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ORIENTAÇÃO
Diarreia atinge todas as faixas etárias, mas crianças e pessoas idosas são mais vulneráveis
Diante de um quadro de diarreia, deve-se buscar atendimento médico especializado - Foto: Mohamed Hassan/Pixabay
Cólicas, dores abdominais, gases, vontade urgente de ir ao banheiro... Praticamente toda pessoa que você conhece já passou por isso: o famoso “piriri”. Distúrbio do aparelho digestivo que pode ser definido como a ocorrência de três ou mais evacuações de fezes com consistência líquida ou aquosa em um período de 24 horas, a diarreia pode ser resultado de vários fatores.
Conforme a gastroenterologista Marília Marques, médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), apesar de serem comuns, tais manifestações exigem atenção, pois contribuem para os elevados índices de morbimortalidade infantil. O maior risco de ocorrência de diarreias se dá em crianças menores de 6 meses de idade e desnutridas bem como na população idosa, que apresenta grande vulnerabilidade.
Também por isso, a médica explica que, diante de uma diarreia, é importante estar alerta aos extremos de idade (crianças e idosos) e aos sinais de alarme, que são: febre, diarreia prolongada (maior que sete dias), desidratação, presença de sangue ou muco nas fezes, número elevado de evacuações diárias (de seis a dez vezes ao dia). “Em todos os casos, é necessária uma avaliação médica para o correto diagnóstico, estabelecer a causa do distúrbio e proceder as orientações de tratamento pertinentes a cada caso”, orienta a gastroenterologista do HULW.
Problema é provocado por diferentes fatores
Marília Marques esclarece que diferentes fatores provocam diarreias, como: alterações na motilidade do intestino (contrações intestinais exageradas), presença de substâncias que não são completamente absorvidas e atraem água do organismo para dentro do intestino, presença de inflamação na mucosa intestinal, infecções ou desequilíbrio da microbiota intestinal. “Certos alimentos podem atuar em alguns desses aspectos e promover o surgimento de diarreia”, afirma.
Uma importante causa de diarreia, inclusive, é a intolerância alimentar, especialmente a intolerância à lactose. “Nesses indivíduos, por falha na ação da enzima lactase, a lactose não é bem digerida e, como consequência, não é absorvida. Ela então exerce uma força osmótica que atrai água para dentro do intestino e ocasiona fezes mais líquidas. A alergia alimentar, principalmente alergia à proteína do leite de vaca, também pode se apresentar como diarreia, sendo particularmente importante na infância, quando costuma vir acompanhada de muco ou sangue bem como dificuldades no ganho de peso da criança”, explica a especialista do HULW.
Quem está doente precisa de alimentação equilibrada
Independentemente do que causou o “piriri”, no entanto, o cuidado com a alimentação precisa ser redobrado. “A orientação é de manter uma dieta equilibrada com boa hidratação, aumentando a ingestão de água, sucos e chás. Refrigerantes não são recomendados para o tratamento da desidratação, pois não possuem adequadas osmolaridade e composição de eletrólitos, além de serem ricos em açúcares”, explica a gastroenterologista do HULW.
De uma forma geral, o recomendável diante de um quadro de diarreia, segundo a médica Marília Marques, “é buscar atendimento médico especializado, aumentar o consumo de líquidos e adotar medidas alimentares específicas, como uma dieta com baixo teor de resíduos, evitando alimentos gordurosos e condimentados, chocolates, cereais e derivados integrais, carnes ricas em tecido conjuntivo e leguminosas”.
Angélica Lúcio - Jornalista HULW-UFPB/Ebserh
Unidade de Comunicação Social