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Mostra acontece de 25 a 28 de julho, no hall de entrada do hospital, e conta com fotos de trabalhadoras da instituição.
Exposição fotográfica de mulheres pretas no Hupaa-Ufal marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
Maceió (AL) – Em 25 de julho, celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Para marcar a data, o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal do Alagoas (Hupaa-Ufal), vinculado à Ebserh, vai realizar a exposição “Onde estão as mulheres pretas do HU?”, com fotografias de colaboradoras do Hupaa-Ufal.
A mostra fotográfica inicia nesta quinta-feira (25), no hall de entrada do Hospital. A ação está sendo promovida pela Comissão de Residência Multiprofissional em Saúde (Coremu) e pelo movimento antirracista do Hupaa-Ufal, denominado Negrhu.
De acordo com a assistente social, Maria Helena de Araújo, que atua como uma das coordenadoras da programação, a exposição conta com fotografias de cerca de 20 mulheres pretas e será aberta ao público, se estendendo até 28 de julho, das 9h às 17h. No dia 25, haverá ainda uma oficina de Turbante, ministrada pela afroempreendedora, Tereza Olegário, das 10h às 12h.
A iniciativa busca homenagear as mulheres negras trabalhadoras que enfrentam cotidianamente barreiras impostas pelo sexismo e racismo nos espaços sociais e profissionais; exaltar a autoestima; e valorizar a luta e a diversidade dessas mulheres. De acordo com a professora e membro da comissão do Negrhu, Lígia dos Santos, que acompanha o grupo com orientações, discussões e reflexões acerca de ações antirracistas no Hupaa, a exposição é uma construção coletiva do Negrhu.
“Com fruto de cada um e cada uma, é um movimento que cresce a cada dia e tem a força da nossa África ancestral. Aprendo sempre com eles e elas, pois são mulheres e homens muito conscientes da importância da formação multiprofissional para a realização de serviços hospitalares humanizados e antirracistas. Viva ao Negrhu! Viva a todas a mulheres pretas do Hospital, que magistralmente participam dessa linda exposição! Viva a todas as parcerias para este evento! Viva Tereza de Benguela e a todas "Terezas" da América Latina e Caribe!”, disse.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra no Brasil corresponde a 54%, ou seja, a maioria dos brasileiros se declaram pretos. Dados da Associação de Mujeres Afro, na América Latina e no Caribe, 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes.
Data marca luta
O dia 25 de julho, além de ser uma celebração, marca a luta e força das mulheres negras, indígenas e de comunidades tradicionais. A ideia surgiu em 1992 a partir da criação da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas que, junto à Organização das Nações Unidas (ONU), lutou pelo reconhecimento do 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.
No Brasil, a lei 12.987/2014 instituiu também o dia 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, em homenagem a um dos principais símbolos de resistência e liderança na luta contra a escravização. Tereza foi a líder do Quilombo Quariterê, localizado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia, e, por 20 anos, liderou a resistência contra o governo escravista e coordenou as atividades econômicas e políticas do Quilombo. Além de dar visibilidade ao papel da mulher negra na história brasileira, a data visa a reforçar os princípios do Dia Internacional estabelecido em 1992.
Projeto antirracista
Negrhu é um projeto que se insere no movimento étnico-racial, construído com o objetivo de combater o racismo institucional no Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes (Hupaa-Ufal). A iniciativa conta com o apoio da Comissão de Residência Multiprofissional em Saúde (Coremu) promovendo ações em defesa das políticas afirmativas, a fim de garantir o acesso e a permanência de cotistas na Residência Multiprofissional, propor um espaço de relações antirracistas entre cotistas e não cotistas, profissionais, usuários e usuárias do SUS, compondo grupos de estudo, pesquisa e extensão para a formação, produção de conhecimentos, pensamentos e comportamentos antirracistas, no espaço do Hospital.
Sobre a Ebserh
O Hupaa-Ufal faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Jacqueline Santos, com revisão de Danielle Morais