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HU-UFS/Ebserh e representantes da aldeia Xokó discutem a saúde dos povos indígenas
Aracaju (SE) – O Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), tem caminhado e contribuído com as discussões sobre a saúde dos povos indígenas. Em fevereiro deste ano de 2024, gestores do HU-UFS/Ebserh, representantes da aldeia Xokó e profissionais do Distrito Sanitário Indígena (DSEI) de Alagoas e Sergipe estiveram reunidos para iniciar as propostas acerca de um planejamento para atender as comunidades indígenas da localidade.
Os Xokós estão localizados na cidade de Porto da Folha (SE), distante cerca de 196 km de Aracaju. A organização federal, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), para atenção à saúde das aldeias, constitui-se a partir da composição dos territórios como ‘Distrito Sanitário Especial Indígena’ (DSEI), uma forma geográfica de dividir que leva em conta a localização das terras indígenas (não se restringe aos limites dos estados membros) e os aspectos étnico-culturais. São, então, 34 DSEI no Brasil, dos quais Alagoas e Sergipe formam um desses distritos, em que a sede fica em Maceió, a 220 km da aldeia Xokó.
Por isso, os Xokós têm recebido atendimento na capital alagoana, inclusive no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas (Hupaa-Ufal), também da Rede Ebserh. A ideia dessa primeira conversa com o HU-UFS/Ebserh foi a de buscar favorecer uma demanda vinda dos próprios indígenas, dos Xokós e de outras aldeias vizinhas, que é o acesso ao serviço hospitalar mais próximo em Aracaju. Também compareceram a esse encontro os representantes do DSEI Alagoas e Sergipe, o engenheiro civil Marcos Holanda e as enfermeiras Vailza Nascimento e Cláudia Gama.
A enfermeira Jéssica Danila Santos é de origem Xokó e atua na atenção primária de sua aldeia. Ela e os membros da liderança Xokó, o Cacique Ba e Alisson Acácio estiveram presentes nessa reunião. “Estamos conversando com a finalidade de abrir as portas e ter esse ponto de apoio para serviços de média e alta complexidade, por exemplo, para fazer tomografias, ressonâncias, consultas e tratamentos. Para o povo Xokó, Aracaju é a melhor opção porque é menos distante”, disse. A aldeia conta com uma média de 135 famílias, com 390 pessoas cadastradas, reconhecidamente como aldeados. Existem também os não aldeados, aqueles que vivem em contexto urbano (que saíram para estudar ou trabalhar na cidade) e não estão contabilizados nesses dados.
A chefe do Setor de Apoio Diagnóstico, Flávia Costa, e a chefe substituta da Divisão da Gestão do Cuidado, Tássia Bonfim, foram as porta-vozes do HU-UFS/Ebserh nessa conversa. Flávia conta que esse primeiro contato foi importante para verificar as principais necessidades do serviço hospitalar para a aldeia. “Nós queremos somar nessa causa, garantindo o acesso à saúde com qualidade e respeito”, ressaltou. Uma reunião para planejar os próximos passos está prevista para abril, inclusive vendo os aspectos relacionados à contratualização dos serviços com a Secretaria da Saúde de Aracaju, gestor SUS que formaliza os contratos de procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos com o HU-UFS/Ebserh.
Discussões de fortalecimento da saúde indígena
O olhar voltado à garantia de acesso à saúde dos povos indígenas já é um tema que vem sendo estimulado na Rede Ebserh. No Conselho de Administração, instância para deliberações estratégicas da empresa, é uma pauta em destaque, conforme afirma o represente dos empregados da Ebserh nesse Conselho, Alailson Santana, enfermeiro do HU-UFS/Ebserh. Ele lembra que as discussões tiveram início de articulação ainda com o representante anterior dos empregados, Manoel Bastos, enfermeiro do Hupaa-Ufal e descendente dos povos Pankará.
Em 21 de junho de 2023, segundo Alailson relata e está registrado na ata de acesso público, houve uma reunião com o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (MS), Weibe Tapeba, e com o diretor do Departamento de Proteção Territorial do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Ary Bastos Pankará, para reflexões sobre a saúde dessa população e os principais aspectos de adequação dos hospitais, a fim de que tenham espaços preparados para atender as demandas.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS) faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) desde outubro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo e que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo, com revisão de Danielle Campos
Revisão final da Unidade de Comunicação Regional 2 - Sergipe
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh