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“Quando recebi a confirmação do transplante, chorei muito, pois é uma nova chance”
O ano de 2021 se encerrou e deu lugar a um novo ano carregado de esperança. Quem bem exemplifica isso é a secretária Vanessa da Silva Reis, 28, que, com um sorriso no rosto, comemora a expectativa de dias melhores após uma cirurgia de transplante de fígado, realizada no último dia 17 de dezembro, no Hospital no Universitário da UFMA (HU-UFMA), vinculado à Rede Ebserh/MEC.
Receber um novo órgão, e junto com ele a possibilidade de uma maior qualidade de vida, é o sonho de inúmeras pessoas que aguardam por um transplante. Para o de fígado, há oito pacientes na fila de espera e, até agora, já foram realizados nove transplantes, entre estes, dois retransplantes.
Vanessa da Silva, natural de Divinópolis, já vinha sofrendo há alguns anos com um quadro de cirrose criptogênica, denominada assim por não ter uma origem conhecida. Ela precisou se afastar de seu trabalho, assim como das atividades pessoais que também ficaram comprometidas. É acompanhada no HU-UFMA há três anos pelos hepatologistas Ana Leatrice Leite e Rogério Castro no Núcleo do Fígado.
Há quatro meses entrou na fila para um transplante, tendo a oportunidade de ter a cirurgia confirmada no mês de dezembro. “Depois de tanta luta, eu já quis até desistir, pois não é fácil, mas com a oportunidade do transplante eu fiquei muito feliz. Quando recebi a confirmação, eu chorei muito, porque é uma nova chance para a gente. Já tenho até casamento previsto para o ano que vem. E isso tudo é possível graças a um sim de uma família. Deixo aqui toda a minha gratidão”.
A cirurgia teve uma duração média de oito horas e contou com o empenho de uma grande equipe composta pelos cirurgiões Orlando Jorge Martins Torres, Luís Eduardo Veras Pinto, José Maria Assunção Moraes Júnior e Rodrigo Vasques, pelos residentes de cirurgia do Aparelho Digestivo, Cláudio Matias Barros Júnior, Elizeu Bruno Santos Silva e William Vale de Holanda, pelos anestesistas Elismar Azevedo Silva e Carlos Eduardo de Almeida, pela enfermeira chefe Nádia Moura, pelas enfermeiras Lígia Karla e Antônia Lúcia, pelas instrumentadoras e circulantes Ilana Maira, Lady Queiroz, Mônica Brito, Daniele Nunes, Enedina Melo e Miriam Gomes e pela intensivista Rosimarie Morais Salazar.
São importantes no processo também os hepatologistas Ana Leatrice Sampaio e Rogério Castro, responsáveis pelo acompanhamento do pré e pós transplante dos pacientes.
O chefe do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo do HU-UFMA, Orlando Jorge Martins Torres, destaca os cuidados que ela precisa ter daqui para a frente. “Ela poderá ter uma vida normal, sem limitações, precisando seguir em acompanhamento no hospital até que realmente tenha alta para voltar para a sua cidade de origem. Enquanto isso, precisa fazer a imunossupressão, para evitar que haja uma rejeição do órgão pelo organismo”. Acrescenta ainda que um dos maiores desafios para os transplantes de fígado é conseguir aumentar o número de doações no estado.
Que assim como para Vanessa, que recebeu esse grande presente de fim de ano, 2022 traga uma vida nova e repleta de esperança, saúde e positividade, especialmente para quem aguarda na fila a espera de um transplante.
Doação
Para se tornar um doador de órgãos, basta comunicar a família. No Brasil, a doação é consentida e somente pode ser concretizada diante da autorização da família. Atualmente, a negativa familiar é o principal motivo para a não doação. As ações das campanhas voltadas para esse tema incentivam o cidadão a declarar para seus familiares e amigos a intenção de ser um doador. Podem ser doados rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e, também, tecidos, como ossos, tendões, pele, córneas e válvulas cardíacas, ou seja, um único doador pode salvar até dez vidas.
Sobre a Ebserh
Desde janeiro de 2013, o HU-UFMA é filiado à Ebserh, estatal vinculada ao Ministério da Educação que administra atualmente 40 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.