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Hospitais da Rede Ebserh são centros de excelência na realização de transplantes em todas as regiões do país
Brasília - A doação de órgãos para transplante é um tema que permite várias abordagens, pois mescla diversos princípios, afeta valores, conceitos e toca em pontos delicados. A morte de alguém da família é invariavelmente um momento de fragilidade para quem acompanha a situação, e a doação dos órgãos da pessoa falecida nem sempre é uma decisão fácil. Mas o trabalho de abordar as famílias para fazer a captação dos órgãos é realizado por equipes treinadas e as campanhas de esclarecimento e conscientização têm permitido bons resultados, elevando o número de doadores e reduzindo os casos de recusa das famílias.
Esse é o trabalho da equipe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Hospital das Clínicas da UFPE, destaque em Pernambuco na captação de córneas, com taxas de recusa familiar abaixo da média estadual. Quanto à cirurgia, o HC realiza o transplante renal tanto intervivos quanto com o doador falecido - este voltou a ser realizado no ano passado.
Ainda na Região Nordeste, o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh, é referência para transplante de fígado por meio do SUS. A equipe multidisciplinar do HUWC é a segunda que mais realiza transplantes de fígado no País. Desde 2002, quando foi realizado o primeiro procedimento, até março de 2023, há registro de 1.398 procedimentos realizados na unidade hospitalar.
O agricultor Joeudes Alves Macedo, de 58 anos, foi o segundo paciente transplantado. Ele conta que começou a apresentar problemas de saúde cinco anos antes. "Na época, perdi o baço e uma parte do fígado. Em 28 de outubro de 2002, tive a oportunidade de fazer o transplante de fígado e aumentar minha expectativa de vida. A espera pelo transplante é muito ruim, mas depois é só alegria”, disse.
Na unidade, ainda são realizados transplantes de rim (1.947 desde 1977), medula óssea (725 desde 2008), córnea (298 desde 2006) e pâncreas (13 procedimentos desde 2011).
SUL
É em Florianópolis, capital de Santa Catarina, que vive o repórter fotográfico Antonio Carlos de Oliveira Mafalda, 74 anos. Mafalda cobriu a Guerra das Malvinas, acompanhou grandes líderes europeus, participou de eventos de Estado no Japão, conheceu praticamente todos os estados brasileiros e cobriu quatro Copas do Mundo, mas nunca esteve preparado para ouvir de um médico, em 2013, que estava com câncer e sua única chance seria ser bem-sucedido em um transplante de fígado. O mesmo médico, porém, deu um caminho: “A solução está no quintal de sua casa”.
Esse quintal era o HU-UFSC/Ebserh, em Florianópolis, onde o gaúcho Mafalda já morava havia alguns anos. Com um serviço de transplante hepático em funcionamento desde 2011, o Núcleo de Transplante Hepático já contava com uma equipe multidisciplinar que acolheu o fotógrafo. Desde então, ele se tornou um dos maiores incentivadores da doação de órgãos e um símbolo da luta pela vida associada a um serviço de excelência em Santa Catarina. Veja a matéria completa aqui.
O Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), filiado à Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) desde 2016, realiza transplantes de fígado (com uma média de 24 por ano) e de córnea (585 tranpslantes desde 2009).
Na Região Sul, está também o Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (HU-UFSM), em Santa Maria (RS), onde são realizados transplantes de rim e de medula óssea. O HU-UFSM está vinculado à Rede Ebserh desde 2013.
Já em Curitiba, o Complexo do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), registra vários marcos na história dos transplantes no país: realizou o primeiro transplante de medula óssea da América Latina, em 1979, e hoje é referência mundial nessa área.
O CHC-UFPR também foi o primeiro hospital do Paraná a realizar transplante de fígado intervivos entre adultos, em 1991, e o segundo do Brasil a realizar duplo intervivos de fígado e rim no mesmo ano), e realiza ainda transplante de córnea. O CHC-UFPR integra a Rede Ebserh desde 2014.
SUDESTE
Na Região Sudeste, o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes), localizado em Vitória e filiado à Rede Ebserh desde 2013, é referência na captação e transplante de córneas. A maior parte de todos os transplantes de córnea do ES ocorrem com córneas captadas pelo Hucam, apenas na cidade de Vitória. Todos os outros serviços de captação no resto do estado não conseguem chegar ao desempenho da equipe do hospital.
Em 2021, a Ebserh assumiu o Banco de Olhos (antes gerido pela Secretaria Estadual de Saúde), possibilitando a reestruturação e impulsionando o Serviço, que fechou aquele ano com o registro de 213 córneas liberadas para transplante, o equivalente a praticamente 70% dos transplantes de córnea realizados no Estado do Espírito Santo.
No Estado do Rio de Janeiro, o Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF), em Niterói, realiza transplantes de córnea e de rim. O Huap-UFF é filiado à Rede Ebserh desde 2016.
Já em Minas Gerais, o Hospital das Clínicas da UFMG), filiado à Rede Ebserh desde dezembro de 2013, realiza transplantes de córnea (desde 1954), rim (desde 1969), fígado (desde 1994) – inclusive intervivos (desde 2003) e intervivos pediátrico (2020) –, medula óssea (desde 1995) e coração (desde 2006). No HC da Universidade Federal de Uberlândia HC-UFU, que integra a Rede Ebserh desde 2028, são realizados transplantes de córnea, rim e medula óssea.
CENTRO-OESTE
No Centro-Oeste, o Hospital Universitário de Brasília, da Universidade de Brasília (HUB-UnB), que é filiado à Rede Ebserh desde 2013, realiza transplantes de córnea e de rins, e, em 2022, realizou o maior número de transplantes renais do Distrito Federal. Dos 101 transplantes de rim registrados no DF ano passado, 32 foram realizados no HUB-UnB.
Um dos beneficiados foi o engenheiro elétrico Ademir Borduque, de 67 anos, que descobriu uma doença renal crônica há oito anos. Começou o tratamento conservador com medicamentos, até ser encaminhado para a hemodiálise. Durante três anos e meio, precisou fazer três sessões por semana, quatro horas por dia. No ano passado, veio a notícia de que iria receber um novo rim. O transplante foi realizado no Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), em dezembro de 2022. “Me sinto muito melhor, agora só venho para o hospital para fazer acompanhamento. A equipe é maravilhosa, só tenho a agradecer”, conta Ademir. A matéria completa está disponível aqui
NORTE
Na Região Norte do País, o único hospital que realiza transplante de córnea por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) está localizado no Estado do Pará e é vinculado à Rede Ebserh. Trata-se do Complexo Hospitalar Universitário da Universidade Federal do Pará (UFPA), formado pelo Hospital Universitário João de Barros Barreto e pelo Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza.
Entre 2011 e 2023, foram realizados 717 procedimentos. Um deles foi o da aposentada Maria Luiza Ferreira da Silva, 65 anos, que, depois de uma conjuntivite, teve de enfrentar uma úlcera no olho esquerdo. A perda da visão de um dos olhos levou a idosa a depender da nora e da filha para fazer atividades domésticas mais simples. Por isso, ela conta estar ansiosa para ver o resultado do procedimento e que é motivo de agradecimento ser a centésima paciente no hospital a receber o tecido. "Agradeço toda a equipe do Bettina (Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza) pelo atendimento. Agora, espero recuperar a minha vista, porque é difícil a gente não ver nada, a não ser vultos. Eu creio que voltarei a enxergar".
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.