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agosto dourado
HC-UFPE promove a Semana Mundial de Aleitamento Materno 2023, a partir de 1º/8
A Comissão de Incentivo e Apoio ao Aleitamento Materno e o Banco de Leite Humano do Hospital das Clínicas da UFPE promovem a Semana Mundial de Aleitamento Materno (Smam) 2023, que terá início em 1º de agosto e se estenderá até o dia 11 do mesmo mês, com o tema “Apoie a amamentação: Faça a diferença para pais e mães que trabalham”. Durante esse período, diversas atividades e iniciativas, como palestras e oficinas, serão realizadas com o objetivo de incentivar e apoiar o aleitamento materno, uma prática de extrema importância, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros órgãos de saúde, como fundamental para o desenvolvimento saudável dos bebês. Foi elaborada também a Cartilha de Apoio à Mulher Trabalhadora que Amamenta. O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
A palestra "Potenciais danos provocados pelas fórmulas infantis" será realizada no anfiteatro 1 do hospital, no dia 2, das 15h às 16h. As inscrições estão abertas até a data do evento e são direcionadas a profissionais, residentes e estudantes de graduação da área da saúde. O objetivo da palestra é abordar questões pertinentes aos possíveis impactos das fórmulas infantis, incentivando o debate e a conscientização sobre a importância do aleitamento materno, aconselhamento das famílias, promoção e proteção desta prática. O tema será abordado pela médica gastroenterologista pediátrica do HC-UFPE e membro da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (da sigla em inglês IBFAN), Kátia Brandt.
A enfermeira Natália Coutinho, responsável técnica pelo Banco de Leite do HC, explica que a OMS designou a campanha Agosto Dourado como símbolo da luta pelo incentivo à amamentação – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno para nutrir e proteger o bebê. "O foco da Semana Mundial de Aleitamento Materno 2023, que faz parte do Agosto Dourado, é a amamentação e o emprego/trabalho, trazendo reflexões sobre a importância da licença remunerada, do apoio no local de trabalho à lactante e do fortalecimento das famílias para a manutenção de ambientes favoráveis à amamentação na vida profissional pós-pandemia", acrescenta.
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o índice de amamentação na primeira hora de vida é de 62,4%. Já a taxa de amamentação exclusiva no Brasil é de 46% nos primeiros seis meses, de 52,1% aos 12 meses e de 35,5% aos 24 meses de vida. O objetivo estabelecido é que o país alcance a meta 70% na primeira hora de vida, 70% nos primeiros seis meses (de forma exclusiva), 80% no primeiro ano e 60% aos dois anos de vida. Dentre os principais desafios enfrentados pelas mães nessas atividades, estão a carência de uma rede de apoio adequada, a falta de informações essenciais e as dificuldades iniciais para estabelecer a amamentação, como problemas na pega do bebê, desconforto e fissuras mamárias, entre outras questões.
“A amamentação exclusiva até os seis meses traz muitos benefícios a curto e longo prazo para o bebê, para a mãe e para a sociedade. Para o bebê, a principal é a proteção contra infecções gastrointestinais e respiratórias. O início precoce do aleitamento materno, dentro de uma hora após o nascimento, protege o recém-nascido de adquirir infecções e reduz a mortalidade neonatal. Já a amamentação abaixo do ideal está associada ao aumento do risco de adoecer e morrer em crianças e ao aumento do risco de certas condições crônicas (obesidade, diabetes)", explica a enfermeira.
Segundo a especialista, a duração da amamentação está diretamente relacionada à proteção contra doenças infecciosas. Nesse sentido, a OMS recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade. Além disso, mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, aconselha-se que a amamentação prossiga até, pelo menos, os 2 anos de idade.
“Instituições de saúde, de trabalho, sociedade em geral e famílias têm um papel importante no apoio de mulheres para a manutenção do aleitamento materno. O apoio familiar se dá com pessoas conscientes e informadas sobre a importância da amamentação, suporte nos cuidados com a criança e cuidados domésticos, permitindo descanso à mulher, entre outras questões. A sociedade apoia normalizando os espaços para a amamentação, seja no trabalho ou em locais de convívio coletivo, com leis gerais e trabalhista que protejam e promovam o aleitamento materno, restringindo o marketing abusivo das fórmulas infantis e bicos artificiais e promovendo descanso remunerado no período de amamentação exclusiva do bebê”, diz Natália Coutinho.
Doação de leite
Além da importância da amamentação, a Smam e o Agosto Dourado incentivam a prática da doação de leite materno. O HC-UFPE possui um Banco de Leite Humano (BLH), que funciona desde 1996 e realiza cerca de mil atendimentos por mês. São coletados, em média, 28 litros de leite por mês, beneficiando mais de vinte bebês internados na Unidade Neonatal. O hospital fornece materiais para apoio nesse processo e orienta sobre o transporte e armazenamento para as doadoras externas. O HC também mantém uma sala de apoio à mulher trabalhadora, em funcionamento desde 2013, para a ordenha do leite.
“Também trabalhamos com as famílias na UTI Neonatal e no Alojamento Conjunto no início da amamentação, para as que estão amamentando, e com orientações sobre ordenha para as mães que estão separadas dos bebês, que geralmente são prematuros, para que eles recebam leite da própria mãe”, explica Natália Coutinho, que também é coordenadora da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) no HC.
Sobre a Rede Ebserh
O Hospital das Clínicas da UFPE (HC-UFPE) integra a Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.