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JULHO AMARELO
Conscientização sobre as variáveis do vírus auxilia o combate às hepatites
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São Luís (MA) – As hepatites são inflamações no fígado provocadas por vírus catalogados pela comunidade científica por meio das letras A / B / C / D / E, cada uma com suas especificidades no modo de contágio, sintomas que se desenvolvem ao logo da infecção e tratamentos cabíveis disponíveis pelo sistema de saúde. Este mês, conhecido como “Julho Amarelo” é conhecido por promover o debate sobre cuidados e prevenções para os diversos tipos de hepatites.
As letras, que servem de referências cada tipologia do vírus, compartilham uma característica comum: São infecções majoritariamente silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos frequente no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.
A hepatologista Alessandra Macedo, médica do Hospital Universitário da Universidade do Maranhão e vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HU-UFMA/Ebserh), esclarece que “todos os vírus causam infecção aguda e inflamação no fígado, porém as infecções pelos vírus B, C e D também podem causar infecção crônica, que pode levar à cirrose hepática e ao câncer de fígado”.
O ‘A’ da questão no Nordeste
A Hepatite A é uma infecção causada pelo vírus (HAV), também conhecida como “hepatite infecciosa”. Transmitido por contaminação fecal/oral e por consumo de água e alimentos contaminados, é mais frequente em locais com condições precárias de higiene e saneamento. Nesse contexto, a região nordeste ainda apresenta um déficit para suprir a demanda por saneamento básico e sistemas de esgotos que atendam a população mais afastada das cidades centrais.
De acordo com o boletim de hepatites virais do Ministério da Saúde, a região nordeste liderou em 2022 o número de casos da variante A, com a maior proporção das infecções pelo vírus (30,1%), na região Sudeste verificam-se as maiores proporções dos vírus B e C, com 34,2% e 58,4%, respectivamente e a região Norte acumula 73,7% do total de casos de hepatite D (ou Delta).
Segundo a especialista, “a hepatite A é autolimitada e não evolui para a forma crônica, com incidência maior em crianças < 10 anos. Também pode ser transmitida por contato sexual, especialmente entre homens que fazem sexo com homens (HSH) e, mais raramente pela via sanguínea, entre usuários de drogas ilícitas. Essas formas de transmissão podem explicar um aumento da incidência da hepatite A em 2023, onde a faixa etária mais acometida foi a de 25 a 34 anos de idade”, finaliza Dra. Alessandra.
Consequências da Hepatite A
Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno, contudo o curso sintomático e a letalidade aumentam com a idade. Importante destacar que apesar de não haver um tratamento específico, o médico saberá prescrever o medicamento mais adequado para melhorar o conforto e garantir o balanço nutricional adequado, incluindo a reposição de fluidos perdidos pelos vômitos e diarreia. O mais importante é evitar a automedicação para alívio dos sintomas, vez que, o uso de medicamentos desnecessários ou que são tóxicos ao fígado podem piorar o quadro.
Ainda que o potencial de letalidade do tipo A seja uma das menores entre o alfabeto das hepatites, os dados monitorados pelo Ministério da Saúde entre 2000 e 2020 identificaram 1.273 óbitos associados à hepatite A, sendo 69,9% (890) como causa básica e 30,1% (383) como causa associada.
Na distribuição entre as regiões, observou-se que a maior proporção dos óbitos como causa básica ocorreu na região Nordeste (34,7%), seguida da região Sudeste (28,3). O coeficiente de mortalidade por hepatite A como causa básica mostra tendência de queda em todas as regiões brasileiras nos últimos dez anos. Até 2017, as regiões Norte e Nordeste apresentaram coeficiente de mortalidade superior ao nacional.
A quem recorrer?
No HU-UFMA os pacientes atendidos chegam no serviço por meio de um encaminhamento, vindos de outros médicos do próprio hospital como interconsulta ou através da Central de Marcação de Consultas e Exames, que é o sistema de regulação ambulatorial de caráter eletivo da Secretaria Municipal de Saúde de São Luís.
Passos para combater a Hepatite A
Para fazer esse enfrentamento, a VACINAÇÃO mantém-se como instrumento primordial na prevenção desse tipo de hepatologia. A vacina contra a hepatite A é segura e eficaz, e é recomendada especialmente para:
- Crianças a partir de 1 ano de idade.
- Pessoas que viajam para áreas com alta prevalência de hepatite A.
- Trabalhadores em saneamento e manuseio de alimentos.
- Pessoas com doenças hepáticas crônicas.
- Homens que fazem sexo com homens.
Higiene Pessoal
- Lavar as mãos: Lavar as mãos com água e sabão após usar o banheiro, trocar fraldas e antes de preparar ou comer alimentos.
- Boa higiene alimentar: Lavar bem frutas e vegetais antes de consumi-los.
Saneamento e Qualidade da Água
- Água potável: Garantir o acesso a água potável e segura.
- Tratamento de água: Usar métodos de purificação, como fervura, filtração e uso de desinfetantes químicos.
- Saneamento básico: Melhorar o saneamento para evitar a contaminação de fontes de água com fezes humanas.
Segurança Alimentar
- Cozinhar alimentos completamente: Especialmente frutos do mar e alimentos crus que podem estar contaminados.
- Armazenamento adequado de alimentos: Evitar a contaminação cruzada e armazenar alimentos em condições higiênicas.
Educação e Conscientização
- Campanhas educativas: Informar a população sobre as formas de transmissão da hepatite A e as medidas de prevenção.
- Treinamento de manipuladores de alimentos: Ensinar boas práticas de higiene e manipulação segura de alimentos.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA) faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.