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PESQUISA E TECNOLOGIA
Webinário discute o potencial da inteligência artificial na Rede Ebserh
Brasília (DF) – A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) realizou, nesta quarta-feira (11), o primeiro webinário de inteligência artificial da empresa, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O evento ocorreu de forma online e discutiu o potencial de transformação da IA no âmbito da saúde e o subsídio à elaboração da Política de Inteligência Artificial da Rede Ebserh.
O presidente em exercício da Ebserh, Daniel Beltrammi enfatizou um dos principais destaques da instituição no campo tecnológico, definida pelo gestor como “maior iniciativa de uso de saúde digital produzida pelo governo brasileiro”, o Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU). A plataforma possui uma base de 25 milhões de pacientes e cujos dados podem alimentar o treinamento das inteligências artificiais e, em consequência, subsidiar o desenvolvimento de soluções e pesquisas voltadas para a melhoria do atendimento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“Esse momento é a demonstração da força da rede, quando falamos de um ecossistema complexo como o nosso, que no final do dia é sobre saúde, mas também ensino, pesquisa, produção de ciência e inovação. Com relação à IA, as aplicabilidades são inúmeras. Temos um cenário desafiador que precisa ser explorado e nós, como executores de políticas públicas, pode aprimorar significativamente as políticas públicas. O webinário consolida as experiências dos nossos hospitais, transformando-as em aprendizado para toda a rede, abrindo portas para estimular as unidades a produzir conhecimento aplicado”, afirmou Beltrammi.
O diretor de Tecnologia da Informação da Ebserh, Giliate Coelho Neto, explicou que os esforços da estatal em relação a IA são empregados na melhoria do trabalho de gestores, técnicos, pesquisadores e demais profissionais de saúde, automatizando atividades predominantemente repetitivas e abrindo espaço para funções que demandam análise humana.
“Uma das questões que já começamos a discutir é como a inteligência artificial pode ajudar nosso corpo de técnicos, de gestores e profissionais de saúde a melhorar, de uma forma geral, seus processos de trabalho de cuidado e liberar o profissional de saúde para atividades que estejam diretamente relacionadas ao cuidado do paciente, reduzir a quantidade de sistemas de informação, o retrabalho na inserção de dados no sistema para que ter mais tempo de cuidar do paciente ou analisar os dados do conjunto de usuários que ele acompanha, os gestores também terem mais tempo para se dedicar a atividades que exigem dele uma maior atenção, como a tomada de decisão”, afirmou Giliate.
A programação do webinário foi dividida em duas partes: A primeira, externa, contou com palestras de diretorias da estatal e do MCTI cujos temas foram: "Plano Brasileiro de Inteligência Artificial - Recorte Saúde e Educação", "Inteligência Artificial e sua aplicação na Rede Ebserh - DTI" e "Projetos de Ensino, Pesquisa e Inovação na DEPI para Saúde Digital". Na segunda, interna, houve uma roda de conversa os pesquisadores, gestores e moderadores sobre as diretrizes e prioridades da política de IA da Ebserh. Durante o evento foram apresentados 15 trabalhos relacionados à Inteligência Artificial.
“Em 2023, nós tivemos um aumento de 33% no volume de pesquisa na nossa rede, mas podemos evoluir ainda mais. Das mais de 6 mil pesquisas registradas no nosso Rede Pesquisa, grande parte é de trabalhos acadêmicos – mais de 70%. Entretanto, muitas delas podem implicar em um desenvolvimento de uma tecnologia, seja ela leve ou relacionada à assistência, com o cuidado e segurança do paciente. Todas fazem uma grande diferença no dia a dia das nossas unidades e no apoio ao SUS”, afirmou a diretora de Ensino, Pesquisa e Inovação, Cristiane Melo.
Cinco entre as dez instituições que mais depositam patentes entre 2018 e 2023 são de universidades que integram a Rede Ebserh (UFMG, UFPB, UFCG, UFPE, UFC). Das 20 principais instituições envolvidas em publicações de pesquisas sobre IA no brasil entre 2019 e 2023, 11 possuem hospitais vinculados à estatal (UFPE, UFMG, UFPR, UFSCar, UFRJ, UFSC, UFRN, UFF, UFES, UFU).
Saúde digital
A promoção do webinário e a estruturação da Política de Inteligência Artificial da Rede Ebserh alinham a estatal com três diretrizes: As do Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Saúde Digital (PDTIS), da Estratégia de Saúde Digital para o Brasil e do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Este último, prevê a aplicação de R$ 23 bilhões em quatro anos, a compra de um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo e está dividido em 31 ações em áreas como educação e saúde, caracterizadas como finalidades da Ebserh.
No eixo relacionado à atenção ao Sistema Único de Saúde (SUS), o PBIA visa a utilização de grandes volumes de dados para criar sistemas de IA voltados a aplicações como automatização de transcrição de teleconsultas, suporte à decisão na compra de medicamentos, aprimoramento a precisão e agilidade nos diagnósticos médicos.
“É interessante que os hospitais universitários aumentem sua capacidade de pesquisa, inovação, formação de quadros, e nós também vamos fazer chamadas para esse fim. Também é importante que eles possam tratar dados para poder treinar inteligências, fazer o processo de machine learning dessas informações para diversos fins, tanto da investigação científica como também de prestação de serviço e, assim, buscar soluções para o próprio sistema da Rede Ebserh”, complementa o coordenador de Programas e Projetos para a Transformação Digital do MCTI, Everton Freitas.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Raoni Santos
Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh