Notícias
Saúde da pele
Vitiligo acomete mais de um milhão de brasileiros, mas possui controle e tratamento, afirma especialista
Doença é caracterizada por manchas brancas devido à perda do pigmento natural da pele, a melanina. Foto: Pexel
Belém (PA) – O vitiligo é uma doença crônica caracterizada por manchas brancas devido à perda do pigmento natural da pele, a melanina. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), mais de um milhão de brasileiros convivem com a doença. No Pará, o Serviço de Dermatologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), que funciona no Complexo Hospitalar da Rede Ebserh/MEC, realiza o diagnóstico e tratamento dos pacientes, que ainda sofrem com o preconceito e o desconhecimento sobre a doença. É importante procurar assistência médica especializada, pois pelo menos dez distúrbios dermatológicos podem ser confundidos com o vitiligo.
“Não existe causa estabelecida para o vitiligo. Dentre as hipóteses estudadas, a mais aceita cientificamente é a da teoria autoimune, ou seja, o próprio corpo produz anticorpos (autoanticorpos) que agem inativando ou destruindo os melanócitos, que são as células responsáveis pela produção da melanina”, explica a dermatologista Silvia Müller, coordenadora do Ambulatório de Vitiligo do Serviço de Dermatologia da UFPA, que funciona no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), vinculado ao Complexo Hospitalar da UFPA/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Apesar da cura ser rara, a doença tem controle. “O paciente deve ter muita disciplina com os tratamentos instituídos, para melhoria da sua qualidade de vida e do convívio social”, ressalta a médica.
O Ambulatório atende cerca de 25 pacientes por mês, com avaliação criteriosa, exames necessários e tratamento disponibilizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a médica, existe no mercado vários recursos para tratar o vitiligo, desde medicamentos industrializados ou manipulados para uso tópico e por via oral, terapia com luzes e laser e métodos cirúrgicos. como o IPCA (microagulhamento) e o transplante de melanócitos. Ainda assim, algumas condições podem agravar o quadro ou desencadear o surgimento de novas manchas, como fatores emocionais, traumatismos na pele, queimadura solar, infecções severas, distúrbios metabólicos e outros.
“O estresse emocional causado pela pandemia constitui um sério fator desencadeante e agravante do vitiligo. Por isso, é importante que o paciente esteja atento aos distúrbios psíquico-emocionais severos, mantenha hábitos alimentares saudáveis, que durma em média 7 a 8 horas por noite e evite traumas nas áreas afetadas”, explica a médica. Ela destaca, também, que a principal dificuldade relatada pelos pacientes é o incômodo de ordem estética causado pelas manchas, pois ainda há o preconceito por parte da população em geral e pelo próprio paciente. Por isso, no ambulatório de vitiligo do HUJBB/Ebserh/MEC, além dos tratamentos específicos, os pacientes também realizam a avaliação psicológica e mantêm seguimento psicoterápico quando necessário.
Extensão
O projeto de extensão intitulado “Atendimento clínico-cirúrgico aos portadores de distúrbios pigmentares”, coordenado pela professora Silvia Müller, foi iniciado em 2012 e conta com a participação de cinco médicos residentes de Dermatologia e quatro alunos da graduação. “Temos dois projetos de pesquisa: um relacionado ao uso de suplementos nutricionais utilizados no tratamento do vitiligo e outro que envolve o tratamento cirúrgico. O tratamento segue uma escala crescente de intensidade e complexidade, iniciando com suplementos até chegar às condutas cirúrgicas”, explica a professora.
Os pacientes do Serviço de Dermatologia são regulados pelo Departamento de Regulação do Município, e para ser atendido, deve-se procurar a unidade de saúde mais próxima e solicitar encaminhamento para a assistência de média e alta complexidade.
Sobre a Rede Ebserh
O CHU-UFPA faz parte da Rede Ebserh desde outubro de 2015. Estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Vinculados a universidades federais, essas unidades hospitalares possuem características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh/MEC atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh/MEC