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HUB é destaque por transplantes realizados
Primeiros transplantes de rim realizados foram no HUB, em 1977. Hoje, capital é referência
Na época da sua inauguração, Brasília não tinha hospitais e os novos moradores tinham que viajar para conseguir tratamento, mas hoje tudo é muito diferente. Cinquenta e cinco anos depois, a cidade tem vários hospitais que atendem a população local e do entorno. É claro, como em toda grande cidade, a saúde passa a ser o “Calcanhar de Aquiles” de qualquer governo.
A saúde em Brasília e em todo o Brasil tem uma grande expectativa em relação do que é a promoção da saúde, mas existe uma enorme lacuna entre a verdade e essa promoção. “A saúde e a vida de ninguém tem preço, mas tem custos, e o Brasil não investe o suficiente na área”, diz o médico urologista e presidente da Associação Médica de Brasília (AMBr), Luciano Carvalho.
Parte da complexa estrutura da saúde, a formação acadêmica não é tarefa fácil, mas no Distrito Federal as instituições de ensino estão entre as melhores do país. A Universidade de Brasília (UnB) foi a primeira instituição a ministrar o curso, criado e reconhecido em 1965. Hoje, a UnB é considerada a melhor faculdade de medicina do Distrito Federal e está entre as dez melhores do país, com cinco estrelas, segundo avaliação do Ministério da Educação (MEC).
A cada seis meses, a instituição tem o vestibular para ingressar nos cursos da Universidade e o de medicina, com apenas 35 vagas por semestre é um dos mais concorridos, junto com direito e engenharia. Após a admissão, o estudante de medicina, no quinto semestre, passa a ter contato com pacientes do Hospital Universitário de Brasília (HUB), onde participarão da rotina médica no diagnóstico e tratamento de doenças na enfermaria e no ambulatório.
No ensino superior público de Brasília, a UnB não é a única referência na área médica. A Escola Superior de Ciências e Saúde (ESCS) tem o segundo melhor curso da cidade, de acordo com o MEC, e está entre os 50 melhores do país. A ESCS oferece cursos de graduação em medicina e enfermagem e pós‑graduação lato sensu, incluindo os programas de residência na rede da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES‑DF). Por meio de vestibular, a escola de saúde admite 80 estudantes, sendo 32 vagas reservadas para estudantes cotistas do ensino público do Distrito Federal.
Boa qualidade nas instituições privadas
Não há apenas faculdades públicas no ranking de melhores faculdades de medicina. A Universidade Católica de Brasília (UCB) é a terceira melhor de Brasília e está entre as 50 melhores do Brasil, e a Faciplac é a quarta melhor da região e 101ª no ranking nacional. Além das faculdades, Brasília também é reconhecida pelos transplantes de órgãos.
De acordo com dados da Central de Transplantes do Distrito Federal, a maior demanda da cidade é o transplante de córneas, que no ano passado fez 351 cirurgias. Em segundo lugar vem o de rim, com 100 cirurgias, seguido pelo transplante de fígado, com 54, e o de coração, com 25 transplantes, que colocou o DF em destaque no Brasil. A Central de Transplantes aponta que pela demanda que Brasília tem, as cirurgias são bastante eficientes e estão em constante crescimento, tanto nas taxas de doação, quanto nas de transplante.
Em Brasília, as primeiras cirurgias foram as de rins no Hospital Universitário de Brasília (HUB), em 1977. Nos anos seguintes, o Programa de Transplantes do HUB foi transferido para o Hospital de Base, sendo retomado na instituição em 2006. Na cidade esse tipo de cirurgia acontece no Hospital da Asa Norte (Hran), Hospital de Base e, principalmente, por meio da Secretaria de Saúde. “Até hoje já foram feitos cerca de mil transplantes de rins só na capital federal”, diz Carvalho. Na cidade, a demanda de córneas também é grande e a de coração está em crescimento.
HUB
Em 2014, a instituição contabilizou 36 transplantes de rins. Já o primeiro transplante de córnea ocorreu em 2008. Até o momento, o hospital soma 466 cirurgias realizadas, sendo 63 delas feitas só no ano passado. O Hospital Universitário possui, desde 2010, programas de residência médica em urologia e em nefrologia com área de atuação em transplantes renais, sendo o único centro de formação de residência médica em transplante das regiões Centro‑Oeste e Norte do país.
Em Brasília, o único transplante que não é realizado, por falta de especialistas, é o de pâncreas. Segundo o médico Luciano Carvalho, as formações de ensino superior ainda têm muito o que mudar. A principal queixa dele é a falta de estrutura adequada para formação de profissionais na área médica.“Nós temos muito receio e medo de como vai ser o futuro das formações, não só em medicina, mas em todos os outros cursos”, comenta o especialista.