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PIC/PIT
Webinar marca encerramento dos programas de Iniciação Científica e Tecnológica da Ebserh
Brasília (DF) – A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) promoveu, nesta quarta-feira (9), o 2º Webinário de Iniciação Científica e Tecnológica da Rede Ebserh. O evento marca o encerramento do 2° ciclo do Programa de Iniciação Científica (PIC) e do primeiro referente ao de Iniciação Tecnológica (PIT), iniciados em 2023, que ofereceram 533 bolsas para estudantes de graduação desenvolverem pesquisas nos Hospitais Universitários da Rede Ebserh. As iniciativas foram viabilizadas com a parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Temas como Inteligência Artificial e a Ética em Pesquisa e Inovação em Saúde, Políticas Afirmativas e Relevância PIC e PIT Ebserh foram debatidos.
Durante o evento, os três bolsistas de maior destaque em cada programa, selecionados por um Comitê Científico, apresentaram seus trabalhos e foram premiados com troféus. Foram apresentados trabalhos de todas as regiões do país: do Norte, HUGV-Ufam; do Nordeste, MCO-UFBA; do Centro-Oeste, HUB-UnB e HUJM-UFTM; do Sudeste, HUAP-UFF e do Sul HU-UFSC.
Ações afirmativas
Para a edição de 2024, a novidade foi a adoção de vagas reservadas para ações afirmativas, chegando a quase 50% das 665 bolsas, sendo 177 do PIC e 133 do PIT, beneficiando participantes com renda familiar bruta inferior a um salário-mínimo (RF), Pessoas Negras ou Pardas (PNP), Pessoas com Deficiência (PCD), Pessoas Indígenas (PI), Pessoas Quilombolas (PQ), e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública.
“Uma das nossas dimensões é o fortalecimento do desenvolvimento científico e tecnológico a partir dos ambientes onde nós estamos – ensino, ciência e inovação aplicados às ciências da vida e da saúde – E isso vai nos alimentando e nos posicionando de forma a garantir que possamos contribuir como uma estatal vinculada do Ministério da Educação (MEC)”, afirmou o vice-presidente da Ebserh, Daniel Beltrammi.
Como produtos da iniciação tecnológica, o gestor destacou que há uma patente de direito autoral confirmada com dois registros de software e uma patente senso estrito. Além disso, 129 publicações oriundas do PIC e 334 participações em eventos científicos.
Ressaltando as bolsas de ações afirmativas, o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, ressaltou que elas possuem um papel de atenção a minorias, dentre elas as raciais e regionais, mostrando que as atividades de pesquisa podem ser ampliadas a outras faixas da população.
“Ao receber uma bolsa e começar a trabalhar elas veem que sim, também têm possibilidade. Então, estas iniciativas dão a essas pessoas a capacidade de mostrar que são capazes de inovar e usar a ciência, algo que é importantíssimo para o país”, enfatizou Galvão.
As políticas afirmativas rompem com o processo de exclusão no campo da produção de conhecimento quando diversificam olhares sobre determinados temas, de acordo com o assessor de Gabinete da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão do MEC, Cleber Vieira. Dessa forma, as pessoas trazem sua própria experiência na construção de projetos.
“É o que acontece, por exemplo, com a população indígena, com sua noção de cosmogonia e de tratar o meio ambiente como um ser vivo, algo que ganhou corpo com a emergência climática e que vem ganhando espaço como uma importante pauta de política pública. Essa e outras contribuições do ponto de vista epistemológico, de conceber a sociedade, a própria ciência e o próprio ser humano são beneficiadas com a presença de pessoas negras, indígenas, com deficiência, quilombolas, população LGBTQIAPN+, dentre outros. São novos olhares que democratizam a pesquisa no Brasil”, concluiu Cleber.
Histórico e números
A instituição dos programas ocorreu em 2022 para aproximar as universidades e os hospitais universitários, que são os campos de prática, além de estimular a cultura da pesquisa e desenvolvimento de tecnologia nos HUs.
Inicialmente foram ofertadas apenas bolsas de iniciação científica, a princípio 304, disponibilizadas para todas as unidades hospitalares da Ebserh, na época 40. Em 2023, o número subiu para 533 bolsas, distribuídas entre 328 do PIC e 205 do PIT. O investimento para os programas saltou de R$1,5 milhão em 2022 para quase R$6 milhões em 2024, com 665 vagas (399 via PIC e 266 pelo PIT).
Propósitos
O PIC visa contribuir para o desenvolvimento técnico-científico, formação profissional em pesquisa clínica multidisciplinar e o desenvolvimento e inovação em temas relevantes relacionados à saúde, por meio de bolsas de iniciação científica para que alunos de curso de graduação desenvolvam atividades de pesquisa em hospitais universitários federais da Rede Ebserh.
Já o PIT, por sua vez, tem como objetivo estimular a participação de alunos de graduação em atividades de desenvolvimento, aperfeiçoamento ou estudo de viabilização de produtos, protótipos, processos, serviços ou sistemas nos HUs geridos pela empresa pública, por meio de concessão de bolsas de iniciação tecnológica.
Dentre os objetivos do PIT e do PIC, estão a promoção do contato de estudantes de graduação com técnicas e métodos científicos/tecnológicos aplicados à área da saúde, além do estímulo ao desenvolvimento pessoal, profissional e o pensamento crítico do aluno, que será orientado por um pesquisador (a) experiente e atuante em sua área do conhecimento.
Ambos enfatizam a contribuição para a formação científica e tecnológica de recursos humanos entre os beneficiários de políticas de ações afirmativas; a ampliação do acesso e a integração desses estudantes à cultura científica e tecnológica, além do fortalecimento das políticas afirmativas nas instituições públicas.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Raoni Santos
Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh