Notícias
CONSCIENTIZAÇÃO
Dia mundial do vitiligo
O vitiligo é uma doença da pele que dá os seus primeiros sinais quando começam a aparecer manchas brancas ao redor de olhos, boca ou braços, por exemplo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a doença afeta pelo menos 1% da população mundial. Com a finalidade de promover conscientização sobre essa patologia, o dia mundial do vitiligo é celebrado anualmente no dia 25 de junho.
Segundo a dermatologista Jonnia Sherlock, do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), vinculado à Rede Ebserh/MEC, a origem da doença ainda não está definida, mas há evidências que sugerem a participação da genética, já que cerca de 20% dos pacientes têm algum parente de primeiro grau com a enfermidade. A médica explica que a autoimunidade também pode estar relacionada ao problema. “Nesses casos, o sistema imunológico se desorganiza e passa a produzir anticorpos que irão agredir as células produtoras da melanina, o pigmento que dá cor à pele”, detalha.
O vitiligo pode aparecer em qualquer idade, mas alguns estudos científicos apontam uma predisposição para antes dos 20 anos. Para a SBD, o vitiligo associa-se com frequência a outras doenças autoimunes, como alterações da tireoide, diabetes, alopecia e psoríase.
Mais visível em peles escuras
O vitiligo pode afetar todo tipo de pele, porém é mais visível em peles escuras, como se conhece pelo caso do artista estadunidense Michael Jackson. Um estudo publicado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2007 mostrou que o maior destaque das lesões em pacientes pardos e negros reflete o cenário da cor de pele predominante na população brasileira e o seu impacto para os acometidos pela doença. Em alguns casos, a falta de melanina pode afetar o cabelo, as sobrancelhas, os cílios, a barba e o bigode.
Como tratar?
O tratamento para vitiligo concentra-se no alívio dos sintomas psíquicos e na possibilidade de parar a progressão das lesões pelo corpo. “Pode ser feito com medicações anti-inflamatórias do tipo corticoides; com máquinas de fototerapia; com cirurgias de autoenxerto de pele; e com medicações antidepressivas”, garante Jonnia.
É crucial estabelecer um diagnóstico correto, já que nem todas as manchas brancas são vitiligo. A SBD alerta para o fato de que algumas manchas brancas podem ser o resultado da ação de fungos, dermatite atópica ou outras inflamações cutâneas. Por isso, um dermatologista especialista nesse tipo de lesões é quem deve fazer o diagnóstico correto e oferecer um tratamento adequado.
Grande fonte de sofrimento
Muitos estudos científicos demonstram que portadores de doenças incuráveis ou com tratamentos complexos costumam vivenciar fases de sofrimento. Embora os tratamentos para vitiligo possam ser bastante eficazes, não é possível falar de cura definitiva. Algumas pesquisas multidisciplinares, com a participação da psicologia, atestam que o vitiligo pode ser uma fonte de ansiedade e depressão.
Ambulatório de vitiligo no HU
O HU-UFS/Ebserh tem um ambulatório específico de vitiligo. “O atendimento especializado e contínuo da doença permite o acolhimento e tratamento integral do paciente”, pontua Jonnia. Para ser paciente, o interessado deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência, a fim de que o médico analise a possibilidade de encaminhamento para o HU-UFS/Ebserh, no âmbito da contratualização de serviços com o gestor municipal do Sistema Único de Saúde (SUS).
Sobre a Rede Ebserh
O HU-UFS faz parte da Rede Ebserh desde outubro de 2013. Estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e administra 40 hospitais universitários federais. As suas atividades são apoiadas e impulsionadas por meio de uma gestão de excelência.
Vinculadas a universidades federais, essas unidades hospitalares têm características específicas: atendem a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh/MEC atua de forma complementar ao SUS e não é responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Por Luís Fernando Lourenço
Ascom/HU-UFS/Ebserh