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No Dia Mundial do Sono, conheça os cuidados necessários para dormir bem
Deitar-se à noite para dormir e acordar pela manhã parece uma rotina comum, mas nem sempre é tão simples assim. Muitas pessoas encontram dificuldades para ter um sono completo e renovador, sendo muitas vezes necessário buscar auxílio médico para alcançar esse objetivo. No Dia Mundial do Sono, comemorado em 19 de março, o Ambulatório do Sono do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh (CH-UFC), referência no atendimento a pessoas com distúrbios do sono, celebra essa data com informação sobre os principais cuidados para garantir noites bem dormidas e as formas de tratamento para melhorar a qualidade de vida através de um sono saudável.
O médico Manoel Sobreira, supervisor da residência médica de Medicina do Sono, explica que, assim como existe a necessidade de se alimentar, o sono é uma função biológica importante e essencial à vida. É durante o período em que dormimos que acontece uma série de produções hormonais, recomposição de neurotransmissores, assim como a consolidação da memória e limpeza do cérebro. Há também uma forte relação com a imunidade pois os indivíduos que dormem bem acabam tendo uma melhor resposta imunológica, segundo o médico.
Chama a atenção também que, nos últimos dois anos, a pandemia da Covid-19 trouxe impactos diretos à rotina, principalmente porque existia de maneira bastante expressiva o medo de adoecer ou de ter pessoas próximas acometidas pela doença, situação que provocava angústias e repercutia na forma e tempo do repouso dos indivíduos. Pela necessidade do isolamento social, houve também uma quebra de hábitos e a perda de marcadores temporais, como o horário de dormir e de acordar para as tarefas diárias, por exemplo. Em particular, as categorias profissionais em saúde foram fortemente afetadas pela sobrecarga de trabalho, escalas intensas, medo e distanciamento da família, causando exaustão e dificuldades do sono.
Sintomas como insônia, sono fragmentado e sensação de sono não restaurador na manhã seguinte são sinais de que algo não vai bem. Os distúrbios do sono mais comumente atendidos no ambulatório são: insônia crônica e apneia obstrutiva do sono, embora várias, das mais 80 doenças do sono, também são abordados no serviço. A Apneia Obstrutiva do Sono, consiste em transtorno que ocorre por redução ou interrupção da respiração enquanto se está dormindo. Pessoas com esse problema frequentemente apresentam queixas de ronco, sonolência excessiva, falta de concentração, cansaço e dor de cabeça frequente.
Esse foi o caso de Luís Costa, 33 anos, diagnosticado com apneia obstrutiva do sono. Ele descobriu o problema há quatro anos quando a companheira percebeu que Luís apresentava paradas de respiração enquanto dormia. Ele buscou tratamento e está há dois anos e meio sendo acompanhado, fazendo uso também do CPAP, aparelho que atua com uma pressão positiva no ar de forma a manter constante a respiração do indivíduo. O paciente já consegue sentir uma melhora na sua rotina do sono: “Reconheço que uma noite bem descansada, regenera e melhora bastante todas as funções do corpo. O tratamento ainda está em evolução e tenho conseguido dormir seis horas por dia, o que já tem me mantido disposto”. A exemplo de Luís, ao perceber os sintomas, é fundamental a busca por um especialista em Medicina do Sono que investigará a causa através de uma avaliação cuidadosa.
De maneira prática, Manoel Sobreira reforça que, no dia a dia, todas as pessoas devem fazer a higiene do sono. O primeiro passo é manter um horário bem estabelecido para deitar e levantar pois essa regularidade ajuda no processo de sincronização do organismo. Outra atitude fundamental é evitar bebidas cafeinadas no período da noite (café, refrigerantes, chocolate, chá preto, chá matte) por serem substâncias energéticas. O ambiente para dormir deve ser adequado, silencioso e com temperatura confortável, o mais aconchegante possível. A prática de atividade física regular é necessária para saúde do corpo, mas recomenda-se que seja feita principalmente no período da manhã. Quem enfrenta dificuldade para adormecer, deve evitar realizar exercícios próximos ao horário de dormir porque o corpo pode se manter agitado. Outra medida indispensável é evitar equipamentos eletrônicos, principalmente os que contêm telas: celulares, tablets, televisão, computadores. Esses aparelhos devem ser utilizados no período diurno, evitando o uso à noite, principalmente próximo ao horário de deitar-se. “Todos esses cuidados nos ajudam a ter boas noites de sono e consequentemente ânimo e saúde nos nossos dias”, ressaltou o médico.
Serviço
Para consulta no Ambulatório Interdisciplinar do Sono, o paciente deve ser encaminhado pela Unidade Básica de Saúde de sua localidade. O funcionamento é sempre às quartas pela manhã, das 7h às 12h, nas Policlínicas Especializadas (Ilhas).
Jornalista: Marília Gabriela Silva Rêgo (MTE 6861/PE)
Unidade de Comunicação Social (UCS)