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ACESSO IGUALITÁRIO
E se fosse você, como lidaria com as barreiras enfrentadas pelas PCDs?
Santa Cruz (RN) – No mês de dezembro, é celebrado o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992, para conscientizar sobre os direitos fundamentais das pessoas com deficiência (PCDs), como acesso à saúde, à educação e ao trabalho. Mas você já ouviu falar em capacitismo? Sabe o que é e como ele pode impactar o acesso das PCDs aos serviços de saúde? A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra 45 hospitais universitários federais nas cinco regiões brasileiras, convida você a refletir sobre os desafios e a importância do atendimento inclusivo no Sistema Único de Saúde (SUS).
Desafios e conquistas no dia a dia
A psicóloga Myrna Raquel Agra de Souza, é empregada PCD há 10 anos na Ebserh, e conta quais os desafios e conquistas alcançados no dia a dia de trabalho no Huol. “Os desafios são sempre os mesmos, é fazer a gestão perceber as particularidades de cada trabalhador, que cada deficiência é única e ajustar as necessidades de cada um ao seu ambiente de trabalho. As conquistas são justamente os resultados desse olhar sobre o trabalhador, quando o mesmo consegue ser contemplado dentro da sua particularidade. Como por exemplo: uma estrutura física adequada onde ele possa estar no seu espaço de trabalho, uma carga horária flexibilizada diante de uma necessidade, entre outras. É importante sempre buscar os direitos dentro do espaço de trabalho para que possamos estar sempre equiparados aos demais trabalhadores”, disse a profissional.
Myrma Raquel ainda destaca que a acessibilidade e a inclusão no trabalho é lei e diz “para além disso, garantir que a inclusão de pessoas com deficiência é valorizar a diversidade, é garantir igualdade e respeito assegurando que todos tenham condições e mesmas oportunidades, é reduzir riscos e barreiras garantindo a segurança do trabalhador e, por fim, proporcionar engajamento e produtividade. Um funcionário que percebe que a empresa olha para ele e suas particularidades se sente mais satisfeito e empenhado”.
A estudante do curso de medicina, Maria Fernanda Almeida Silva, conta sua experiência de ensino e aprendizagem como pessoa com deficiência nos hospitais universitários do RN. Maria Fernanda já passou pelo Huol-UFRN, Mejc-UFRN e, agora, estuda no Huab-UFRN. “São ambientes extremamente acadêmicos e com ótimos preceptores, uma grande oportunidade de aprendizado tanto profissional quanto pessoal. Só é possível que pessoas com deficiência acessem e se mantenham nesses locais na presença da acessibilidade plena. Se faz necessário que essas pessoas sejam ouvidas para que melhorias sejam realizadas nesses serviços, porque a visão é diferente quando você passa diariamente por situações que pessoas sem deficiência não vivenciam”, disse Maria Fernanda.
Para garantir a integração e a acessibilidade plena, Maria Fernanda ainda enfatiza a importância da acessibilidade atitudinal. “Gostaria de destacar a importância da acessibilidade atitudinal que se trata de comportamentos, atitudes e práticas para incluir pessoas com deficiência. Fiquei muito feliz por encontrar profissionais que desempenham com excelência esse ponto, deveria haver capacitações sobre essa temática para que mais pessoas adquiram esse conhecimento”, conta a aluna de medicina.
Ações da Rede Ebserh
A Rede Ebserh tem implementado iniciativas para melhorar o atendimento às pessoas com deficiência em seus 45 hospitais universitários. Entre as ações estão a capacitação de profissionais e a adaptação de estruturas físicas. Em 2024, foram realizados dois eventos on-line organizados pelo Serviço de Relações de Trabalho (Seret).
O 1º Webincluindo abordou: “Inclusão começa em mim, em você, e vamos semeá-la em toda a Rede Ebserh”, já com participação de intérpretes de Libras do quadro de profissionais da instituição. O 2º Webincluindo, em novembro, discutiu o tema: “Vamos falar sobre capacitismo”, com a presença de Naira Rodrigues Gaspar, Diretora da Secretaria Nacional do Direito da Pessoa com Deficiência, que destacou avanços e desafios no Brasil. Além disso, está em análise um levantamento com 487 respostas de PCDs da Rede, visando desenvolver ações que atendam às suas necessidades de forma mais eficaz.
Sobre a Ebserh
O Huol, Huab e Mejc fazem parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.