Serviço de Endoscopia Digestiva do HUWC promove mutirão de colonoscopia para adiantar diagnóstico de pacientes já agendados

Fortaleza (CE) - Dores abdominais, anemia e sangramentos ao evacuar podem ser indicativos do câncer colorretal, o terceiro tipo de câncer mais frequente na população brasileira, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), e que está em evidência neste Março Azul-Marinho. O principal meio para diagnosticar a doença é a colonoscopia, exame de imagem que avalia o intestino grosso à procura de lesões que, caso existam, serão submetidas à biópsia. Por isso, em incentivo à campanha, o Serviço de Endoscopia Digestiva do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh, promoveu um mutirão, nos dias 11 e 18 de março, para adiantar a realização de colonoscopias em 36 pacientes que já estavam marcados pela regulação da Prefeitura Municipal de Fortaleza, diminuindo, assim, o tempo de espera pelo exame.

O médico gastroenterologista Dr. Fred Olavo Aragão destaca que essa ação é importante para que as pessoas estejam em alerta contra a doença: “O mês com essa temática é fundamental para a promoção de ações de saúde, como a realização em massa de exames de rastreio, e esclarecimento da população acerca da relevância do tema e do quanto o diagnóstico precoce pode ter efeito positivo no prognóstico”, ressaltou.

Francisco Borges, de 65 anos, foi um dos beneficiados pela iniciativa. Ele conta que sempre fez exames de rotina para cuidar de sua saúde. No exame mais recente de fezes, foi detectado sangue oculto, circunstância que levou à indicação médica pela colonoscopia para uma investigação mais precisa. Ao saber que o agendamento do exame foi adiantado para ser feito no mutirão, Francisco revelou que foi um alívio para ele e sua família porque o diagnóstico seria mais rápido.

Participaram do mutirão médicos endoscopistas e anestesistas, residentes, enfermeiras e técnicas de enfermagem. O chefe do Serviço de Endoscopia Digestiva do HUWC, Dr. Marcellus Souza, considerou o evento muito produtivo para a conscientização da necessidade de prevenção do câncer colorretal, auxiliando, também, na formação dos residentes.

Como se caracteriza o câncer de intestino?

Segundo esclarece o médico, o câncer colorretal recebe esse nome porque pode acometer diferentes segmentos do intestino grosso, chamado de cólon, e o reto. As principais causas da doença correspondem, principalmente, ao histórico familiar de presença deste tipo de câncer, além do consumo excessivo de carne vermelha e processada, diabetes mellitus e resistência a insulínica, tabagismo, ingestão alta de álcool e sedentarismo. Por isso, além de realização de colonoscopia a partir dos 45 anos de idade, a melhor forma de combate ao câncer de intestino é manter uma rotina de exercícios físicos e alimentação saudável, principalmente rica em grãos e fibras que atuam na melhoria do trato intestinal.  

Os sintomas característicos, além das dores e sangramentos, podem se apresentar como uma mudança no hábito intestinal (constipação ou diarreia) e perda de peso. Além do exame de fezes e da colonoscopia para diagnóstico, outros métodos podem ser utilizados para avaliar o possível avanço do câncer, como a tomografia, a ressonância e o ultrassom endorretal. O gastroenterologista reforça que o tratamento dependerá de cada caso, mas que, de forma geral, existem opções como a cirurgia para retirada do tumor, quimioterapia e/ou radioterapia. A avaliação médica conduzirá para o melhor procedimento.

Serviço

Para marcação de exame de colonoscopia é necessário realizar atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) de sua localidade e, nessa consulta, ser encaminhado ao Hospital Universitário Walter Cantídio, através da Central de Regulação do Estado e do Município de Fortaleza.

Sobre a Ebserh 

O Hospital Universitário Walter Cantídio e a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh, fazem parte da Rede Hospitalar Ebserh desde novembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. 

Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Os hospitais universitários são, por sua natureza educacional, campos de formação de profissionais de saúde. A Rede Hospitalar Ebserh não é responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país, apenas atua de forma complementar ao SUS. 

Jornalista: Marília Gabriela Silva Rêgo (MTE 6861/PE), com colaboração de Marina Nunes Cabral

Unidade de Reportagem