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Especialistas do HU-UFPI alertam que prevenir quedas é fundamental e protege vidas
Teresina (PI) - Sete em cada dez mortes acidentais de pessoas acima de 75 anos no Brasil são consequências de quedas, segundo dados do Ministério da Saúde. Mais de 33 mil crianças menores de 10 anos foram internadas por essa razão em 2023, sendo a principal causa de morte até os 14 anos de vida e a principal motivação de ida a unidades de emergência. Dados tão expressivos ressaltam a importância do alerta produzido pelo Dia Mundial de Prevenção de Quedas, celebrado hoje - 24 de junho. Evitá-las reduz hospitalizações, agravamentos e mortes.
As pessoas com idade acima de 75 anos representam até dez vezes mais hospitalizações e até oito vezes mais mortes derivadas de quedas em comparação com o público de outras faixas etárias. Elas podem produzir danos físicos (como fraturas, hospitalizações, alteração da mobilidade e até morte) e danos psicológicos, ao gerar restrições de atividades e perda da autonomia por receio de uma nova queda.
A geriatra do HU-UFPI/Ebserh, Glenda Moreira, explica que as quedas continuam sendo um dos principais fatores de mortalidade dentro do processo de envelhecimento da população brasileira. Segundo ela, a avaliação médica e da equipe multidisciplinar é extremamente necessária para fazer o diagnóstico em situações que favorecem queda, situações de saúde como artrose, osteoporose, alteração de cognição, pacientes que têm restrição alimentar severa em nível de proteína, desenvolvendo fraqueza muscular ou sarcopenia, tudo isso aumentando o risco de queda e de fraturas e complicações que levam a morte precoce.
“É importantíssimo que a gente faça alusão ao tema e isso não é só do médico, é da sociedade como um todo, porque quedas também acontecem dentro e fora de casa por questões de não acessibilidade”, alerta a médica.
Os fatores de risco são inúmeros e devem ser combatidos com vigilância e atenção. Algumas ações importantes são a realização de exames regulares de visão e audição, alimentação adequada para uma melhor saúde óssea e muscular, bem como a revisão regular de medicamentos, que podem causar tontura ou fraqueza.
Hipertensão arterial, diabetes, artrites, doenças neurológicas e osteoarticulares (como artrites e gota) precisam estar controladas, pois afetam a força muscular, que deve ser estimulada com a prática de exercícios, sono regular e alimentação balanceada.
Exercitar-se é preciso
Exercícios físicos trazem força muscular e equilíbrio, principais atributos para evitar quedas. Com o processo de envelhecimento, modificações físicas, emocionais e sociais geram consequências na capacidade funcional e na qualidade de vida.
Uma dessas alterações é a sarcopenia, comum em pessoas idosas, que é caracterizada pela diminuição progressiva da massa muscular e da perda de força e está associada à grande prevalência de quedas nessa população.
Queda em hospitais
A queda é uma preocupação nos serviços de saúde do mundo todo. Estudos internacionais mostram índice de 1,03 a 4,18 quedas a cada 1.000 pacientes internados, enquanto o índice nacional tem uma variação entre 1,7 e 7,2 quedas a cada 1.000 internados.
O Protocolo de Prevenção de Quedas, que integra o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) do Ministério da Saúde, informa que “a hospitalização aumenta o risco de queda, já que os pacientes se encontram em ambientes que não lhes são familiares, além de eles serem portadores, muitas vezes, de doenças que predispõem à queda e muitos dos procedimentos terapêuticos, como as múltiplas prescrições de medicamentos, podem aumentar esse risco.”
Medidas preventivas são adotadas nos hospitais de Rede Ebserh, de Norte a Sul, transformando-os num ambiente de cuidado seguro.
“No HU-UFPI/Ebserh temos ações específicas descritas em protocolos e POPs institucionais para prevenção de quedas nas unidades de internação e ambulatório pela equipe multiprofissional (enfermeiros, médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, educadores físicos, técnicos de enfermagem)”, informa a enfermeira do Setor de Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente, Cyane Fabiele Pinto.
Segundo ela, é feita triagem do risco de queda a fim de identificar pacientes de maior risco e a partir daí implementadas medidas preventivas educativas e práticas de acordo com risco. Pacientes de maior risco são identificados com pulseira amarela.
Ainda de acordo com ela, nesse mês, em alusão ao tema, o grupo de trabalho de prevenção de quedas do HU-UFPI/Ebserh programou ações educativas junto a equipe assistencial com o seguinte tema: Indicadores relacionados a queda, avaliação e classificação do risco de queda dos pacientes no HU-UFPI/Ebserh.
Sobre a Ebserh
O HU-UFPI faz parte da Rede Ebserh desde novembro de 2012. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.