“O transplante de medula é a luz no fim no túnel para nós”

O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, vinculado à Rede Ebserh/MEC, promoveu diversas ações dentro da Semana Nacional de Mobilização para Doação de Medula Óssea, de 14 a 21 de dezembro. Pela proximidade com as celebrações natalinas, a campanha tem o slogan “Neste Natal, dê um presente a quem precisa de você para viver: cadastre-se como doador de medula”. 

O objetivo é esclarecer sobre o assunto e incentivar a doação de medula óssea e a captação de doadores. Foram realizadas salas de espera nas três unidades do hospital com distribuição de material informativo. Além disso, a Unidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia está decorada como forma de dar visibilidade e chamar atenção para o tema.

O HU-UFJF/Ebserh possui um Serviço de Hematologia e Transplante de Medula Óssea atendendo diversos pacientes com doenças relacionadas com a fabricação de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico, para os quais o transplante de medula óssea pode se colocar como importante proposta terapêutica.

A jovem Sara Nóbrega, de 22 anos, realizou transplante de medula há pouco tempo no HU-UFJF/Ebserh/MEC. Ela recebeu a doação da irmã e está se recuperando muito bem. “O câncer é uma doença que tira toda a sua esperança, assim como todas as doenças que tenham a medula doente, e saber que o transplante de medula pode mudar isso é a luz no fim no túnel para nós”, afirma Sara. Leia a seguir a entrevista com a paciente.

Você fez transplante há pouco tempo no HU. Poderia nos contar um pouco da sua história? Quando descobriu a doença e como impactou em sua vida?

Em março de 2021, eu fui diagnosticada com Leucemia Mieloide Aguda. Descobrir um câncer na juventude funciona como um relógio novo que você acaba de comprar, mas do nada ele para de funcionar, e você pensa que estragou e não tem mais jeito pra ele. Esse é o baque inicial, é como se tudo que você fizesse até hoje não tivesse valido de nada, tira sua esperança, e todos seus sonhos vão por água abaixo, realmente perdi meu chão!  

Quando começou a se tratar no HU?

O diagnóstico foi dado no Hospital Universitário, mas comecei o tratamento no HU após fazer os tratamentos de quimioterapia no Hospital Ascomcer de Juiz de Fora. Foram cinco ciclos e, após remissão, fui encaminhada para o transplante de medula óssea.  

Quanto tempo levou para receber a medula doada?

Após saber a compatibilidade da minha irmã (doadora), demorou dois meses para receber a medula. 

Poderia nos contar como foi esse processo?

Tenho dois irmãos, um rapaz de 25 anos e uma menina de 15 anos. Os dois fizeram o exame de compatibilidade e foram compatíveis. Porém, minha irmã foi 100% compatível e, meu irmão, apenas 50%. Desde então, foram realizados exames e ela foi a doadora.  

Como você está reagindo? Está se recuperando bem?

Estou muito bem, minha medula está funcionando perfeitamente, exames ótimos.  

Qual mensagem deixaria para conscientizar as pessoas a doarem?

Como eu disse, o câncer é uma doença que tira toda a sua esperança, assim como todas as doenças que tenham a medula doente, e saber que o transplante de medula pode mudar isso é a luz no fim no túnel para nós. É o sorriso voltando ao rosto, na tentativa de vencer e voltar a viver novamente.   

Gostaria de deixar alguma mensagem para os profissionais do Hospital Universitário?

Sou muito suspeita para falar dos profissionais do HU, porque são todos de completa competência, pessoas que escolheram cuidar dos outros, e fazem isso com a maior maestria do mundo. E eu serei eternamente grata a tudo que fizeram por mim. Levarei todos em meu coração para o resto da vida. Muito obrigada. 

Quer acrescentar mais alguma informação que considere relevante?

Doe medula óssea, traga a esperança de um novo amanhecer pra alguém, um novo sorriso e uma nova chance de viver!

Sobre a Rede Ebserh

O HU-UFJF faz parte da Rede Ebserh desde outubro de 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Essas unidades hospitalares, que pertencem a universidades federais, têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.

Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde das regiões em que os hospitais estão inseridos, mas se destacam pela excelência e vocação nos procedimentos de média e alta complexidades.