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Tratamento fetal
Transfusão intrauterina pode salvar vida de bebês com anemia ainda na barriga da mãe
Procedimento é realizado através de cordocentese (punção do cordão umbilical) guiado por ultrassonografia para a transfusão de concentrado de hemácias ao feto
João Pessoa (PB) – A anemia fetal é uma condição grave que pode levar ao óbito do bebê ainda na barriga da mãe. Quando ocorre precocemente na gestação, a transfusão fetal intrauterina pode ser a única maneira de salvar a vida do feto. Com intuito de melhorar a assistência à saúde materno-fetal das pacientes, identificando e tratando esse problema, o Hospital Universitário Lauro Wanderley, vinculado à Rede Ebserh/MEC (HULW-UFPB/Ebserh/MEC), vem ampliando a realização de procedimentos de transfusão fetal intrauterina.
O procedimento é indicado no período gestacional entre 20 e 35 semanas e deve ser realizado a cada sete ou 14 dias, a depender da gravidade da anemia no feto. Ele é realizado através de cordocentese (punção do cordão umbilical) guiado por ultrassonografia para a transfusão de concentrado de hemácias ao feto. As mulheres grávidas que necessita desse procedimento são encaminhadas através da Central de Regulação a um serviço terciário de pré-natal de alto risco, sendo o HULW-UFPB/Ebserh/MEC hospital de referência para esse tipo de atendimento.
Segundo o médico ginecologista e obstetra Eduardo Fonseca, que atua como gerente de Ensino e Pesquisa do HULW, o hospital tem trabalhado para aumentar a assistência a gestantes de todo o Estado. “Temos absorvido a demanda de pacientes com diagnóstico de eritroblastose fetal, também chamada de doença hemolítica perinatal. É uma condição que ocorre quando há uma incompatibilidade sanguínea referente ao fator Rh da mãe e do feto. A única maneira de tratar a anemia causada nessas situações, e salvar a vida do feto, é fazer a transfusão de sangue durante a vida intrauterina”, explicou.
Segundo a obstetra Liliane Saraiva, da Unidade Materno Infantil do HULW e integrante da equipe que realiza os procedimentos, a eritroblastose fetal faz com que os glóbulos vermelhos (hemácias) presentes na circulação do feto sejam destruídos por anticorpos produzidos pela mãe, que acabam atravessando a placenta, causando a anemia.
A doença é identificada durante o pré-natal. Todas as gestantes com tipo sanguíneo Rh negativo devem realizar o rastreio da sensibilização materna através do exame de coombs indireto. “Nas gestantes sensibilizadas, é feito o acompanhamento do feto para identificação de anemia através de ultrassonografia com análise da velocidade do fluxo sanguíneo na artéria cerebral média fetal. Suspeitando de anemia moderada/grave, a depender da idade gestacional, é indicada a transfusão fetal intrauterina”, informou Liliane.
Qualidade do sangue
O sangue utilizado nas transfusões fetais intrauterinas realizadas no HULW é encaminhado, através da Agência Transfusional do HULW, pelo Hemocentro de João Pessoa e, no caso de sangue irradiado, o material vem do Hemocentro do Recife.
“O papel da Agência Transfusional é conseguir um hemocomponente de qualidade para ser utilizado nas transfusões intrauterinas. Esse material, indicado para doença hemolítica do recém-nascido, se refere a um concentrado de hemácias desleucocitado ou irradiado (no caso do Hemocentro de Pernambuco). Atuamos em parceria com o Hemocentro de João Pessoa e o Hemope”, explicou a farmacêutica Germana Arruda, supervisora técnica da Agência Transfusional.
Sobre a Ebserh
O HULW-UFPB faz parte da Rede Ebserh/MEC desde dezembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Vinculados a universidades federais, essas unidades hospitalares têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh/MEC atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do HULW-UFPB/Ebserh/MEC