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NAS TEIAS DA CORAGEM
Com máscara do Homem-aranha, paciente pediátrico passa por tratamento radiológico no Humap
Momento de tratamento radioterápico do "Homem-aranha"
Na noite desta última terça-feira (26/09), um paciente pediátrico de 4 anos, iniciou o tratamento de radioterapia contra um câncer de parótida (região do pescoço) no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS), filiado à Rede Ebserh.
Para esse tipo de aplicação é necessário o uso obrigatório de máscara, que é um acessório que posiciona e imobiliza a cabeça do paciente para que a dose de radiação seja entregue no local correto de tratamento. A máscara fica fixa na mesa de tratamento, não permitindo a movimentação da cabeça, o que garante a reprodutibilidade do tratamento todos os dias. O paciente fará 28 sessões de radioterapia e é essencial que em todas as aplicações, ele esteja deitado na mesma posição, com a mesma angulação de cabeça, queixo, para que a área atingida seja apenas a que necessita de radiação, protegendo assim, as demais.
Antes de ser inciado o tratamento, é realizada uma simulação (um encontro antes de realizar a tomografia), em que paciente e acompanhante, neste caso a mãe, são informados sobre todo o procedimento, os materiais são mostrados e explicados, onde foi apresentada a máscara, que originalmente é toda branca. Nesta conversa, para que o paciente pudesse ficar mais tranquilo, apresentaram a ele, que após a máscara ficar pronta, ela poderia ser pintada nas cores do super héroi preferido dele e foi então que surgiu o Homem-aranha. A máscara foi tão bem aceita, que o paciente não precisou ser sedado, inclusive a usa pela radioterapia, soltando “teias” pelo local.
A peça foi pintada por uma mãe que realiza o trabalho de forma voluntária como agradecimento pela cura de seu filho que foi submetido a tratamento no Hospital do Câncer de Campo Grande (MS).
“ Quando a máscara chegou, o paciente ficou encantado e queria usar a máscara no serviço de radioterapia o tempo todo. Isso facilitou demais na hora de colocá-lo do equipamento a primeira vez. Falamos que ele iria adquirir super poderes e que a máquina é uma nave espacial e que ele seria de fato o Homem-aranha. Ele chegou a dormir durante a aplicação. No segundo dia ele chegou disposto, sem medo algum. A peça personalizada foi fundamental para que o paciente se sentisse mais seguro, mais relaxado e sabendo que não sentiria nenhuma dor”, explica Mayara Rodrigues Mota, Chefe da Unidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia do Humap.
O primeiro dia de tratamento é o mais demorado, leva em torno de 25 minutos, as aplicações seguintes são mais curtas , com média de 12 minutos.
A sala também possui um sistema de som, em que os profissionais conversaram com o paciente, explicando para o “Homem-aranha” que faltava mais um pouco, que já estava acabando, trazendo serenidade à criança.
A máscara, além de reduzir o trauma desse tipo de tratamento de forma lúdica e a imobilidade, trouxe ainda outro benefício: a não necessidade de sedação do paciente, considerando o grande número de aplicações que precisam ser realizadas nele.
Numa grande demonstração de coragem, nosso mini “Homem-aranha” está enfrentando um difícil vilão, mas que em breve será derrotado graças ao olhar carinhoso, competente e humanizado dos profissionais do Humap.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.