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Saúde mental em dia: veja dicas de como cuidar do seu bem-estar no trabalho
Salvador (BA) – Se a saúde mental pode ser fortemente afetada pela preocupação e estresse acerca da ausência de trabalho, ela também pode sofrer com um ambiente laboral inadequado. É recorrente, nos setores responsáveis das empresas, reclamações concernentes a doenças como ansiedade, depressão e burnout .
A saúde mental é um fator importante em nossas vidas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o status de pessoa saudável não é definido apenas pela ausência de doença no indivíduo, mas pelo seu completo bem-estar físico, social e mental. Além de fatores relacionados à maneira como a pessoa lida com suas emoções e pensamentos, fatores externos, como a qualidade da educação, da política e do trabalho disponíveis, interferem diretamente na saúde mental. No caso do ambiente profissional, ela pode ser afetada por diferentes situações, como assédio moral, conflito entre equipes, horas excessivas de trabalho e mudança na hierarquia.
De acordo com Maíra Siqueira, psicóloga organizacional do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia e vinculado à Rede Ebserh (Hupes-UFBA/Ebserh), o fator preponderante que leva os profissionais a solicitar ajuda é a baixa motivação. Dificuldades em lidar com problemas pessoais e profissionais também entram na lista. “Quem nunca teve conflito no trabalho? Isso acontece frequentemente. Conflitos pessoais e interpessoais são o maior motivador dessa procura. Há também muita queixa de ansiedade”, disse.
A psicóloga cita as síndromes depressivas e de ansiedade como as mais recorrentes, assim como o burnout . Síndrome de esgotamento profissional, o burnout foi reconhecido, em 1º de janeiro deste ano, como doença de trabalho pela OMS. O distúrbio emocional, que apresenta sintomas como esgotamento físico, exaustão e estresse, relaciona-se com um cenário de alta competitividade e excessiva cobrança. A síndrome é mais comum em profissionais que lidam com muita pressão, como médicos e enfermeiros.
Eventos atípicos como a pandemia de coronavírus contribuem para agravar o quadro. Segundo o estudo One Year of Covid-19 , realizado para o Fórum Econômico Mundial pela Ipsos, a maioria dos brasileiros (53%) acredita que teve uma piora na saúde mental e emocional desde o início da pandemia. O valor foi acima da média mundial, de 45%. A pesquisa foi conduzida entre fevereiro e março de 2021 e contou com a participação de 21.011 adultos de 30 países, dentre eles Estados Unidos, Canadá, África do Sul e Turquia. No Brasil, cerca de 1 mil pessoas foram entrevistadas.
“O profissional da saúde teve uma sobrecarga maior, um medo de se expor, essa situação de ansiedade constante de ‘se eu pegar, eu vou levar para a minha família, para os meus conhecidos’. Ele vivenciou essa pressão emocional e mental maior nesses tempos”, afirmou Maíra.
Saiba como identificar
A mudança de comportamento do profissional é o principal fator que ajuda a identificar o declínio na saúde mental. Introspecção, isolamento, descuido com a estética ou verbalizações não coerentes são exemplos de mudanças drásticas que precisam estar no radar de colegas e chefias que desconfiam do diagnóstico.
Vale lembrar que a doença mental não afeta apenas a pessoa em sofrimento. Algumas consequências são a perda de produtividade, que pode sobrecarregar os colegas, o aumento de acidentes por falta de atenção e a necessidade de afastamento desses profissionais.
Com informações do Hupes-UFBA/Ebserh