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SONO
Uso excessivo de equipamentos eletrônicos é prejudicial, afirma especialista
Dormir mal e pouco já é um hábito bastante comum na sociedade moderna, mas o problema vem se agravando nos últimos anos, em grande parte, pela febre dos dispositivos eletrônicos. Um estudo realizado pelo especialista Charles Czeisler, da Faculdade de Medicina de Harvard, revela que o uso de tablets, smartphones, computadores e outros gadgets luminosos durante a noite pode ser danoso ao sono e, consequentemente, à saúde. No Brasil, aproximadamente 60% da população adulta tem problemas para dormir.
A luz emitida por esses dispositivos, do tipo LED, é bastante prejudicial à indução natural do sono, pois é rica em radiação azul, que interfere significativamente em nosso relógio biológico e tem menos potencial de radiação vermelha ou laranja, mais presente nas lâmpadas incandescentes e na luz natural do entardecer, que auxiliam na liberação de melatonina, hormônio responsável pela regulação do sono.
De acordo com R. Nonato, neurologista especialista em Transtornos do Sono do Hospital Universitário de Brasília (HUB), esse tipo de iluminação artificial ilude o cérebro, fazendo crer que estamos em pleno dia. “Com este estímulo, a produção de neuro-hormônios responsáveis pelo início do sono fica atrasada ou mesmo abolida. Ademais, existe o fator comportamental, uma vez que esses objetos estão intrinsecamente associados à atividades de vigília, contribuindo para reduzir o drive, isto é, a pressão de sono”, enfatiza o médico.
Problemas como insônia, atrasos de fase, superficialização e fragmentação do padrão do sono estão se tornando mais comuns entre a população brasileira. Além disso, a má qualidade do sono também vem sendo relacionada com a ocorrência de doenças cardiovasculares, obesidade, diabete, enfraquecimento do sistema imunológico e até câncer. Por isso, é fundamental que as pessoas adquiram bons hábitos até mesmo na hora de dormir.
Nonato sugere que a melhor maneira de evitar esses problemas é colocar um pijama no cérebro, ou seja, retornar ao padrão ambiental e de comportamento do tempo em que a iluminação artificial não era tão dominante em nossas vidas. “Uma alternativa é reduzir a estimulação luminosa e auditiva a partir das 20h, procurando dedicar-se a realização de tarefas menos laboriosas e mais relaxantes. Praticar ou mesmo assistir esportes que nos interessem muito é desaconselhável a partir das 22h para a maioria dos indivíduos”, sugere.
Dicas para uma boa noite de sono:
- Pelo menos quatro horas antes de ir dormir, evite ingerir álcool, bebidas e alimentos com cafeína (café, chás e chocolates);
- Procure ir para a cama sempre no mesmo horário;
- Procure se alimentar três horas antes de deitar para que a digestão seja feita completamente antes de dormir;
- Se não conseguir pegar no sono em 30 minutos, não fique deitado na cama, pois isso acaba estressando ainda mais. Levante-se e procure realizar uma atividade relaxante, como ouvir música suave ou ler, para ajudar a dormir.