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CIÊNCIA
Pesquisa pioneira da Ufal com cirurgia minimamente invasiva será publicada no exterior
Equipe de cirurgiões que concretizaram o projeto: Profs. Drs.: João Batista Neto, o Coordenador do projeto Prof. Dr. Alberto Fontan, Ana Pastl e José Cardoso.
Uma pesquisa pioneira da Universidade Federal de Alagoas, desenvolvida por oito anos no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) conquista espaço para publicação no exterior, na conceituada revista Scientific Gastroenterology. A pesquisa “esofagectomia minimamente invasiva por laparoscopia versus esofagectomia trans-hiatal aberta no megaesôfago avançado” foi apresentada com seus respectivos resultados nesta manhã (11/12), na sessão científica do Serviço de Cirurgia Digestiva do hospital.
Iniciada em 2007 e pioneira no mundo em seu setor, a pesquisa constitui-se de estudo prospectivo randomizado, para estudar a eficácia de uma técnica cirúrgica convencional – esofagectomia trans-hiatal aberta, versus a técnica minimamente invasiva, em que consiste utilizar a laparoscopia (conhecida como laser, pela população geral) e recursos modernos para o evento, só recomendável ser realizado em centros de excelência.
A pesquisa referida é original, porque é a primeira vez que se realiza e nunca antes foi feita como estudo randomizado no mundo. Realizada no HU/UFAL, foi coordenada pelo Prof. Dr. Alberto Fontan e concretizada por ele e sua equipe de cirurgiões: Profs. Drs.: João Batista Neto, Marcos Nepomuceno, José Cardoso, Tadeu Muritiba e Ana Pastl .
Concluída este ano, a pesquisa realizada no HUPAA trata de resolver o problema do engasgo nos doentes acometidos de doença de Chagas, ou nos casos em que o esôfago não funciona, de causa desconhecida(idiopática). De tão elevado nível e significado, a mesma será publicada na revista Scientific Gastroenterology, da Hindawi Publishing Corporation, a convite do chefe do editorial Radua Ibrahin, com escritórios em Londres e Washington.
A citada revista, só publica trabalhos científicos com peer review(revisão por pares), por elevado conselho editorial com excelência acadêmica e padrão internacional. Todos os artigos aceitos, estarão disponíveis online para o mundo inteiro, como esta, no PubMed(EUA) – maior site de indexação de revistas médicas do mundo e no Web of Science, com cobertura do Emerging Sources Citation Index, onde só são publicados trabalhos originais ou de revisão.
No Brasil e Alagoas, 5% da população é portadora de doença de Chagas, transmitida pelo inseto barbeiro (triatomíneo), que gosta e vivem em casas de taipa, e pode afetar o coração – principal forma em Alagoas -, ou o aparelho digestivo, com predominância para o esôfago, levando ao entalo. A doença é conhecida pelo povo como ‘mal do engasgo’ e no intestino grosso, acúmulo de fezes (fecaloma com constipação) ou volvo (nó na tripa). Apesar da vigilância sanitária informar que a doença está controlada para novos casos, seis a dez casos/ano procuram o HU/UFAL com o problema, para buscar tratamento. É uma doença incapacitante, porque sendo o “o mal do engasgo”, o doente só poderá recuperar a capacidade para alimentar-se nas formas graves avançadas, pelo tratamento cirúrgico.
Em Alagoas, na rede pública e privada, apenas o HU/UFAL realiza a esofagectomia minimamente invasiva laparoscópica(retirada do esôfago por vídeo), por ser operação de alta complexidade, com cirurgiões de elevada expertise, seja aqui ou em quaisquer universidades ou hospitais internacionais.