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Minha História com a Rede Ebserh
Paciente do HC-UFPE/Ebserh/MEC renova as esperanças de realizar o sonho de ser mãe graças ao rim doado pelo pai
A pedagoga Rafaela Priscila Rodrigues, 28 anos, passou, recentemente, por um transplante renal no Hospital das Clínicas no Recife, vinculado à Rede Ebserh/MEC (HC-UFPE/Ebserh/MEC), tendo o seu pai, Rafael Lopes Leite, 52 anos, como doador. Rafaela segue internada, se recuperando bem. O sentimento é de gratidão e de um novo começo. “Desde criança eu dizia que ele era meu herói. Hoje, mais do que nunca, isso é verdade. Ele é um super pai!”.
Rafaela é natural de Belo Jardim, município localizado no Agreste de Pernambuco, tem dois irmãos e é casada há seis anos. Ela teve que adiar o sonho de ser mãe quando descobriu, há cerca de um ano, que estava com um grave problema de saúde: o seu rim direito estava totalmente comprometido e o esquerdo estava com 30% da capacidade de funcionamento. Só tinham duas alternativas de tratamento disponíveis: a diálise ou o transplante renal.
“Esse momento foi muito difícil para mim. Não imaginava que meu caso era tão grave, porque eu não tinha sintomas. Minha vida mudou muito por causa da pandemia e depois por causa da doença. Tive que me afastar do trabalho, adiar planos e lidar diariamente com o medo de não sobreviver”, relata.
A doença progrediu de forma rápida e silenciosa. Rafaela relata que no início não sentia nada e quando os sintomas começaram a surgir, o quadro clínico dela já era bastante delicado.
Em 2019, ela passou muito mal, precisou ser socorrida e foi encaminhada a um cardiologista devido ao quadro de pressão alta e descontrolada. Na consulta, após realizar alguns exames, foi orientada a buscar um nefrologista porque seus testes apresentavam algumas alterações. Foi quando a pedagoga descobriu que sofria de uma alteração congênita, chamada refluxo vesicoureteral.
Segundo a nefrologista do HC-UFPE/Ebserh/MEC Larissa Guedes, que acompanha Rafaela, esse diagnóstico, geralmente, é realizado ainda na infância quando a criança apresenta infecções urinárias. “A criança que tem o refluxo vesicouretal não possui a válvula que protege a passagem da urina para o ureter e para o rim. Isso implica em infecções urinárias recorrentes que causam danos crônicos aos rins e, consequentemente, a perda da função renal”, explica.
Tratamento
Até Rafaela chegar ao HC-UFPE/Ebserh/MEC foi um longo caminho. Os primeiros acompanhamentos com um médico especialista foram realizados em Caruaru, interior de Pernambuco. Foi lá que ela ouviu que o transplante poderia ser uma possibilidade. A partir daí, começou outra batalha: encontrar um doador que fosse compatível.
O pai, sem hesitar, fez o teste de compatibilidade assim como o marido de Rafaela. Para felicidade dela, os dois eram compatíveis. Rafael Lopes Leite conta que a decisão de doar foi imediata porque sabia da necessidade da filha. “Quando descobri que era compatível fiquei muito feliz. Estava contando os minutos para poder realizar esse transplante”, afirmou o pai de Rafaela, Rafael.
A cirurgia seria realizada num hospital no Recife, em outubro do ano passado, mas foi suspensa devido à pandemia de Covid-19. Em dezembro, ela teve uma piora em seu quadro e foi atendida no hospital da Rede Ebserh/MEC, onde houve a possibilidade de realização do procedimento, já que a unidade realiza o transplante renal intervivos, com doador vivo, desde a década de 1990.
Após diversas consultas, Rafaela e o pai foram internados no dia 24 de fevereiro e o transplante ocorreu no dia seguinte. Rafael teve alta no dia 2 de março e Rafaela continua internada no hospital-escola, se recuperando bem do procedimento.
A doença renal mudou a sua vida e, daqui por diante, muitos cuidados serão necessários. No entanto, um novo caminho começa a ser trilhado e o sentimento é de pura gratidão. “Eu gostaria de agradecer a Deus, ao meu pai e ao meu esposo. Tenho muito amor e gratidão. Sem eles eu não conseguiria passar por tudo isso. Gostaria de agradecer também a toda equipe do HC pelo tratamento e acolhimento que me deram. E, quanto ao meu futuro, espero ter mais qualidade de vida, retomar minha rotina e realizar meu desejo de ser mãe.”
Sobre a Rede Ebserh
O HC-UFPE faz parte da Rede Ebserh desde dezembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a estatal foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Vinculados a universidades federais, essas unidades hospitalares possuem características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do HC-UFPE/Ebserh/MEC