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Agosto Lilás
Violência contra a mulher: uma questão de saúde pública na Rede Ebserh/MEC
Atendimento humanizado, programas de apoio e atendimento às mulheres são oferecidos nas unidades hospitalares
Brasília (DF) – No mês de agosto de cada ano é realizado o Agosto Lilás, campanha de combate à violência contra a mulher. Nesse contexto, programas de apoio e atendimento às mulheres se mostram fundamentais e a Rede Ebserh/MEC participa desse debate e oferece assistência a esse público.
Em Niterói (RJ), o Hospital Universitário Antônio Pedro, vinculado à Rede Ebserh/MEC (Huap-UFF/Ebserh/MEC), é referência no atendimento a mulheres que sofreram algum tipo de violência, contando, desde 2002, com o SOS Mulher, que faz também o acompanhamento das vítimas.
O fluxo do atendimento é por demanda espontânea da mulher ou por encaminhamento de alguma outra instituição, como a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), por exemplo. Hoje, não é uma condição que a mulher seja referenciada para que possa ser atendida. Caso tenha conhecimento do programa, pode buscar o hospital diretamente. Segundo a assistente social do Huap, Leila Guidoreni, o SOS Mulher atende mulheres que sofreram qualquer tipo de violência, seja ela sexual ou doméstica.
“Hoje, a mulher chega, faz o boletim de ocorrência na própria emergência do hospital e dali mesmo é direcionada para o local de atendimento, onde será acolhida pela equipe multiprofissional, que envolve assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, ginecologistas e farmacêuticos. Por conta do protocolo de violência sexual, logo os exames específicos e as medicações são iniciadas. A mulher pode chegar a qualquer momento e será recebida”, explicou.
Acolhimento e prevenção de infecções
Em Fortaleza (CE), a Maternidade Escola Assis Chateubriand, também da Rede Ebserh/MEC, tem como destaque o programa Superando Barreiras, que acolhe mulheres vítimas de violência sexual, sejam crianças, adolescentes, adultas. No ambulatório, a unidade conhece um pouco do contexto social envolvido, as necessidades emocionais, o que traz como sintoma da violência. O mais importante é que a mulher consiga chegar até 72h após sofrer a violência para que seja medicada e receba proteção contra infecções.
“É muito comum que as pessoas não busquem o atendimento imediatamente por várias questões. Entre elas o medo de ser julgada, do estigma, da culpabilização. Mas é importante que a mulher entenda que o programa foi criado pensando em acolher”, reforçou Débora Britto, uma das médicas do programa.
Referência no Mato Grosso do Sul
Em Campo Grande, as mulheres podem entrar em contato direto com o Serviço Social do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS//Ebserh/MEC), que é referência no estado. Elas são recebidas pela assistente social Patrícia Ferreira, que realiza uma escuta sobre o problema e é agenda uma consulta com uma equipe multiprofissional, composta por um ginecologista e psicólogo para o acolhimento.
“São mulheres vítimas de violência sexual e que ficaram grávidas Não é necessário que se faça um boletim de ocorrência para ser atendida. A importância desse serviço na Rede Pública é a garantia de termos mulheres sendo atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e podermos diminuir, por exemplo, riscos de óbito por medo, angústia e sofrimento com a violência sexual sofrida”, destaca Patrícia.
Atendimento 24h em Belo Horizonte
O Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh possui um Serviço de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual e em Situação de Vulnerabilidade e é referência nesse tipo de assistência desde 2012. Trata-se de um serviço porta-aberta, ou seja, não é necessário encaminhamento. O atendimento é feito diariamente, 24 horas, no plantão da maternidade da Unidade de Ginecologia e Obstetrícia.
“Oferecemos atendimento clínico e avaliação de lesões, medicamentos para prevenir infecções sexualmente transmissíveis -sífilis, hepatites, AIDS e outras infecções - e gestação fruto de violência sexual, mas em ambos os casos isso só é possível quando a paciente comparece ao pronto-atendimento em até cinco dias após a violência sexual. Além disso, também encaminhamos a paciente para acompanhamento ambulatorial por, no mínimo, seis meses”, destacou a professora e ginecologista do HC Sara de Pinho Paiva.
Esse acompanhamento engloba atendimento ginecológico, com avaliação dos exames e acompanhamento do risco de adquirir infeções sexualmente transmissíveis; planejamento familiar para orientação de métodos para contracepção, assistência psiquiátrica, dentre outras ações.
Trabalho de conscientização e assistência
Um local exclusivo para atendimento a mulheres e crianças vítimas de violência. Essa é a proposta do Espaço Laura Acolher no Hospital Universitário de Brasília, que também faz parte da Rede Ebserh/MEC (HUB-UnB/Ebserh/MEC). O espaço conta com três consultórios e a equipe é formada por cinco profissionais, entre psicólogos, assistente social, terapeuta ocupacional e enfermeira. Os profissionais também fazem um trabalho de prevenção nos setores do hospital.
“Queremos sensibilizar profissionais e pacientes sobre a importância de reconhecer o abuso e procurar ajuda, inclusive quando não se trata de violência física”, explica a chefe da Unidade Psicossocial do HUB, Silvia Furtado.
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Vinculadas a universidades federais, essas unidades hospitalares têm características específicas: atendem pacientes do SUS, e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, a os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde.
Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde das regiões em que os hospitais estão inseridos.
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh/MEC com informações dos HUFs