Notícias
PIONEIRISMO
Nefrologia do Humap participa do primeiro registro brasileiro de SHUa
![Eculizumabe](https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-centro-oeste/humap-ufms/comunicacao/noticias/gas/nefrologia/nefrologia-do-humap-participa-do-primeiro-registro-brasileiro-de-shua/eculizumabe.jpg/@@images/3b86cc19-3ef7-4571-a9f4-19ab57d67c4e.jpeg)
O Serviço de Nefrologia do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS/Ebserh), participou de um estudo com mais 32 hospitais universitários brasileiros sobre “Características basais e evolução de pacientes brasileiros com síndrome hemolítico-urêmica: primeiro relato do registro brasileiro de SHUa”.
A pesquisa inédita, publicada na revista científica Oxford University Press, conta com dados de cinco pacientes do Humap, que realizam infusão de eculizumabe no Setor de Pulsoterapia. Clique aqui para ver o estudo completo.
SHUa
A Síndrome Hemolítica Urêmica Atípica (SHUa) é uma doença bastante rara, que desencadeia uma coagulação do sangue por todo o corpo, provocando danos irreversíveis aos rins e outros órgãos, com sérias complicações, incluindo Acidente Vascular Cerebral (AVC), problemas cardíacos e falência renal.
“Por ser uma síndrome muito rara, e por termos poucos estudos com grandes amostragens, os registros são ferramentas importantes para avaliar os casos. Esse registro brasileiro de SHUa que realizamos serve para mostrar que esses pacientes existem e precisam ser tratados de forma correta e precoce com eficiência no diagnóstico”, explica o chefe da Unidade da Criança e do Adolescente, Oreste Ferra Neto.
Resultados
Durante o período da pesquisa foram registrados 75 casos de SHUa, sendo 40 em adultos e 35 pacientes pediátricos (destas, 17 crianças com menos de dois anos de idade.
A idade média dos pacientes diagnosticados foi de 20,7 anos, havendo predomínio do sexo feminino (56% dos casos). No entanto, em pacientes com menos de dois anos o sexo masculino foi maioria (14 dos 17 pacientes eram meninos).
A característica clínica mais frequente foi a hipertensão (verificada em 76,8% dos casos), independentemente da idade, seguida de fadiga em pacientes com mais de dois anos. Sonolência e convulsões foram os achados neurológicos mais frequentes em todos os grupos da pesquisa.
Manifestações gastrointestinais foram observadas com mais frequência em crianças do que em adultos, sendo náuseas e vômitos os mais relatados.
Tratamento
Por ser uma doença com manifestação inicial muito grave, o tratamento deve ser iniciado rapidamente, nas primeiras horas após a suspeita. A rapidez no tratamento é importante para preservar os órgãos e a vida do paciente, já que o diagnóstico definitivo é feito através de exclusão de outras causas de microangiopatias trombóticas (como PTT e SHU típica também conhecida por STEC-SHU), o que pode demorar dias.
O tratamento é o uso de uma droga que bloqueia a via alternativa do complemento (eculizumabe), o que impede a formação dos trombos (coágulos) em pequenos vasos sanguíneos. Isto impede a lesão de todos os órgãos acometidos e permite que os mesmos continuem funcionando. O sucesso do tratamento depende do uso precoce para evitar lesões orgânicas irreversíveis, sobretudo doença renal crônica dialítica.
Tratamentos alternativos são a troca plasmática ou a infusão de plasma, embora estes não tenham a mesma eficácia do tratamento do eculizumabe e devem ser empregados apenas temporariamente.
“O registro dos dados possui a fase evolutiva dos pacientes, portanto está em constante atualização, e é de suma importância para podermos oferecer tratamentos cada vez mais eficientes aos pacientes”, salienta o Dr Oreste.
Sobre a Rede Hospitalar Ebserh
O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) faz parte da Rede Hospitalar Ebserh desde dezembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, a os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.