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SAÚDE DO CÉREBRO
O que está envolvido na ocorrência de um AVC?
Natal (RN) – O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte no mundo, segundo o Ministério da Saúde (MS). Na última terça-feira, 29 de outubro, data considerada como o Dia Mundial do AVC, o neurocirurgião e gerente de Atenção à Saúde do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh), João Ferreira de Melo Neto, alerta para os tipos de AVC. O foco é conjunto em prevenção, no socorro rápido e no tratamento ofertado pelo SUS para qualidade de vida de quem sofreu este problema.
Atenção aos sinais!
O neurocirurgião e gerente de Atenção à Saúde do Huol, João Ferreira de Melo, explica que o AVC é o aparecimento súbito de sinais e sintomas neurológicos como resultado de agravo aos vasos sanguíneos responsáveis pela circulação cerebral, e os sintomas são variáveis em razão da área vascular acometida. “Como sugestão para a população em geral, reconhecer que o seu familiar está tendo um AVC, sugerir a divulgação da escala de Cincinnati, que avalia a presença de assimetria na face, perda de força em um dos braços e alteração na fala” recomenda o profissional.
É possível prevenir a ocorrência de um AVC?
O neurocirurgião explica que AVC é uma doença onde a atuação da atenção básica à saúde pode fazer uma grande diferença na redução da sua incidência. “Existem fatores de risco para o AVC, que podem ser trabalhados na atenção básica à saúde. Entre os mais importantes estão o controle adequado da hipertensão arterial, do diabetes e das dislipidemias, bem como o combate a hábitos de vida sabidamente danosos aos vasos sanguíneos, como o fumo e dietas alimentares desbalanceadas”.
João Ferreira de Melo ainda alerta a população sobre a importância da prevenção do AVC. “Gostaria de destacar a necessidade de se esclarecer a população sobre as medidas de prevenção que podem ser adotadas para reduzir a incidência do AVC: controle eficaz da hipertensão e diabetes, bem como das dislipidemias. Tratamento da obesidade, campanhas de combate ao tabagismo e ao alcoolismo, campanhas sobre a necessidade do reconhecimento precoce dos sintomas e desenvolvimento da linha de cuidado integral do AVC pela secretaria estadual de saúde”, ressalta.
Pequenos AVCs
João Ferreira de Melo explica que o AVC é inicialmente subdivido em dois grandes grupos. AVC hemorrágico, resultado da ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano e o isquêmico, resultado da oclusão de um vaso sanguíneo intracraniano. Existem subdivisões para cada um dos grupos, os AVCs hemorrágicos podem ser subdivididos em hemorragias parenquimatosas e hemorragias subaracnóideas.
“As hemorragias parenquimatosas ocorrendo nas pessoas idosas em razão do dano crônico das artérias pela hipertensão e diabetes e nos jovens geralmente em decorrência da ruptura de uma malformação arteriovenosa cerebral. As hemorragias subaracnóideas ocorrem nos espaços em volta do tecido cerebral, geralmente em consequência da ruptura de um aneurisma cerebral, ocorre em qualquer época da vida, com pico de incidência entre a quarta e quinta décadas, com forte relação com o tabagismo. Os AVCs isquêmicos podem ter origem em doenças cardíacas, que causam formação de coágulos dentro do coração e que se desgarram, caindo na circulação, subindo para o sistema nervoso e causando o entupimento de uma artéria cerebral. O AVC isquêmico também pode ser causado pela formação de placas de ateroma na parede das artérias cerebrais, desde o pescoço até as pequenas artérias intracranianas, sendo essa modalidade muito relacionada ao controle inadequado da hipertensão arterial, do diabetes e do colesterol”, explica o neurocirurgião, João Ferreira de Melo.
Dentro do atendimento de casos de AVCs hemorrágicos, o Huol recebe pacientes provenientes do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel para a realização de exames de angiografia cerebral, onde geralmente é feito o diagnóstico da causa da hemorragia e, quando possível, já realizado o tratamento do aneurisma no mesmo momento. Nos casos de AVCs isquêmicos, o Huol oferece acompanhamento e prevenção secundária, através do ambulatório de neurologia especializado em doenças vasculares cerebrais.
Pós-AVC
O neurocirurgião esclarece que as sequelas relacionadas ao AVC irão depender da área acometida. “A melhora dos sintomas vai depender do início precoce de uma ré-habilitação efetiva, a piora da sequela pode ocorrer caso o paciente não faça uma prevenção secundária adequada e venha a ter novo AVC ou então caso o paciente, já idoso, não realize uma boa ré-habilitação. Nessa situação existe uma tendência a agravamento da rigidez do membro acometido, perda da capacidade de marcha e de autonomia, que se não for tratada prontamente pela equipe de ré-habilitação resultará em piora funcional”.
Sobre a Rede Ebserh
O Huol-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.