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Relatos de quem cuida
“Para mudar o mundo, é preciso mudar a forma de nascer”
A minha história no HU-UFMA/Ebserh/MEC se mistura com minha trajetória acadêmica, afinal fiz minha graduação na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), cujo campo de prática assistencial era o Hospital Universitário (HU). Então, conseguir passar no concurso da Ebserh significava retornar à minha casa de formação. Assim, quando fui convocada e comecei a trabalhar no dia 3 de julho de 2014, meu coração se encheu de alegria e lá estava eu na fase de treinamentos e adaptação na Clínica Cirúrgica, afinal já tinha sido professora substituta nessa área de atuação.
Logo após uma semana, recebi o convite para mudar de setor, pois o Centro Obstétrico precisava de pessoas novas e com iniciativa para fazer grandes mudanças, assim me disseram. Como amo desafios, não hesitei e aceitei a proposta. Lá estava eu em uma nova área de assistência, a Obstetrícia. Uma área completamente nova para mim, nunca havia trabalhado e nem ministrado aulas sobre ela, mas que tinha um amor latente da época de graduação. Um amor que cresceria cada vez mais.
O medo bateu. Mas logo surgiu uma grande oportunidade, pois o HU-UFMA/Ebserh/MEC havia feito uma parceria com a UFMG para formar enfermeiras que estavam trabalhando no Centro Obstétrico, mas que não tinham ainda especialização. E lá fui eu me candidatar, mesmo já fazendo Doutorado. E para a honra e glória do Senhor Jesus, fui aprovada para o Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica pela Rede Cegonha, um curso intenso e que fez crescer ainda mais meu amor pela Obstetrícia.
Nesse momento eu já havia me tornado a Responsável Técnica em Enfermagem do Centro Obstétrico e buscava a cada dia dar o meu melhor para a equipe, para o HU-UFMA/Ebserh/MEC e principalmente para tantas mulheres, bebês e famílias. Queria ver uma Enfermagem Obstétrica forte e logo pensei no meu Trabalho de Conclusão de Curso, cujo tema foi “Inserção da Enfermagem Obstétrica no HU-UFMA”, que ao final foi escolhido um dos melhores do curso. Foram realizadas muitas ações de capacitação, cursos e até um concurso específico para Enfermeiros Obstétricos.
Ver a Enfermagem Obstétrica crescendo e atuando de forma interprofissional é o que me move. Lembro de uma paciente que acompanhei seu parto, uma adolescente, cujo acompanhante também era adolescente e que estavam bem inseguros. O parto aconteceu lindamente. Me emocionei em vê-los em conexão, em ver o contato pele a pele entre mãe e filha, em ver o pai cortando o cordão umbilical, em ver a bebê sendo amamentada na primeira hora de vida. E até hoje me emociono quando vejo tudo isso acontecendo e se repetindo diariamente em nosso Centro Obstétrico, com a nossa equipe, com as famílias que atendemos.
E ver tudo isso me fez querer vivenciar na pele. Em junho 2016 engravidei e em março de 2017 pude vivenciar tudo aquilo que tinha aprendido e tinha oferecido. Meu segundo filho chegou em um lindo parto normal após 6 anos de uma cesárea. Essa experiência me motivou mais ainda a oferecer uma assistência mais respeitosa, segura e acima de tudo devolver o protagonismo para a mulher, para a família.
Sim, a Obstetrícia que tenho vivenciado desde aquele 2014 no HU-UFMA/Ebserh/MEC está a cada dia avançando. Eu acredito no poder que a equipe tem em mudar o mundo, pois como diz Michel Odent; “Para mudar o mundo, é preciso mudar a forma de nascer”. E é o que temos buscado fazer a cada dia ao longo desses pouco mais de sete anos.
Sobre a Ebserh
Criada em 2011, a Ebserh, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Os hospitais vinculados a universidades federais possuem características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde.
Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde das regiões em que estão inseridos, mas se destacam pela excelência e vocação nos procedimentos de média e alta complexidades.