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Saúde e Bem-Estar
Envelhecer: conheça práticas para uma vida saudável e pesquisas sobre envelhecimento
Aumento da população idosa no Brasil requer atenção e cuidados especializados (Foto George)
Natal (RN) - A legislação brasileira considera idoso todo cidadão com 60 anos ou mais. Em função do aumento da expectativa de vida no país - de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023 -, a população idosa deve continuar crescendo rapidamente nas próximas décadas. Dados do último Censo do IBGE mostram que, nos últimos 23 anos, a proporção de idosos quase dobrou, passando de 8,7% para 15,6%. São cerca de 33 milhões de pessoas. Por conta disso, o Dia Internacional das Pessoas Idosas e o Dia Nacional do Idoso, ambos celebrados no mês de outubro, alertam sobre a urgência de implementar estratégias que garantam os direitos e atendam às demandas específicas dessa população.
Desde 2011, quando foi criada, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) desenvolve diversas iniciativas específicas para os idosos. As ações abrangem desde o atendimento ambulatorial até a internação, sempre com uma abordagem humanizada e multiprofissional. De acordo com a médica geriatra do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN), Ângela Costa, o Huol possui uma assistência médica de qualidade por médicos geriatras e demais especialidades para atendimento a idosos, “temos ambulatório de geriatria, cuidados paliativos e curso de cuidadores de idosos oferecido pela liga de geriatria”, destaca.
Envelhecer com saúde
Ângela Costa afirma que é possível envelhecer com saúde, e recomenda sete práticas essenciais que ajudam a garantir um envelhecimento mais saudável e ativo:
- Atividade física regular: Exercícios como caminhada, natação, ou alongamentos melhoram a força muscular, flexibilidade, e promovem bem-estar geral.
- Alimentação balanceada: Dietas ricas em frutas, vegetais, proteínas magras, e grãos integrais ajudam a manter o corpo nutrido e a evitar doenças crônicas.
- Sono de qualidade: Dormir bem é crucial para a recuperação física e mental, ajudando a prevenir problemas de memória e cognição.
- Cuidados com a saúde mental: Manter-se socialmente ativo, cultivar hobbies e buscar ajuda para lidar com o estresse ou transtornos mentais, como depressão e ansiedade, são fundamentais.
- Prevenção de doenças: Realizar exames regulares, como controle de pressão arterial, colesterol, e glicemia, além de vacinas, pode prevenir complicações graves.
- Hidratação adequada: Beber água regularmente é essencial para manter a função renal e outros sistemas do corpo.
- Manter o cérebro ativo: Jogos de raciocínio, leitura e aprendizagem contínua ajudam a preservar as funções cognitivas ao longo do tempo.
Ao integrar esses hábitos à rotina, há uma maior chance de promover longevidade com qualidade de vida. “Cuidar da saúde é importante para qualquer idade, o envelhecimento saudável traz impactos não só para o indivíduo, mas para sua família e sociedade. Cuidar da saúde para envelhecer bem impacta na funcionalidade da pessoa idosa levando a autonomia e independência o que proporciona fazer atividades que são importantes para si, traz um melhor convívio familiar e participação de atividades comunitárias trazem um senso de propósito. Idosos que envelhecem com saúde utilizam menos os sistemas de saúde impactando na economia”, enfatiza Ângela.
Serviço e pesquisa sobre envelhecimento
O Huol conta com o Serviço de neuropsicologia do envelhecimento (SENE), que realiza uma avaliação diagnóstica e manejo terapêutico para quadros de declínio cognitivo de pessoas idosas. Pacientes a partir de 60 anos são avaliados no SENE para investigação de quadros diversos de declínio cognitivo, a Professora do Departamento de Psicologia e coordenadora do SENE no Huol, Katie Almondes, explica que essa investigação visa avaliar se o quadro de declínio cognitivo é natural do processo de envelhecimento, se é um declínio leve compatível com o envelhecimento, se estar associado a alguma comorbidade ou se é um quadro de declínio cognitivo em transição (transtorno neurocognitivo leve), ou ainda, quadro declínio cognitivo subjetivo ou diagnostico de quadros de transtorno neurodegenerativos. “O SENE também é responsável pela avaliação diagnóstica de pacientes que tenham indicação para realizar a cirurgia de estimulação cerebral profunda, os pacientes com a doença de Parkinson. Nós realizamos, como manejo terapêutico, a reabilitação neuropsicológica desses pacientes, de acordo com avaliação inicial. Então, é um serviço, que dentro da rede SUS, no Rio Grande do Norte, é único”.
Além da avaliação diagnóstica e manejo terapêutico, o SENE abrange o ensino e pesquisa, com capacitações, formações e estudos sobre a neuropsicologia do envelhecimento. Recentemente, foi realizado um estudo ao longo de dois anos com mais de 200 idosos, no contexto da pandemia, para avaliar o prejuízo cognitivo e até quadros neurodegenerativos causados pela covid-19. “A nossa pesquisa mostra que a alteração, de fato que ocorre por Covid, é uma alteração de funcionamento executivo e não de memória, como se tem corriqueiramente associado” disse Katie Almondes sobre os resultados da pesquisa.
Sobre a Ebserh
O Huol-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.