Notícias
HUMANIZAÇÃO
Equipe multiprofissional do HC-UFG/Ebserh realiza aniversário de 50 anos de paciente com internação prolongada
A técnica de enfermagem Silvânia Regina da Costa Silva completou seu quinquagésimo aniversário no mês de julho deste ano, no HC-UFG/Ebserh, quando se encontrava internada há 90 dias na UTI, para tratamento da retirada de tumores cranianos.
E na oportunidade, teve festa e bolo, sim! A equipe de assistência promoveu um ambiente descontraído para Silvânia, com passeio terapêutico realizado na entrada do HC, como um momento significativo para ela, no qual foram seguidos todos os protocolos de biossegurança institucional e contando com a presença das equipes médica, de enfermagem, de psicologia, de fisioterapia e terapia ocupacional.
Estavam presentes ainda o esposo, Milton da Silva, e a filha, Jordana. Virtualmente, a irmã e o cachorrinho “Amendoim”, que residem em outro estado. A paciente, a família e a equipe mostraram-se muito felizes e emocionadas com a festa de aniversário decorada com balões, embalada ao som das músicas do grupo ABBA, do qual Silvânia gosta, e teve também, para a aniversariante, um saboroso picolé que ela muito aprecia.
A equipe cantou parabéns e fez várias fotos e interagiu com Silvânia que manifestava alegria em poder comemorar seu aniversário e estar com a família. Mesmo deitada, ela ‘balançou’ ao som de suas músicas preferidas.
Milton da Silva conta que faz suas orações toda hora pela esposa e que Deus sabe o que faz. O tratamento de Silvânia estava se desenvolvendo bem e ela seria transferida para a enfermaria, porém houve um agravamento do caso e Silvânia hoje encontra-se em cuidados paliativos. A equipe assistencial a transferiu da UTI para outro quarto, para que a família possa estar perto dela e com o suporte profissional e de equipamentos do hospital.
Humanização
A hospitalização, principalmente quando prolongada em Unidade de Terapia Intensiva, pode gerar impactos tanto físicos, cognitivos e emocionais que atingem a singularidade da pessoa humana, além de provocar ansiedade, angústias, insegurança e medos diversos.
Os profissionais de saúde devem trabalhar no intuito de promover o alívio de tais sofrimentos, o que facilita o resgate parcial da individualidade perdida e pode se constituir como promotor da humanização nestes espaços.
“Diante disso, a promoção de atividades de lazer como passeios em locais externos e banhos de sol constituem-se como ferramentas eficazes para humanizar o cuidado prestado e auxiliar no enfrentamento à doença. O momento ímpar trouxe impactos positivos e motivação tanto para paciente quanto para família e equipe que, em conjunto, também fazem parte do processo de hospitalização em UTI”, ressalta a psicóloga Dayanne Alves Pinheiro, da UTI Adulto do HC-UFG.
Para a enfermeira Kelly Regiane dos Santos Oliveira, enfermeira da UTI Adulto, é um motivo de carinho falar de Silvânia e de todo o trabalho de humanização na enfermagem.
“É o olhar para o paciente por uma perspectiva mais completa. Nós fizemos intervenção, enquanto equipe multidisciplinar, de colocá-la próximo aos seus familiares. Faz parte do processo de cura e do processo de entendimento de toda a evolução clínica da paciente. A visita ao ambiente externo, a exposição ao sol, também traz muitos benefícios ao paciente. No aniversário dela, as pessoas da equipe se engajaram com o gesto de humanização, assim como a transferência dela para outro quarto, dando um cuidado mais especial”, destaca.
Milton da Silva conta que tem recebido acompanhamento psicológico do hospital, o que tem ajudado bastante no controle de suas emoções e de toda a angústia gerada pela situação de saúde da esposa.
“Na minha casa, tudo tem o toque dela! Eu sinto muita falta dela! No aniversário dela, eu vi que ela ficou muito feliz, especialmente quando ela chupou o picolé. Todos nós, da nossa família, consideramos muito positivo esse apoio e essa homenagem que ela recebeu do HC no aniversário”.
Ele fala ainda da importância do acompanhamento da família. “Agora, com a gente próximo a ela no quarto, eu percebo que ela reage quando escuta nossa voz. Eu pergunto alguma coisa e peço para ela piscar e ela pisca. Eu faço massagens na perna dela e ela sabe que sou eu... converso perto do ouvido dela. Isso é muito positivo!”, ressalta.
Fé inabalável
Milton fala sobre a personalidade de Silvânia, com muita fé na sua reabilitação: “Ela é uma pessoa muito prestativa. Trabalhou na Prefeitura como técnica de enfermagem e tomava conta de crianças especiais. Ela é uma pessoa muito boa e trabalhadora”.
E continua: “Em casa, uma esposa muito prendada. Sempre deixando tudo arrumadinho e sempre muito alegre e dançando. Com 26 anos de casados, somos muito amigos e vivemos um para o outro. Ela é muito honesta, temente a Deus e de coração enorme! Agora, a casa ficou muito grande, sem a presença dela! Por isso, ninguém tira a minha fé de que ela irá se recuperar!”.
Por: Aretha Lins / HC-UFG/Ebserh