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DIGNIDADE
Cuidados Paliativos: humanização na atenção à saúde promove qualidade de vida a pacientes
Cuidados Paliativos: Encontro entre Teoria e Prática
O cuidado paliativo como procedimento oficial da assistência à saúde teve sua formalização em 2006 por meio da Política Nacional de Saúde, estabelecendo diretrizes para a sua implementação. Desde então, o modelo tem se expandido, embora com desafios em termos de infraestrutura e capacitação em muitas regiões do país.
Ao passar das décadas, o cuidado paliativo como prática hospitalar ainda é um conceito pouco compreendido para familiares com algum ente em tratamento de saúde, algumas vezes, até mesmo pelos profissionais envolvidos.
Com o objetivo debater o cuidado paliativo entre a comunidade acadêmica e de profissionais da assistência social, psicologia, enfermagem, medicina, fisioterapia e gestores hospitalares, foi realizado o círculo de palestras e mesa redonda Cuidados Paliativos: Encontro entre Teoria e Prática, ocorrido no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS/Ebserh).
Cuidados Paliativos envolvem uma abordagem multidisciplinar e se concentram no conforto, dignidade e apoio emocional do paciente e de sua família. Além disso, buscam proporcionar suporte na tomada de decisões e garantir que as preferências do paciente sejam respeitadas, independentemente da fase da doença. A presidente da Comissão de Cuidados Paliativos do HU-UFS/Ebserh, Dra. Vanessa Dias, primeira palestrante do evento, trouxe essa definição para sua palestra Conceitos Fundamenteis em Cuidados Paliativos.
De acordo com Aline Alves Menezes, organizadora do encontro, o HU-UFS/Ebserh, como centro de formação acadêmica, precisa abrir portas à comunidade, articulando todos os níveis de atenção à saúde aos cuidados paliativos. “A proposta é articular estudantes, gestão hospitalar, toda a equipe de assistência e a equipe de cuidados paliativos para apresentar a realidade, potencialidades e desafios de cada serviço e colocar todo mundo parta conversar”.
Como psicóloga da Ebserh, atuante na oncologia do HU-UFS, Aline Menezes atesta em seu cotidiano os impactos positivos na qualidade de vida dos pacientes, quando o procedimento em Cuidados Paliativos é praticado de forma coesa pela equipe hospitalar. “No HU temos uma Comissão de Cuidados Paliativos como disparador desse processo, o desafio é oferecer suporte à equipe assistencial para conduzir o trabalho em um tema sensível para paciente e família, quando não existe proposta curativa”, complementa.
Para a médica Rívia Siqueira Amorim, presidente da Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário de Lagarto (HUL-UFS/Ebserh) a comunicação é fundamentalmente o pilar central no desenvolvimento de um cuidado paliativo competente. Durante sua fala na palestra Comunicação como Estratégia de Cuidado Paliativo, Dra. Rívia destacou a diferença entre informar e comunicar ao exemplificar com situações vividas no HU em Lagarto. “Precisamos lidar com situações muito específicas, as demandas, às vezes, ultrapassam a necessidade clínica, é uma necessidade de escuta. A fragilidade das relações familiares vem à tona e a equipe de saúde precisa ser clara, direta e sem tecnicidade, porém, trazendo essa família para o entendimento da melhor forma de dar ao paciente uma qualidade de vida possível”. Comunicar-se bem em cuidados paliativos significa transmitir de forma efetiva as decisões técnicas com respectivos motivos, respeitando-se os anseios do paciente, condições de tratamentos e incluindo os parentes durante todo o processo.
Programada para a parte final do encontro, a Mesa Redonda: Cuidados Paliativos na Prática Clínica Multiprofissional trouxe a vivência de diferentes profissionais e seus relatos no dia a dia em instituições hospitalares da capital. Cada integrante da mesa pôde apresentar, a partir do seu campo de trabalho, as formas de execução dos cuidados paliativos.
As integrantes Marlemberg Carvalho de Matos, assistente social da equipe de cuidados paliativos e oncopediatria do HUSE; Raquel Caroline, responsável técnica de psicologia no Hospital Cirurgia; Fabiana Conceição, fisioterapeuta e membro Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário de Lagarto (HUL-UFS/Ebserh) e Samara Oliveira, enfermeira da Comissão em Cuidados Paliativos do HU-UFS/Ebserh participaram ainda do debate aberto com o público presente.
Sobre a Ebserh
O HU-UFS faz parte da Rede Ebserh desde outubro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Diego Martin