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Integração de sistemas de gestão do HC e das Unidades Básicas do Recife traz benefícios ao atendimento da população da cidade
O Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU) adotado no Hospital das Clínicas da UFPE e nos demais hospitais da Rede Ebserh se junta à plataforma “Minha Saúde Conectada” presente no aplicativo Recife Conecta, uma solução que integra os sistemas adotados no HC e nas Unidades Básicas de Saúde da capital pernambucana, promovendo rapidez no atendimento, facilitando o trabalho das equipes assistenciais e dando mais segurança ao paciente. Essa novidade já em prática é resultado de um acordo de cooperação assinado entre a Prefeitura do Recife e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação, na segunda-feira (12), na sede da Prefeitura.
“A Ebserh possui um sistema de prontuário eletrônico bastante amadurecido, que se propõe a fazer a conexão, a interligação, a interconexão de dados com aquilo que é produzido em outros sistemas que são operados pelos demais serviços de saúde. Estamos iniciando um projeto que poderemos oferecer para as secretarias municipais e estaduais de mais 40 hospitais universitários federais imediatamente e avançar significativamente para uma saúde digital de verdade no Brasil. São 25 milhões de usuários cadastrados apenas no HU Digital”, afirmou o presidente da Ebserh, Arthur Chioro.
A plataforma pode ser acessada pela internet (celular, tablet ou computadores), unindo as informações dos prontuários de saúde dos pacientes atendidos pelo SUS no Recife, incluindo o HC, que recebe e encaminha pacientes para a UBS. As informações estarão o tempo todo disponíveis para o próprio paciente e para todas as unidades de saúde da capital de forma digital.
O superintendente do HC, Filipe Carrilho, destaca os benefícios práticos da iniciativa. “A interoperabilidade entre os prontuários eletrônicos do HC, o AGHU, e o da Prefeitura do Recife representa um avanço na integração e compartilhamento de informações, visando aprimorar a qualidade e eficiência dos cuidados prestados à população. A unificação dos registros elimina redundâncias, reduz erros e facilitará o processo de tomada de decisão clínica tornando o atendimento mais eficaz, mais bem coordenado entre os diferentes níveis de cuidados e, com certeza, promoverá uma experiência mais satisfatória para os pacientes. É um exemplo de como a tecnologia pode ser um fator transformador na área da saúde”, explicou o gestor, que também participou do evento.
Anteriormente, os sistemas da Prefeitura e da Rede Ebserh não “conversavam” entre si. Como muitos pacientes não conseguem dizer quais os problemas de saúde apresentam, que exames fizeram no último atendimento ou que medicações tomam, o acesso às informações deles pelo médico, todo o seu histórico de forma digital e integrada, é fundamental para que o profissional saiba qual conduta deve seguir. Entretanto, as informações não podiam ser compartilhadas, pois não havia integração entre os sistemas.
Agora, o país tem um modelo, uma estratégia a seguir para promover a transformação digital no SUS, como disse a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad. “Recife, sem dúvida nenhuma, é uma das cidades-modelo que estão avançadas e que vai poder servir de inspiração para muitos outros municípios no nosso país”, ressaltou.
Como funciona na prática?
Um paciente atendido no HC-UFPE, que é gerido pela Ebserh, gerava informações (exames, receitas, eventuais diagnósticos, medicações) em um prontuário médico. Ao ser atendido em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), administrado pela Prefeitura do Recife, gerava outro prontuário. As informações estavam dispersas e não podiam ser compartilhadas, o que levava o atendimento, em alguns casos, ao estágio inicial, e não a uma complementação e continuidade.
Com o novo sistema, o profissional de saúde pode agora acessar os dados de saúde do paciente independentemente do local em que foi atendido anteriormente e, com essas informações, aliadas aos dados levantados na consulta que está realizando no momento, ter mais condições para saber qual conduta seguir, evitando repetição desnecessária de exames, minimizando possíveis erros nos diagnósticos, receitando medicações mais efetivas, solicitando exames complementares (e não mais os iniciais), melhorando e agilizando o tratamento.
O prefeito do Recife, João Campos, lembrou a existência de um grande número de sistemas, muitos com informações fragmentadas, impossibilitando analisá-las para a tomada de decisões. “Temos um problema importante no Brasil que é um número muito grande de informações, de sistemas, de aplicações e que, em muitas ocasiões, não se conversam. Então, você tem muitos dados que não estão sendo úteis para quase nada. Não são úteis para o servidor, para o cidadão ou para o gestor. Quando fomos mergulhar nas [áreas com] necessidades de transformação digital e como poderíamos utilizar isso para tomar melhores decisões, a Saúde apresentou uma capacidade imensa de fazer essa travessia e colher bons resultados”, lembrou Campos.
Participou ainda da cerimônia de assinatura do acordo de cooperação técnica o diretor de Tecnologia da Informação da Rede Ebserh, Giliate Coelho. “Estamos dando um passo muito importante na transformação digital do SUS”, finalizou.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.