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CONSCIENTIZAÇÃO
Cuidados com a visão podem evitar cegueira, orienta oftalmologista do HULW
Oftalmologista Carla Pereira atende usuária do Hospital Universitário Lauro Wanderley
Catarata, glaucoma, retinopatia diabética, descolamento de retina e degeneração macular. São essas as principais causas de cegueira no Brasil e que, muitas vezes, podem ser evitadas. Prevenção, aliás, é a palavra-chave no chamado Abril Marrom, campanha de saúde que tem o objetivo de reduzir a incidência de casos de deficiência visual, por meio da conscientização da população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento correto das doenças oculares.
A oftalmologista Carla Pereira, uma das especialistas da Unidade da Visão do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB), explica que há cegueira de causas irreversíveis e reversíveis. Entre os tipos mais comuns, está a cegueira provocada pela catarata, pelo glaucoma e pela retinopatia diabética.
“Este mês de abril é muito importante para que se divulgue a importância do exame preventivo, sobretudo nessa pandemia, em que muita gente está reclusa, com medo de procurar um centro de saúde. Com a realização dos exames, podemos identificar pacientes assintomáticos, mas que são portadores de alguma doença, cuja progressão pode ser evitada e, consequentemente, também a cegueira”, destaca a oftalmologista do HULW, que é um hospital-escola vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Carla Pereira lembra que a cegueira causada pelo glaucoma é evitável, porém, na fase inicial da doença, a pessoa não tem qualquer sintoma, o que eleva a necessidade de consulta periódica com um oftalmologista. “Por isso é muito importante que, a partir dos 40 anos, todo paciente seja examinado. Pessoas que têm parente na família com a doença ou têm algum fator de risco devem consultar o médico de seis em seis meses”, explica. Mesmo o glaucoma sendo uma das causas mais comuns de cegueira, muitas vezes o paciente só procura atendimento quando está com uma baixa visual definitiva. “Nessas situações, infelizmente, não temos mais o que fazer”, diz.
Catarata dá sinais
Ao contrário do glaucoma, a catarata dá sinais. A doença gera uma baixa visual e que é progressiva. Entre os principais sintomas da doença, estão: visão nublada; sensibilidade à luz e necessidade de maior iluminação para ler; visão noturna fraca; cores ficam amareladas.
“O paciente sente o incômodo da claridade, ele se incomoda como se estivesse com uma pasta amarelada na visão, que vai baixando progressivamente e também torna o paciente míope; ou seja, ele fica com dificuldade de enxergar para longe”, relata a oftalmologista do HULW. Ela ressalta que o paciente com catarata precisa passar por uma cirurgia para que possa recuperar a visão. O tipo mais comum da doença, explica a especialista, é a catarata senil.
Diabetes exige atenção
A oftalmologista do Lauro Wanderley também chama a atenção das pessoas que têm diabetes, pois o olho é um dos principais órgãos lesados pela doença. “Com o passar do tempo, a diabetes vai descompensando a retina, o fundo do olho. O paciente deve ser acompanhado tanto pelo oftalmologista quanto pelo endocrinologista, para haver um controle da doença. Não adianta tratar o olho e não controlar a diabetes”, ressalta.
“Muitas vezes, a cegueira causada pela diabetes, infelizmente, chega num estágio que o tratamento não consegue mais controlar o quadro e com frequência o olho se torna bastante dolorido devido ao aumento significativo da pressão intraocular!”, afirma a médica Carla Pereira. Para evitar esse tipo de situação, o paciente precisa prevenir a cegueira, consultando um especialista em retina e fazendo os exames necessários, principalmente quem sofre com o diabetes há mais de dez anos. “Mesmo o paciente estando com a glicemia sob controle, há um risco muito elevado de descompensar a retina”, alerta a oftalmologista.
CUIDADOS GERAIS COM A VISÃO
Realizar exame oftalmológico com rotina.
Usar óculos escuros (a exposição aos raios ultravioleta causa alterações na retina e doenças como pterígeo e catarata).
Não coçar os olhos (há doenças relacionadas ao ato de coçar, como ceratocone).
Manter o olho lubrificado (a lágrima é a proteção dos olhos).
Não usar colírio indiscriminadamente (principalmente corticoides, que causam catarata e glaucoma).
Controlar doenças (como diabetes, hipertensão, doenças reumatológicas e doenças infecciosas que podem causar alterações nos olhos).
Procurar o oftalmologista quando sentir qualquer alteração na visão.
Não se automedicar.
Angélica Lúcio - Jornalista HULW-UFPB/Ebserh