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CONSCIENTIZAÇÃO
Julho Verde: Campanha tem como objetivo alertar sobre cuidados preventivos para a saúde da cabeça e do pescoço
São Luís (MA) – A previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o Brasil em 2024 é o surgimento de 39.550 novos casos. Só na Região Nordeste, estima-se que haja mais de dez mil novos casos. Acrescentando-se o câncer de pele (melanoma), que também atinge a região da cabeça e pescoço, a projeção amplia-se em 48.530 casos em todo o país.
O julho verde traz a atenção para os problemas relacionados à cabeça e ao pescoço. Entre as causas para sintomas presentes na região superior do corpo, os tumores malignos representam o maior risco à saúde das pessoas. As lesões que surgem na boca, orofaringe, laringe (local onde estão as cordas vocais), nariz, seios nasais, nasofaringe, órbita, pescoço, tireoide, couro cabeludo, pele do rosto e do pescoço podem indicar doenças determinadas como Câncer de Cabeça e Pescoço.
A gama de áreas atingidas é extensa e demanda do profissional médico uma investigação criteriosa, posto que os sintomas são comuns a outras condições clínicas. Para a cirurgiã da cabeça e pescoço, Lívia Souza, essas queixas são comuns nos pacientes atendidos pelo Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA) e vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). “Manchas brancas ou avermelhadas na boca, além de lesões de pele ou manchas que coçam, descamam e aqueles sinais ou pintas que mudam de tamanho, de forma, de cor. Importante destacar que quando perdurarem por mais de 15 dias, essas lesões precisam ser avaliadas por um médico, para que o diagnóstico seja feito da forma mais precoce possível", detalha a profissional.
Os sintomas desencadeados pelo câncer de cabeça e pescoço englobam nódulos ou inchaço, dores persistentes (no ouvido, garganta, boca e ao engolir) dificuldade para engolir, rouquidão ou mudança na voz, feridas na boca ou no nariz que não cicatrizam, sangramentos e dificuldade para mover a língua ou a mandíbula.
Apenas mais uma pequena ferida...
O primeiro passo é procurar um clínico geral ou dentista para avaliar o caso. Na presença de lesões suspeitas, será feito o encaminhamento ao especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, já que o rastreio da doença está associado aos sinais e sintomas, como também à presença dos fatores de risco.
O diagnóstico é geralmente feito através de uma combinação de exames físicos, exames de imagem (como tomografia computadorizada ou ressonância magnética) e biópsia (remoção de um pequeno pedaço de tecido para análise). As regiões da cabeça em que podem surgir malignidades por essa enfermidade são extensas, igualmente às possibilidades de tratamentos.
Tratamento
O tratamento depende do tipo e estágio do câncer. Ele pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação dessas abordagens. A escolha do tratamento é feita de forma individualizada, levando em consideração diversos fatores, como a extensão do câncer, estado de saúde geral do paciente e suas preferências.
Por sua experiência nesta área, Lívia Souza traz uma perspectiva salutar para quem enfrenta essa enfermidade, desde que aconteça uma ação preventiva por parte da população: “Os resultados obtidos nos mostram que o percentual de cura gira em torno de 90% quando essa doença é diagnosticada em sua fase inicial. Então, por isso a gente costuma tentar para que a população consiga detectar precocemente esses sinais e sintomas.”
Importância do Julho Verde
O tratamento precoce significa menores lesões e procedimentos menos invasivos ao paciente. Ações alusivas em território nacional como o julho verde visam exatamente a prevenção. O lembrete, ainda que anual, impacta diretamente nessa porcentagem de cura trazida pela cirurgiã especialista. “Neste ano de 2024, comemoramos o décimo ano de campanha Julho Verde pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e, temos o dia 27 de julho, instituído como Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço.”
Tem o hábito de fumar? Evite!
Prevenimos o câncer de cabeça e pescoço mantendo uma alimentação saudável, praticando atividade física regularmente, mantendo uma boa higiene bucal, evitando o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, usando protetor solar e, principalmente, abandonando o fumo em todas as suas modalidades, incluindo os cigarros convencionais e eletrônicos (difundidos pelos termos vaper, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar, heat not burn - tabaco aquecido). Inclusive, parar de fumar é a melhor maneira de evitar a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA) faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.