Relatos e Historias
Minha História com a Rede Ebserh
“No HUGG/Ebserh construí uma nova família, pessoas que foram enviadas por Deus para cuidar de mim”
Meu nome é Patrícia da Conceição, tenho 32 anos e três filhos. Minha vida era normal até os meus 29 anos, quando comecei a sentir um peso no braço direito. Eu trabalhava e estudava e tive que “parar a minha vida”, porque já não estava conseguindo andar sozinha.
Quando comecei a sentir a fraqueza nos braços, começou a minha saga para saber o que eu tinha. Procurei um ortopedista, que passou uma ultrassonografia dos braços e indicou que tinha uma tendinite. Ele falou para fazer fisioterapia que iria melhorar. Fiz inúmeras sessões de fisioterapia e cada dia que passava eu ficava mais fraca.
Voltei ao ortopedista, porque as sessões de fisioterapia não adiantaram. Ele, então, passou o exame de eletroneuromiografia (utilizado para identificar lesões no sistema nervoso periférico) e me encaminhou para o neurologista.
Fui à consulta com o neurologista que, me examinando, disse que eu não tinha nada. Me prescreveu, então, remédio controlado e falou que eu ficaria melhor. Continuei fazendo fisioterapia, pois fiquei com medo de parar e ficar pior do que já estava.
Em um sábado à tarde, porém, comecei a sentir falta de ar e minha irmã e meu cunhado me levaram para um hospital municipal da cidade Rio de Janeiro. Chegando lá fui atendida, fiz um monte de exames e a médica falou que estava tudo bem e que minha saturação estava boa, me liberando para ir embora.
Na segunda-feira, fomos a um hospital municipal de outra cidade, porque eu precisava ser atendida por um neurologista que conseguisse descobrir o que tinha. Infelizmente, o hospital não contava com esse especialista. Quando estávamos indo embora, minha irmã viu um anúncio de um neurologista particular e marcamos uma consulta.
Na consulta, o neurologista passou uma tomografia e o exame do líquido da coluna. Fiz os exames e ele me deu um encaminhamento para o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio/Ebserh).
Após conseguir marcar a consulta pela regulação, fui atendida pela neurologista. Na consulta, quando estava explicando como tudo começou, comecei a ficar muito cansada e desmaiei. Tive uma parada respiratória, precisei ser entubada e, quando acordei, já estava no Centro de Terapia Intensiva (CTI).
Fiz inúmeros exames, que nunca ouvi falar, e descobriram que tenho uma doença do neurônio motor. Hoje, respiro com a ajuda de um respirador e me alimento por uma gastrostomia [tubo que é colocado no estômago e fica acessível através da pele do abdômen].
No início, a internação foi muito difícil, eu chorava todos os dias. Não queria ficar longe dos meus filhos. Essa é a parte que mais me dói, não poder ver, abraçar, beijar, cuidar é muito difícil para mim.
No último dia 21 de março foi meu aniversário. E com a ajuda de todas essas pessoas especiais do hospital, pude reencontrar meus filhos. Todos se mobilizaram para me proporcionar uma festa no AquaRio (aquário público do Rio de Janeiro). Foi maravilhoso, eu estava cheia de saudades, a última vez que tinha os visto foi no Natal e encontrá-los foi uma injeção de força que precisava.
A equipe também me ajudou a adquirir um tablet, onde hoje me comunico com meus filhos e minha família. No Tablet foi baixado um programa onde consigo me comunicar com o movimento da minha cabeça.
Hoje meu maior sonho é poder voltar para casa e ficar perto dos meus filhos e da minha família. No CTI, entretanto, construí uma nova família, pessoas que foram enviadas por Deus para cuidar de mim. Profissionais excelentes e a melhor equipe de enfermagem que já vi. Agradeço a Deus e, principalmente, a eles por cuidarem tão bem de mim.
Patrícia da Conceição
Paciente do HUGG-Unirio/Ebserh
O HUGG-Unirio faz parte da Rede Ebserh desde dezembro de 2015. Saiba mais sobre a Rede Ebserh.