Da manutenção das máquinas ao alívio dos corações: conheça Jonas Felipe Bastos, colaborador que canta para os pacientes da UTI do HC-UFG

Nascido em Goiânia, desde muito pequeno, o colaborador do Hospital das Clínicas da UFG/Ebserh, Jonas Felipe Rodrigues Bastos, 26 anos, tem sua vida permeada pela música e é através dela que ele ajuda a trazer alento aos pacientes do HC-UFG.

O interesse de Jonas pela música teve início aos seis anos, quando começou a cantar na igreja que frequentava com os pais. Ele se recorda que se sentava no banco da frente para observar os músicos cantando e tocando. O primeiro instrumento que tocou foi a bateria e, desde então, se mantém firme na música.

Jonas tem facilidade de aprender instrumentos musicais só olhando: aos 12 anos tocou violão, aos 14, piano e hoje ele fala com orgulho que toca também bateria, guitarra, contrabaixo e cavaquinho.

Escolheu cursar Engenharia Elétrica, mas, antes, fez curso técnico de Mecatrônica. Seu ingresso no HC-UFG foi por meio de um processo seletivo da Fundahc em 2019 e, em seguida, tornou-se técnico da Engeclinic. Hoje, Jonas é supervisor técnico na Engenharia Clínica, atuando no conserto e manutenção de equipamentos médico-hospitalares do HC. Sobre seu trabalho no HC, ele fala: “Muito necessário para a manutenção correta dos equipamentos. Sei que estamos contribuindo diretamente para o bom funcionamento do hospital e para o bom atendimento ao público”, ressalta.

Trabalho como voluntário no Projeto Música na UTI

E foi a colaboradora Marlice Maria Gomes de Carvalho Ribeiro, Chefe da Unidade de Regulação Assistencial do HC-UFG, que descobriu esse talento dentro do hospital. “Jonas é uma pessoa muito atenciosa e competente, que tem um ótimo relacionamento com todos. Pelas redes sociais eu verifiquei que ele tocava vários instrumentos”.

O convite para o novo projeto aconteceu a partir do início da pandemia do Coronavírus, em 2020, quando um cenário crítico se desenhou em toda a sociedade e, especialmente para pacientes, familiares e equipes de assistência do HC. “Estávamos vivendo um período de muita angústia, tristeza, solidão. Então, precisávamos reduzir o estresse dos familiares e pacientes em cuidados paliativos. A partir do momento em que convidamos o Jonas para o Projeto Música na UTI, percebemos uma mudança nos pacientes, que se sentiram muito agradecidos, que pela música voltavam à infância, que se diziam mais tranquilizados e acolhidos”, recorda.

O projeto também beneficiou a equipe assistencial, como afirma Marlice Ribeiro: “A equipe assistencial passava por esse momento difícil, também se sentiu acalentada pela música, com momentos de alegria, descontração, de paz e ligação com Deus, e até descontração com os colegas de trabalho. A partir do resultado positivo, outras unidades também pediram a visita do projeto no 12º e 14º andares do Edifício de Internação, onde todos também ficaram muito agradecidos”.

Atualmente, o projeto continua a atender os pacientes da UTI Geral do HC-UFG, pelo menos uma vez por semana, com a participação de outros colaboradores.

Sobre sua missão nesse projeto, Jonas reflete: “A música alivia, acalma. Sinto alívio também por ajudar as pessoas através da música. Canto músicas da igreja, canto músicas sertanejas. Aquilo que o paciente pede. Fico triste em saber, depois, que algumas pessoas para quem cantei partiram. Daí, fica para mim a reflexão de que a morte chega para todos”.

Texto e fotos: Aretha Lins

Unidade de Comunicação Social do HC-UFG/Ebserh