Notícias
Campanha
Outubro Rosa aumenta em até 39% a realização de mamografias realizadas pelo SUS
Um estudo publicado recentemente na revista Public Health Practice aponta que o Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre o câncer de mama realizada anualmente, aumenta o número de mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em até 39%.
A pesquisa utilizou a base de dados do Ministério da Saúde sobre rastreamento mamográfico correspondente ao período de janeiro de 2017 a dezembro de 2021 para fazer a investigação. De acordo com o resultado, o aumento no número de mamografias realizadas pelo SUS é de 33% para o mês de outubro, 39% em novembro e 22% em dezembro.
Mesmo durante a pandemia de Covid-19, cujas implicações mais intensas ocorreram em 2020 e 2021, foi identificado um acréscimo de mamografias nos meses afetados pela campanha. O trabalho também apontou que, ao longo do período estudado, houve um aumento de 14,6% no número de mamografias feitas.
Segundo os pesquisadores, o estudo contribuiu para saber o quanto essas campanhas efetivamente impactam o comportamento da população. O resultado, apontam os autores, indicam não só a eficácia da campanha, mas também a necessidade de que mais iniciativas como essa sejam implementadas. “Este estudo mostrou um aumento do rastreamento mamográfico nos três meses seguintes à Campanha Outubro Rosa, por isso devemos intensificar ações semelhantes ao longo do ano e não apenas em outubro”, recomendaram os estudiosos na publicação.
“O câncer de mama é um crescimento desordenado das células da glândula mamária que pode culminar no tumor e na metástase, que é a proliferação desse tumor para outros órgãos”, explica o oncologista Carlos Frederico Benevides, do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), da Universidade Federal da Bahia e vinculado à Rede Ebserh (Ufba/Ebserh).
Segundo ele, o diagnóstico precoce é importante para o tratamento adequado da doença. Por isso, campanhas que conscientizem a população sobre o tema são importantes. “Essas campanhas nacionais estimulam o indivíduo que só faria o rastreamento de forma oportunística, ou seja, quando estivesse passando no médico, a ter mais acesso aos exames”, afirma o oncologista.
Benevides explica que, segundo as diretrizes do Ministério da Saúde, mulheres entre 50 e 69 devem fazer a mamografia a cada dois anos. Alguns sinais e sintomas da doença são nódulos, alteração na textura e na coloração da mama e eliminação de secreção. Segundo página do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença é o segundo tipo de câncer de maior incidência no mundo.