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Para elas
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA/Ebserh) preparou o perfil de duas cientistas da instituição.
Nas linhas a seguir, conheça um pouco sobre a trajetória de Ângela Scippa, professora da Faculdade de Medicina da UFBA especialista em psiquiatria, e Angelina Acosta, médica geneticista e docente do departamento de Pediatria da instituição.
Scippa recomenda às alunas uma postura instigadora no aprendizado e conta um pouco sobre o universo da psiquiatria, enquanto Acosta fala sobre a importância de se envolver em projetos de iniciação científica e defende a valorização da genética no Hupes.
Não importa qual seja a sua profissão, o Hupes deseja alegria e muita conquista a todas as mulheres. Feliz 8 de Março!
Ângela Scippa, professora da Faculdade de Medicina da UFBA especialista em psiquiatria
Formada em Medicina na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Scippa atua principalmente com temas relacionados a transtorno bipolar, depressão e suicídio.
É professora da Faculdade de Medicina da UFBA desde 2002. Enfermaria e ambulatório do Hupes são espaço de ensino e pesquisa para seus alunos. “O contato com o paciente é enriquecedor, porque é de lá que surgem boas perguntas. Às vezes a literatura não dá conta das dúvidas que temos. Aí surge a ideia de fazer ciência. A psiquiatria é um campo riquíssimo porque tem muitas respostas ainda não descobertas”, afirma Scippa.
A médica recomenda às mulheres que querem fazer ciência que mantenham uma postura instigadora: “A gente não escolhe a ciência, a ciência escolhe a gente. A curiosidade é a mola propulsora do caminho científico. Eu gosto muito da aluna questionadora, que pergunta o porquê das coisas e ousa discordar”, diz.
Segundo Scippa, suas turmas costumam ser bem equilibradas quanto ao gênero dos estudantes e já houve vezes em que todas as alunas eram mulheres. “Não deixe o peso de algumas barreiras interferirem no que você quer fazer. Eu não tive obstáculos nesse sentido e, se tive, nem percebi”, afirma.
Angelina Acosta, médica geneticista e docente do departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFBA
Professora da UFBA há quase 21 anos, Angelina Acosta é supervisora do programa de Residência Médica e responsável pela disciplina de genética na universidade. Acosta defende a maior valorização da genética no currículo dos alunos. Hoje, a matéria é optativa, mas há um projeto já aprovado para fazer com que ela perpasse outras disciplinas de maneira transversal. “Qualquer profissional de saúde precisa ter conhecimentos básicos de genética. Isso ajuda a identificar quando encaminhar para o especialista e evita que pessoas fiquem anos sem o diagnóstico adequado de doenças”, afirma Acosta.
Sobre o protagonismo feminino no setor, ela cita Eliane Azevedo, professora que já foi responsável pela disciplina na universidade e tem papel importante na história da instituição. Azevedo já foi pró-reitora, vice-reitora e reitora da UFBA. Ela também foi a primeira mulher a assumir a reitoria (1992-1993) e primeira reitora eleita pela universidade acadêmica.
Para as estudantes que se interessam pela genética, Acosta recomenda o envolvimento com projetos de iniciação científica. “É importante se envolver com a pesquisa porque ela é uma grande catalisadora. Se não há pesquisa, não há massa crítica para nada”, recomenda a professora.
Como destaque dos trabalhos desenvolvidos no Hupes, ela cita o projeto Genomas Raros, que já coletou mais de 1500 amostras de pacientes do Hupes com doenças raras, e o Rede Nacional de Doenças Raras, cujo objetivo é “realizar um inquérito de representatividade nacional acerca da epidemiologia, quadro clínico, recursos diagnósticos e terapêuticos empregados e custos em indivíduos com doenças raras de origem genética e não genética no Brasil”.
Acosta tem pós-doutorado pela Murdoch University, em Perth, na Austrália, e doutorado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Por Ana Oliveira.