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Diabetes: cuidados começam com educação em saúde
Natal (RN) - Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), estima-se que, no Brasil, mais de 15 milhões de adultos vivam com ela, uma das doenças crônicas de crescimento mais rápido no mundo. O Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN), da Rede Ebserh, oferece atendimento especializado realizado por equipe multidisciplinar.
O diabetes ocorre quando o corpo não consegue regular adequadamente os níveis de glicose (açúcar) no sangue devido a um problema na produção ou no uso da insulina. Esse hormônio é responsável por transportar a glicose para dentro das células, onde ela é utilizada como fonte de energia. Existem diversos tipos de diabetes – sendo três os mais comuns - e os sintomas podem ser semelhantes, variando em intensidade e forma de manifestação.
O Professor e Endocrinologista do Huol, Josivan Lima, explica: “quando a glicose está muito elevada vai causar os sintomas clássicos do descontrole glicêmico, que chamamos de 4Ps: polifagia (muita fome), polidipsia (muita sede), poliúria (urinar demais) e perda de peso inexplicada. Além desses sintomas clássicos, há sintomas menos específicos, como fraqueza, indisposição, formigamento/dormências em mãos e pés, visão turva”, afirma.
Os dois tipos mais frequentes da diabetes são o tipo 1 e o tipo 2. Josivan Lima ressalta que o tipo 1 é mais frequente em crianças, adolescentes e adultos jovens e. geralmente. não se relaciona com o excesso de peso. “Nele, as células que produzem insulina (celulas beta pancreáticas) são destruídas e, não havendo mais como produzir, o paciente precisa de imediato iniciar insulina”, disse o endocrinologista. Já o tipo 2 é mais frequente em pessoa com excesso de peso, com história familiar de diabetes e mais velhos. “Apesar do pâncreas ainda conseguir produzir insulina, ela não age adequadamente (chamamos de "resistência à insulina"), e por isso a glicose aumenta, trazendo as complicações”, explica Josivan Lima.
O Huol dispõe de ambulatórios específicos de síndrome metabólica, dislipidemias e de diabetes tipo 1, com equipe multidisciplinar, contando com nutricionistas para a orientação alimentar e acesso a oftalmologistas para avaliação anual do exame de fundo de olho. “De acordo com a individualidade de cada paciente, encaminhamos para os profissionais específicos”, ressalta o Professor e Endocrinologista do Huol, Josivan Lima.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito com base nos níveis de glicose no sangue, que devem ser realizados em todos os indivíduos com sintomas sugestivos e ainda naqueles assintomáticos com mais de 35 anos ou com menos de 35 anos e com fatores de risco, como histórico familiar, obesidade, pressão alta ou sedentarismo. Os exames mais comuns são glicemia de jejum, hemoglobina glicada (A1c), teste oral de tolerância à glicose (TOTG) e glicemia aleatória.
O tratamento envolve uma combinação de cuidados médicos, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, o uso de medicamentos. “A dieta com restrição de carboidratos simples e de gorduras e a atividade física regular são a base do tratamento. O diabetes tipo 1 precisa ser tratado com insulina já no diagnóstico. O tipo 2 utiliza medicamentos orais e, a depender do controle, pode precisar de insulinoterapia”, explica Josivan Lima.
“Mais importante que o acompanhamento com exames periódicos e ajustes nas terapias, a população como um todo deve ter em mente que a prevenção do diabetes é possível, principalmente se iniciada precocemente com mudanças no estilo de vida: manter atividade física regular; alimentação adequada com peso normal para a estatura; quantidade, qualidade e constância do sono e o controle do estresse. Todos devem objetivar o controle desses quatro pontos fundamentais para a saúde, mas principalmente aquelas pessoas que têm história familiar de diabetes devem se atentar mais ainda. A prevenção do aparecimento do diabetes é possível e, não havendo diabetes, não haverá complicações como cegueira, amputações, infarto do miocárdio, insuficiência renal e acidente vascular cerebral”, alerta o professor.
Sobre a Rede Ebserh
O Huol-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.