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Pesquisas na área de ciências da saúde contribuem para estudos de casos de pacientes
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Natal (RN) – Julho é o mês marcado pela importância de profissionais que contribuem para a produção científica e acadêmica. O Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, comemorado no dia 08, chama a atenção para o tema e pesquisadores vinculados à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), desenvolvem pesquisas na área de ciências da saúde que colaboram para estudos de casos de pacientes que são atendidos no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN) e na Maternidade-Escola Januário Cicco (MEJC-UFRN), ambos administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Dentre as pesquisas, está a de risco cardiovascular de idosos, intitulada “Risco cardiovascular de idosos com diferentes perfis de força muscular e aptidão aeróbica: um estudo longitudinal”, desenvolvida pelo aluno de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da UFRN, Marcyo Câmara da Silva, que conta como a pesquisa pode contribuir para a prevenção e tratamento de doenças, “com a nossa pesquisa, podemos identificar possíveis causas que levam a pessoa idosa a desenvolver fatores de risco cardiometabólico. Isto pode ajudar profissionais de saúde na tomada de decisão para prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas não-transmissíveis como diabetes, hipertensão e demais doenças cardiovasculares”, diz.
A pesquisa é desenvolvida por meio da coleta de dados, parte desses dados, na linha base de pesquisa, foram coletados no Huol e outra parte no campus central da UFRN. “Finalizamos recentemente a coleta de dados e avaliamos por volta de 200 voluntários. Estas pessoas foram seguidas ao longo de 6 anos e agora temos a possibilidade de avaliar de forma longitudinal as associações entre capacidade física e as doenças supracitadas”, explica Marcyo.
De acordo com Marcyo, a pesquisa tem como objetivo principal verificar se padrões de força muscular e aptidão cardiorrespiratória estão relacionados com risco cardiometabólico e doenças cardiovasculares, “deste modo, visamos fornecer evidências de que estas medidas de concomitante podem estar associadas a este desfecho. Com isso, nosso objetivo é contribuir para preencher essa lacuna do conhecimento científico e impactar a forma como profissionais de saúde podem identificar sujeitos com risco cardiovascular elevado utilizando formas práticas e de baixo custo”, conta.
Já a pesquisa intitulada “Preferência de mulheres com fibromialgia submetidas a três diferentes volumes de treinamento resistido: ensaio clínico randomizado crossover", desenvolvida pelo estudante do curso de mestrado de Ciências da reabilitação da Faculdade de Ciências da Saúde (FACISA/UFRN), Bruno Honório Cavalcanti, contribui com estudos sobre a terapia que atua sobre sintomas da fibromialgia. Bruno conta que o que motivou o desenvolvimento da pesquisa foram dois pontos principais, “primeiro: o treinamento resistido (mais conhecido como musculação) faz parte do tratamento para a pessoa com Fibromialgia e essa modalidade de exercício não é realizada pelas pessoas com Fibromialgia, em segundo lugar; a maioria das pessoas com Fibromialgia que começam a realização do exercício resistido desistem, pois pioram os sintomas. E isso é muito ruim, pois o exercício resistido é uma das poucas modalidades que melhora a função do paciente, força e massa magra”, explica.
O pesquisador destaca que a pesquisa será relevante na melhora da adesão do paciente, com base na preferência dos pacientes em três protocolos diferentes. Bruno explica que a pesquisa ainda está na fase inicial, porém, já é possível fazer observações, “de forma observacional e por relatos espontâneos das participantes, percebemos que o caminho é ajustar a carga de treinamento para não irritamos os sintomas”, relata.
O Profissional de Educação Física da MEJC, Sávio Ferreira Camargo, lidera a pesquisa intitulada “Efeitos do treinamento físico domiciliar remoto sobre o peso ao nascimento em neonatos de mulheres com diabetes gestacional: ensaio clínico de efetividade”, e destaca que a motivação para a pesquisa foi pensando em ajudar o público atendido. “Desde o início da estruturação do estudo, eu e meu orientador buscamos fazer algo que pudesse ser efetivo para a população que eu atendo. Como eu estou num hospital lidando com populações clínicas, a gente teve essa preocupação de fazer algo cujos resultados eu pudesse efetivamente utilizar na minha prática”, comenta. A pesquisa faz parte da tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação e Ciências da Saúde, da UFRN.
Sávio investiga pacientes com diabetes gestacional, um problema de saúde que se agrava a cada geração. “É bem claro que o número de mulheres com hiperglicemia, com descontrole do açúcar durante a gestação, ele vem aumentando. Então, é fundamental a gente investigar esse tema, nós encontramos formas de melhorar a gestão desse diabetes durante a gestação. É importante trabalhar para a prevenção. Mas, uma vez instalado o diabetes, a gente precisa ter formas de tratar essa mulher, de, no fim das contas, ajudá-la com uma possibilidade de melhorar a condição clínica dela. No nosso caso específico, com um tratamento não farmacológico que tem muito potencial de evitar desfechos negativos associados ao diabetes gestacional”, destaca Sávio.
O pesquisador desenvolve o estudo na MEJC, onde pacientes são recrutadas no ambulatório de pré-natal e avaliadas no laboratório de pesquisa clínica. “É importante ressaltar que a pesquisa é um ensaio clínico, então, a gente tem até o momento 32 pacientes randomizados e, dessas, 32, 9 já concluíram todo o programa de treinamento físico, já tiveram parto e nós já temos os desfechos coletados”, destaca Sávio.
Sobre a contribuição da pesquisa para a saúde, Sávio comenta “acreditamos que, a partir desse estudo, poderemos construir uma contribuição bastante efetiva para o atendimento dessa população no Sistema Único de Saúde (SUS)”.
Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico
Sobre a importância do Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, Bruno Honório, expressa “a ciência guiou o homem ao longo da sua história, com suas perguntas e principalmente inquietações para entendermos o que está diante das nossas retinas, naturalmente, um país que investe em ciência, investe em educação no sentido literal da palavra, discernimento, pensamento crítico e sobretudo diálogo entre opiniões distintas, sem paixões, invariavelmente leva uma nação ao sucesso científico e educacional. Ser pesquisador, é ser um indivíduo que apresenta os fatos, não para apoiar sua opinião própria, mas demonstrar situações antes não vistas e que precisam ser debatidas e dialogadas. Neste dia, comemoramos o pesquisador e a ciência, percebemos que a sociedade reconhece esse esforço pelo progresso da humanidade”, pontua.
Marcyo Câmara destaca que é uma forma de reconhecimento dos profissionais. “É uma forma digna de reconhecimento para nós que estamos na linha de frente no âmbito da ciência e tecnologia. Sabemos de todas as dificuldades e do quanto é desafiador fazer ciência no nosso país. E esse reconhecimento nos dá um pouco de motivação para continuarmos nossa jornada científica”, ressalta.
Para Sávio Ferreira, o dia do pesquisador precisa ser muito comemorado. “Todas as iniciativas que chamem a atenção para a realização de pesquisa, elas merecem importância, porque nosso país ainda carece de mais pesquisa, de pesquisa de mais excelência. Então, as iniciativas, as possibilidades que são criadas para dar força para pesquisa no Brasil, elas precisam ser levadas muito a sério, precisam ser divulgadas, porque é uma forma de a gente melhorar muitas situações na saúde”, afirma.
Sobre a Ebserh
O Huol-UFRN e MEJC-UFRN fazem parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.