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SUPER-HEROÍNA CONTRA A COVID-19
“Sabia que tinha muito a contribuir na luta pela vida dos pacientes”
“No dia 2 de maio, comecei a sentir muita dor de cabeça. O que me chamou a atenção, no entanto, foi o fato de que essa dor não passava com nenhum analgésico que eu tenho costume de usar. A dor foi persistindo e, alguns dias depois, fui ao serviço de urgência de um hospital e fiz o teste PCR para Covid19. Depois disso, vieram dias de muito choro; muito mesmo. Chorava, principalmente, pelo medo do desconhecido e o medo maior de ter contaminado alguém da minha família: os meus pais, a minha irmã, o meu marido e a minha filha de 3 anos. Alguns dias antes de fazer o teste, eu já estava longe deles, justamente por essa possibilidade. Além do mais, alguns colegas do meu setor de trabalho no HU-UFS já estavam com resultados positivos ou com sintomas. Sem dúvida, a pior parte foi o distanciamento das pessoas que amo, algo que nunca havia acontecido até então. Quando recebi o resultado positivo para Covid-19, rezava muito e pedia a Deus que restabelecesse a minha saúde e que os sintomas não piorassem. Nesses dias de isolamento, recebi apoio de várias pessoas da família e amigos, incluindo os do trabalho. Isso, sem dúvida, fez muita diferença. Faz um bem danado você ser lembrado numa hora dessa. Gratidão é a palavra! Agradeço demais a Deus pela oportunidade de recomeçar. Foi por essa gratidão que me ofereci para trabalhar na UTI Covid-19 do HU-UFS, onde temos todos os equipamentos de proteção individual necessários. Amo muito a minha profissão. Sabia que tinha muito a contribuir na luta pela vida dos pacientes. E o sentimento não foi diferente ao trabalhar na UTI Covid-19. A gratidão a Deus só aumenta, pela minha saúde e a da minha família e amigos, mas também por me permitir ajudar a quem tanto precisa. Sinto que, a cada plantão, faço o meu melhor e posso contribuir com o que aprendi nesta profissão tão linda que é a enfermagem. Nasci para cuidar, para prestar assistência direta a pacientes, para vibrar com cada vitória quando um paciente se recupera e sai de alta. E também para sofrer quando o desfecho não é o que esperamos. A cada plantão, aprendemos algo diferente e, principalmente, a agradecer pelo dom da vida. Cuidem-se! Cuidem dos seus! Aos colegas, digo que façam pelos pacientes o que aprendemos na faculdade e na vida. Todos venceremos esta fase”.