Notícias
CONSCIENTIZAÇÃO
Saúde Mental influencia funções corporais e impacta na qualidade de vida
- Foto: Fernando Veloso Leao
Brasília (DF) – Assim como o corpo apresenta sinais de que algo não vai bem, a mente também dá indícios quando precisa de cuidados. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de um bilhão de pessoas vivam com transtornos mentais, incluindo ansiedade e depressão. Para conscientizar a sociedade sobre o tema, foi instituído o Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado na próxima quinta-feira (10) com ações por todo o país. Na Rede Ebserh, diversos hospitais prestam assistência à população, por meio do planejamento de intervenções medicamentosas e terapêuticas, contribuindo com o alívio do sofrimento mental.
Pensamentos e emoções são capazes de influenciar diretamente funções corporais, tais como frequência cardíaca e respiratória, além de hábitos como rotina de autocuidado e capacidade de interação social. O impacto não é apenas na saúde física, mas na qualidade de vida como um todo. É o que afirma a médica psiquiatra do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA), Paula Dione.
Segundo ela, a alteração de comportamento costuma ser um dos primeiros sinais de que algo não vai bem. “Quando falo em ‘alteração de comportamento’, refiro-me a mudanças na maneira habitual daquela pessoa funcionar, pois a melhor comparação é consigo mesmo. Essas mudanças podem ocorrer devido a disfunções em diversas funções psíquicas, como por exemplo o humor, o pensamento e a sensopercepção”, disse.
No Hupes-UFBA, o Serviço de Psiquiatria atende as mais diversas patologias da área, de maneira específica e em conjunto (via interconsulta) com outras especialidades médicas. “Por ser um serviço de referência, geralmente recebemos para internação casos moderados a graves de patologias como esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, depressão unipolar, transtornos de personalidade, dentre outros”, explicou.
Além disso, é um dos poucos serviços públicos das regiões norte e nordeste que dispõe de eletroconvulsoterapia (ECT) para casos graves e refratários e de tratamento com administração de cetamina para depressão resistente com importante impacto no risco de suicídio.
Busca por ajuda
A falta de aceitação e compreensão da doença, assim como o estigma na busca de cuidados em saúde mental, ainda são barreiras na procura por ajuda. O médico psiquiatra do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), Thiago Pauluzi Justino, ressalta que, quanto mais precoce a intervenção psiquiátrica, melhor é o prognóstico e a resposta ao tratamento.
“As pessoas não precisam ter medo dos remédios psiquiátricos. Com o avanço da psicofarmacologia moderna, esses remédios cada vez apresentam mais segurança em seu uso e menos efeitos colaterais. Costumo comparar a importância do uso dos remédios psiquiátricos com o dos óculos. Ambos melhoram a capacidade de ver e perceber a vida”, afirmou.
Embora não seja possível eliminar completamente os fatores de risco para desenvolver uma doença mental, algumas estratégias ajudam a reduzir a incidência e a promover uma vida mais saudável. “Prática de atividades físicas, principalmente as aeróbicas, cuidados com a higiene do sono, alimentação saudável, leitura, cultivo à espiritualidade, hobbies e inserção em grupos sociais de apoio, participação em atividades artísticas, como música, pintura e dança, as quais promovem catarse de emoções estressantes vivenciada nas atividades de vida diária”, indicou o especialista.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Luna Normand com edição de Danielle Campos