com doenças graves que ameacem a vida, dando mais dignidade, controle da dor e de outros sintomas que causam sofrimento.
Os cuidados paliativos devem ser feitos por uma equipe multiprofissional com atuação interdisciplinar. Precisa ser uma equipe que olhe e cuide do paciente, considerando todas as suas dimensões físicas, psicossociais, espirituais, culturais, respeitando a individualidade, os valores de vida, a condição social, preferências e sua família.
A Maternidade Escola Januário Cicco, unidade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (MEJC-UFRN), vinculada à Rede Ebserh possui uma equipe de cuidados paliativos em Perinatologia, chamada Cuidando da Vida, criada em 2017. Multidisciplinar, atua junto com equipe de assistência na UTI neonatal, voltada para pacientes graves da UTI com doença ameaçadora de vida. “Em algumas situações conseguimos acompanhar gestantes desde o pré-natal, quando têm diagnóstico de gestação de fetos com malformações congênitas graves. Nosso objetivo é ampliar o campo de atuação”, frisa a médica neonatologista, Anna Christina Granjeiro.
Ela pontua que existem diferenças entre cuidados paliativos para adultos e crianças de uma forma geral, e que na infância, as condições perinatais são as principais indicações, incluindo prematuridade extrema, malformações congênitas e asfixia ao nascer, entre outros.
Mas a desinformação é grande. “Precisamos ampliar a discussão dentro dos serviços de saúde e da sociedade. Estamos conseguindo desconstruir alguns mitos que envolvem cuidados paliativos por meio da atuação da Comissão, mas ainda há um longo caminho a percorrer”, relata. Ela frisa que, no início, os pais têm dúvidas, mas quando se explicam os objetivos dos cuidados paliativos eles costumam entender e aceitam.
A médica reforça que esses cuidados não excluem tratamentos curativos ou modificadores de doença quando há indicação de serem realizados. “As duas abordagens (curativa e paliativa) têm que estar associadas, porque cuidados paliativos vão ajudar a cuidar do sofrimento imposto pela doença e pelos tratamentos para doença, melhora a qualidade de vida do paciente”, disse Christina. Ela pontua também que “se o paciente vier a óbito, o suporte ao luto da família é incluído na assistência, mas cuidados paliativos não é só para quem está morrendo”. Entre as atividades realizadas para o alívio do sofrimento estão conferências familiares, planos de cuidados e organização de momentos significativos para o paciente.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Danielle Morais, com edição de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh