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DIA MUNDIAL
Especialista do HC ressalta a importância de criar um ambiente propício para o sono
Hoje, 15 de março, é celebrado o Dia Mundial do Sono, data escolhida para conscientizar a população sobre sua importância e o seu impacto multidimensional para a saúde humana. Sobre esse tema fundamental para o bem-estar, a chefe da Área Assistencial de Neurologia do Hospital das Clínicas da UFPE e membro da diretoria nacional da Associação Brasileira do Sono (ABSono), Clélia Franco, aponta que entre os principais desafios enfrentados por aqueles que sofrem com esse problema estão o estresse, a ansiedade, os horários irregulares de trabalho, o uso excessivo de tecnologia antes de dormir e os distúrbios médicos. De acordo com os estudos realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aproximadamente 72% dos brasileiros sofrem de problemas relacionados ao sono.
A médica explica que a qualidade do sono não é influenciada apenas pela quantidade de horas dormidas, mas também pela harmonia e sincronização de suas fases durante a noite, o que vai depender da faixa etária e perfil genético familiar. "Em geral, as crianças precisam dormir mais horas e, com o passar da idade, essa necessidade vai diminuindo. Um adulto de meia idade costuma precisar de sete a oito horas dormindo por dia", acrescenta.
O comportamento humano no dia a dia é um dos fatores que podem desencadear a privação do sono. Os estímulos causados por aparelhos tecnológicos, a exposição a notícias estressantes, as preocupações da vida cotidiana e até mesmo ficar acordado até tarde causam alterações nos hábitos de sono e podem desregular o relógio biológico. Essa rotina é capaz de interferir na capacidade do cérebro de associar a cama ao sono e ao relaxamento, o que pode resultar em dificuldades para dormir. Além disso, os hábitos prejudiciais que interferem na qualidade do sono podem ocasionar uma preocupação constante com o sono, agravando ainda mais o problema.
A privação de sono ou insuficiência dele se ocorrer de forma crônica vai impactar em prejuízo em todos os sistemas do corpo e da mente, sendo logo percebidos problemas de baixa atenção, sonolência, fadiga, mudanças no humor e na imunidade, prejuízo na memória e no aprendizado, no crescimento e desenvolvimento das crianças, na recuperação e funcionamento dos órgãos e tecidos, surgimento de problemas metabólicos e cardiovasculares, aumento no risco e ocorrência de acidentes de trabalho, de trânsito e domésticos por desatenção e sonolência.
A especialista ressalta que alguns comportamentos rotineiros podem auxiliar a criar um ambiente propício para o sono. Dentro do conjunto de ações que podem auxiliar, incluem-se: evitar cochilos longos ao decorrer do dia e a exposição luz excessiva no quarto à noite, ter uma alimentação saudável, evitando bebidas alcoólicas e refeições pesadas, criar um horário regular para dormir e acordar, começar a relaxar antes de adormecer e utilizar a cama apenas para dormir e ter relações sexuais. Clélia Franco enfatizou a importância de buscar ajuda profissional caso os problemas persistam. "O sono é um estado biológico essencial para a restauração dos tecidos e sistemas orgânicos, produção e secreção de hormônios e proteínas essenciais, interferindo na saúde global do indivíduo e necessário para manutenção da vida", explica.