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SAÚDE
Ebserh e HUJM-UFMT alertam para a prevenção e para o tratamento rápido da sífilis
Sífilis é uma das ISTs mais comuns do mundo. Doença tem cura e tratamento é gratuíto pelo SUS
Cuiabá (MT) - Uma das mais comuns Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) no Brasil, a sífilis pode levar a complicações neurológicas e à morte tanto de adultos quanto de fetos e bebês. O cuidado com essa doença recebeu até uma data com o objetivo de debate e sensibilização da sociedade, o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado no terceiro sábado de outubro. Por isso, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e o Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM-UFMT) promovem a prevenção e do diagnóstico rápido dessa IST.
A sífilis é caracterizada por uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro), que surgem entre 14 e 21 dias após a relação sexual desprotegida com pessoa infectada pela bactéria Treponema pallidum e de difícil percepção na genitália interna feminina, sendo essa a fase primária. A etapa seguinte é marcada por manchas brancas ou acinzentadas na pele e presença de sintomas como febre, dor articular e ínguas (caroços) nas virilhas. A doença pode agravar e chegar à fase de latência, podendo não ocorrer manifestação durante anos, mas com grave comprometimento do sistema nervoso central e surgimento de doença cardiovascular após décadas.
A sífilis é chamada de adquirida quando transmitida pela relação sexual com pessoa contaminada, tendo como medida de prevenção o uso de preservativo. Já a sífilis congênita acontece quando a mãe, infectada pela bactéria, passa a doença para o bebê por meio da placenta, em especial durante a segunda metade da gestação, como também pode haver contaminação do bebê pelo canal de parto, se a mulher apresentar lesões ativas neste trajeto – nesse caso, a medida preventiva é o tratamento imediato da mãe.
A sífilis pode ser silenciosa ao não apresentar sinais ou sintomas. O tratamento costuma ser eficaz quando administrado nas fases de latência precoce, ou seja, até um ano após a contaminação. O emprego de penicilina injetável e de outros antibióticos pode ser feito de acordo com a indicação médica.
Assim como o tratamento, o teste rápido (TR) de sífilis está disponível no SUS, sendo de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. O TR de sífilis é distribuído pelo Ministério da Saúde, como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica.
Sífilis congênita
Para a mãe, o risco é a sífilis não tratada chegar à fase terciária e surgirem lesões nos sistemas nervoso central, cardiovascular, ocular e ósseo. Já para o feto ou bebê, as complicações podem ir de uma infecção sem sintomas a abortamento, malformações, partos prematuros e até óbito fetal.
Mais da metade das crianças infectadas são assintomáticas ao nascimento, com surgimento dos primeiros sintomas, geralmente, após os primeiros 3 meses de vida ou até após o terceiro ano de vida. Na criança, a doença pode provocar sérias manifestações crônicas como diminuição de movimentos, dentes incisivos deformados, mandíbula curta e atrofia óptica, que, algumas vezes, pode levar à cegueira, além da surdez neurossensorial, que é geralmente progressiva e pode surgir em qualquer idade.
O tratamento é determinado caso a caso após avaliação de vários aspectos. Devido ao atual cenário epidemiológico, caracterizado pela dificuldade na classificação correta do estágio clínico da pessoa com sífilis, o Ministério da Saúde recomenda tratar todas as parcerias sexuais dos últimos 90 dias de pacientes diagnosticados com sífilis como forma de frear novos contágios.
Sobre a Ebserh
O HUJM-UFMT faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde novembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Fontes consultadas:
Paulo Sérgio Ramos, coordenador da Área Assistencial de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE); Maria Medeiros Garcia, ginecologista da Maternidade Januário Cicco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (MEJC-UFRN); Natália Vieira Inácio, pediatra do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM).
Redação: Moisés de Holanda, com colaboração de Deizileny Vaz Ferreira De Melo e revisão de Danielle Campos.
Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh