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RELATOS E HISTÓRIAS
Cláudio Diones ficou internado por mais de 30 dias no HC-UFG, após transplante de rim: “Fui tratado como se estivesse em casa. Não tenho palavras para descrever”
O goiano natural de Novo Brasil, Cláudio Diones Coutinho, se sente grato pela nova oportunidade que a vida lhe concedeu, pois aos 50 anos recebeu transplante de um rim, doado pelo seu primo, Sebastião Gomes da Neiva, 58, natural de Goiânia, em procedimento realizado no Hospital das Clínicas da UFG, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Ele conta que o problema renal foi descoberto ainda quando tinha apenas 2 anos, que o fez perder o rim esquerdo, ficando apenas com o direito.
Em 2003, começou a fazer acompanhamento com dra. Valéria Pigozzi, nefrologista do HC-UFG, e de acordo com os exames feitos, tudo transcorria normalmente: o rim em perfeito estado, sem dores, sem cálculo renal, nada!
No entanto, ao longo dos anos, Diones conta que o rim foi perdendo a funcionalidade. “Em 2020, a dra. Valéria começou a ventilar a possibilidade de fazer transplante. Em 2021, passei por cirurgia para colocação de fistula arteriovenosa para fazer hemodiálise, mas não cheguei a passar pela hemodiálise. Já em 2022, os exames constataram que o rim estava com um funcionamento de 22%... era urgente transplantar! Daí, eu comuniquei à minha família e meu primo Sebastião Gomes da Neiva, que também reside em Goiânia resolveu doar, porque tem o mesmo tipo sanguíneo (O -)”.
A partir de então, Diones e seu primo correram atrás de todos os exames necessários para ver todas as compatibilidades para o transplante.
O primo, Sebastião, relata: “Eu sabia que meu primo tinha problema renal desde pequeno e, quando fui comunicado, eu acredito que foi Nossa Senhora que falou por mim. Eu logo respondi: Estou pronto!”.
Internação no HC-UFG e nova perspectiva de vida
Cláudio Diones conta a experiência vivida no HC: “Nos internamos eu e Sebastião no dia 8 de janeiro de 2023 e o transplante aconteceu no dia 10. Em cinco dias, meu primo foi para casa. Porém, no meu caso, foi diferente, pois foi constatada uma pancreatite em mim. Fiquei internado na UTI, onde passei 15 dias. Nesse período, não fui sedado ou intubado. A equipe me tratou como se eu estivesse em casa. Um tratamento excelente, especialmente por eu estar numa UTI. Da camareira até os médicos plantonistas, recebi palavras de afeto, educação, medicamentos. Não consigo nem descrever o tanto que o tratamento dado pelo HC foi importante para mim! O hospital é público e 90% de quem está internado no HC não tem condições de estar num hospital particular. Percebo que as pessoas não dão valor a esses profissionais!”.
Ele ressalta o cuidado humanizado prestado pela equipe assistencial. “O que eles proporcionam para a gente, de estender a mão e poder dar um conforto, fazer uma oração... perguntavam o que eu queria comer! São detalhes importantes, de um valor muito grande dentro daquela situação que eu estava vivendo. Foi excelente! Eu sabia o que estava acontecendo comigo e eles entenderam o que eu estava precisando, superando as minhas expectativas. Depois, fui para um quarto e fiquei isolado por mais 15 dias. Lá eu fiquei com a minha esposa me acompanhando e continuei sendo assistido pela equipe assistencial. Fiz exames, fisioterapia e fui liberado”.
Reencontro com a família e incentivo à doação
Claúdio Diones vive bem, em casa, com a esposa Glaucia e os filhos Whaliton e Maria Eduarda. Ele foi recebido pela família e amigos na porta do hospital, no dia que recebeu alta. Como forma de homenageá-lo, todos estavam muito animados e ansiosos, vestindo camisas feitas especialmente para este momento e ainda seguravam balões. “A minha saída foi um momento de emoção grande, não sei dizer o tanto que é bom se recuperar de uma situação tão grave e isso fica marcado para a vida inteira”.
Digo a todos que desejam doar: a doação tem que ser feita de coração, porque doar não tem preço! Você dá uma expectativa de vida maior para outra pessoa! E agora eu sei que posso ver a minha família crescer. Se você puder doar e fazer isso por alguém, doe! Deus vai lhe agraciar com muito mais!
Sebastião da Neiva se sente recompensado com a saúde do primo Cláudio. “Me sinto bem com a recuperação do meu primo, pois vejo que ele está bem! Digo a todos que doar órgão é um ato que pode salvar vidas. Para a pessoa que precisa, pode ser a última esperança!”.
E Cláudio Diones conclui: “O Sebastião, meu primo, é um amigo. Ele faz parte da nossa família como um irmão e não tem como eu não me emocionar com o ato dele (pausa para choro). O mundo em que a gente vive está difícil! As pessoas querem sempre algo em troca. É difícil até falar... sou muito grato a ele. A palavra é GRATIDÃO! Nesse ano ele será meu padrinho de Crisma e eu o escolhi como forma de criar um vínculo religioso por tudo o que ele fez na minha vida”.