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A doença de Chagas ainda existe: clínica, vigilância e participação social sobre a doença de Chagas em Goiás
Nesta sexta-feira, 29 de julho, realizou-se o evento com o tema “A doença de Chagas ainda existe: clínica, vigilância e participação social sobre a doença de Chagas em Goiás”, no Ambulatório de Chagas do HC-UFG/Ebserh. A roda de conversa, promovida pela organização humanitária internacional MSF (Médicos Sem Fronteiras) e a AGPDC (Associação Goiana de Portadores de Doença de Chagas), contou com a presença de representantes de áreas de enfrentamento da doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre seis e sete milhões de pessoas encontram-se infectadas pelo Trypanosoma cruzi, parasita responsável pela doença de Chagas, além de outras 75 milhões que correm grande risco de contaminação. Nas Américas do Sul e Central, Chagas é a patologia parasitária com maior número de casos, afetando, principalmente, a população com maior grau de vulnerabilidade.
Dentre as principais dificuldades no enfrentamento da doença de Chagas, encontram-se o fato de ser uma doença silenciosa – uma vez que a maioria dos infectados não apresentam sintomas – e o pouco acesso a serviços de saúde. Além do mais, somente é possível atingir a cura em caso de diagnóstico precoce, o que pode agravar sérias consequências caso não ocorra.
A ação realizada no HC levantou alguns depoimentos – tanto de pessoas que atuam diretamente contra a Chagas, como de vítimas da doença. Clara Alves, representante da MSF, falou sobre como a doença de Chagas ainda é negligenciada no país, principalmente pela falta de investimentos em tratamentos e ausência de dados epidemiológicos. Em 2020, foi criada uma portaria que torna obrigatória a notificação de casos da doença, mas que, até o momento, não foi implementada.
Dentre as representações presentes no evento, Liliane da Rocha Siriano, biomédica do Laboratório de Chagas do HC-UFG/Ebserh e responsável técnica do Programa Estadual da Doença de Chagas de Goiás, confortou os pacientes participantes do evento, ressaltando que toda contribuição contra a doença de Chagas é para apoio e amparo de todos eles.
Sirlene Souza dos Santos, representante da AGPDC e também diagnosticada com a doença de Chagas, comentou sobre os principais objetivos da associação em Goiás, como a testagem e identificação da doença, recolhimento de dados e, é claro, o compartilhamento de informações para que outras pessoas possam conhecer a doença de Chagas e se precaverem.
Para mais, a iniciativa contou com contribuição de Fabricio Augusto de Souza, representante da Superintendência de Vigilância em Saúde (SUVISA); Ênio Chaves de Oliveira, chefe da Unidade de Sistema Digestivo do HC-UFG/Ebserh; Alejandro Luquetti, professor associado da Universidade Federal de Goiás e colaborador voluntário do Laboratório de Chagas, e do chefe da Unidade E-Saúde e representante da Superintendência do HC-UFG/Ebserh, Erick Benchimol Ferreira.
“Doença de Chagas”: Turma da Mônica em quadrinhos
Juntamente ao Instituto Maurício de Souza, a MSF desenvolveu uma edição temática da revista da Turma da Mônica sobre a doença de Chagas. Na história, dona Armênia, mãe do personagem Glauco, é diagnosticada com a doença e realiza tratamentos constantes. Mônica, Cebolinha e Nimbus, amigos de Glauco, aprendem sobre a doença de Chagas e a escolhem como tema para uma peça teatral.
Segundo Clara Alves, é essencial que a distribuição do material tenha começado no estado de Goiás devido ao histórico enfrentamento do estado contra Chagas. O propósito central da edição é propagar conhecimentos sobre a doença causada pelo parasita encontrado no inseto barbeiro, uma vez que, como a própria personagem Mônica destacou: “além de remédios e tratamentos, uma doença também deve ser combatida com informação”.
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